Hemotórax

Medicina

04/05/2014

O hemotórax se apresenta como presença de sangue na cavidade pleural. Este pode ser proveniente de lesões do parênquima pulmonar, parede torácica, grandes vasos como cava, aorta e seus ramos, lesões cardíacas ou de órgãos abdominais. Mais comumente, o hemotórax está associado ao trauma torácico, que pode ser de origem contusa (impactos, fraturas), penetrante (arma de fogo, arma branca, iatrogenia por punçoes de acesso central) ou ambos simultaneamente.


A fisiopatologia relaciona-se com hipóxia tecidual devida à oferta inadequada de oxigênio aos tecidos; hipercapnia em virtude do acúmulo de CO2, e acidose respiratória.


Ao exame físico encontramos redução ou ausência de murmúrio vesicular e macicez à percussão. A diminuição do volume pulmonar e consequente diminuição da expansividade do hemitórax afetado levam à dispneia que cursa com respiração rápida e superficial. A presença de dispneia depende da dimensão do derrame e volume pulmonar acometido, sinais de choque hipovolêmico se relacionam com perda de grande volume sanguíneo. O Hemotórax de pequeno volume pode apresentar-se assintomático.


Alterações hemodinâmicas levam a diminuição da pressão arterial e consequentemente à taquicardia, causando dor torácica, ansiedade e inquietação.


O hemotórax maciço relaciona-se com drenagem imediata igual ou superior a 1.500ml de sangue do hemitórax acometido, sendo a causa mais comum o ferimento penetrante de tórax, tendo como fonte de sangramento pulmão, lesões mediastinais (coração e grandes vasos) ou toracoabdominais; ou 1/3 de perda volêmica à drenagem do hemitórax. O sangramento contínuo (200 a 300 ml/h por três horas consecutivas ou 1500 ml em 24 horas) é considerado hemotórax progressivo e exige indicação cirúrgica.


O tratamento do hemotórax baseia-se na drenagem torácica com controle do sangramento e reposição volêmica. A abordagem cirúrgica está indicada em alguns casos. O sucesso terapêutico relaciona-se com a abordagem rápida e precisa da causa do hemotórax.