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Fase pré-analítica e causas de variações dos resultados de exames laboratoriais
Fase pré-analítica e causas de variações dos resultados de exames laboratoriais
Hemogramas: após a coleta do material, os exames devem ser transportados para o setor de triage
Medicina
30/03/2014
É a fase, dentro das atividades do laboratório clínico, que vai desde a requisição dos exames até a disponibilidade das amostras do paciente para a fase analítica ou de processo.
Antes da coleta de sangue para a realização de exames laboratoriais, é importante conhecer, controlar e se possível, evitar algumas variáveis que possam interferir com a exatidão dos resultados. Classicamente são referidas como condições pré-analíticas variação cronobiológica, gênero, idade, posição, atividade física, jejum, dieta, uso de drogas para fins terapêuticos ou não, e a aplicação de torniquete, procedimentos terapêuticos ou diagnósticos, cirurgias, transfusão de sangue e infusão de soluções. Alguns aspectos do tubo de coleta, como o uso de gel separador, anticoagulantes e conservantes e características da amostra, como hemólise e lipemia, também podem ser causa de variação dos resultados.
REQUISIÇÃO DE EXAMES
A requisição deve conter em princípio os seguintes dados:
• Nome do paciente, com identificação inequívoca;
• O nome ou outro identificador (CRM) único do Médico solicitante do exame;
• Exames solicitados;
• Informações clínicas relevantes sobre o paciente, para fins de interpretação.
CADASTRO DO PACIENTE
• O laboratório clínico deve ter um formulário de cadastro de pacientes em cumprimento a RDC ANVISA 302 13/04/2005. Este cadastro deve incluir no mínimo as seguintes informações, sem a elas se limitar:
• Número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório;
• Nome do paciente;
• Idade do paciente;
• Procedência do paciente (enfermaria, quarto, leito, convênio, etc.);
• Telefone ou endereço do paciente, guando aplicável;
• Nome e contato de responsável pelo paciente, quando for menor ou incapacitado;
• Nome do solicitante e contato com o mesmo;
• Data e hora do atendimento;
• Exames solicitados e tipo de amostra;
• Quando necessário: informações adicionais em conformidades com o exame (uso de medicamentos, ciclo menstrual, etc.);
• Data prevista para entrega do laudo.
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Os funcionários da recepção ao receber um paciente e sua requisição devem imediatamente identificá-lo, de forma única e inequívoca, registrando no cadastro o número de sua identidade. Devem gerar um registro com a ordem de serviço em duas vias (uma para o paciente outra para o laboratório), com todos os exames solicitados. Colocar também o nº de ordem para facilitar o registro dos exames a serem realizados.
PREPARAÇÃO E INSTRUÇÃO PARA O PACIENTE
• O paciente deve ser instruído para conhecer os procedimentos necessários para a coleta de amostra para os exames solicitados.
• O pessoal que atende na sala de coleta deve ter o conhecimento de todas estas instruções, para que possa transmitir aos pacientes em linguagem clara, objetiva e de fácil entendimento, para não deixar dúvidas às referidas instruções de preparação.
• Existem no laboratório (recepção e sala de coleta) instruções escritas de fácil entendimento destinadas aos pacientes, elaboradas pelo setor técnico, para que os atendentes da sala de recepção ou coleta possam disponibilizar aos pacientes para que os mesmos possam saber como se preparar para a coleta dos exames solicitados. Estas instruções devem ser transmitidas também oralmente, confirmando o entendimento pelo paciente. RECEBIMENTO DE MATERIAL COLETADO PELO PACIENTE
• As amostras coletadas pelos clientes devem ser averiguadas no momento do recebimento, se a coleta foi realizada de acordo com as instruções existentes, e se estão com qualidade necessária para o seu processamento. O funcionário que as receberam deve responder pelo o recebimento da amostra, assinando na via interna.
• As amostras coletadas por terceiros deveram ter a autorização do bioquímico ou responsável do horário.
• Todas as amostras recebidas devem ser registradas no cadastro de pacientes do laboratório clinico (sistema de informática) e nos registros (cadernos ou folhas de trabalho existentes no laboratório).
• Estabelecer critérios de rejeição. Se as amostras comprometidas forem aceitas, o laudo final deve indicar a natureza do problema, se for o caso, deve ser observado na interpretação do laudo.
IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA
• De acordo com o formulário de cadastro interno do laboratório, conferir e confirmar a identificar a amostra com o nº de sequência, registro, nome do paciente e exames a serem realizados através da bancada dos exames.
• Não devem ser aceitas amostras não identificada.
TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS
• O laboratório deve ter um procedimento para monitorar o trânsito das amostras coletadas de modo a assegurar que sejam transportadas, dentro de um prazo estabelecido, respeitando a estabilidade dos analitos, com o acondicionamento adequado, de acordo com o manual de coleta das amostras, assim assegurando a integridade das mesmas.
• Deve garantir a segurança do transportador, do público em geral, do meio ambiente e do laboratório de destino, obedecendo as exigências legais nacionais ou locais.
• Usar maletas de coleta que ofereçam garantias de biossegurança para transportar material coletado ou carrinho de coleta.
REGISTRO DAS AMOSTRAS
• Registrar os exames a ser realizado colocando a data, nº de sequência, nome completo do paciente, registro ou ordem de serviço conforme sistema do laboratório de acordo com a relação dos exames solicitados correspondentes com as suas bancadas e rotina do setor.
TRIAGEM DAS AMOSTRAS
• Após a coleta do material e registro dos exames, os mesmos devem ser transportados para o setor de triagem, onde serão realizadas as separações de plasma e soro, assim encaminhando para suas determinadas bancadas como também para o preparo de demais materiais de fezes e urinas e etc., para a realização da fase analítica (realização dos exames).
Bibliografia
• MANUAL de Biossegurança. Disponível em: <www.cro-rj.org.br/>. Acesso em: 12 abr. 2013
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANÁLISES CLÍNICAS. Programa Nacional de Controle de Qualidade. RDC 302, de 13 abril de 2005 - Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos: comentada. Rio de Janeiro: SBAC, [2012].
• TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Sílvio. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: FIOCRUZ, 2010. 442 p.
• ANDRIOLO, Adagmar. et al. Diretriz para a gestão e garantia de Testes Laboratoriais Remotos (TLR) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). Barueri, SP: Manole, 2012.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Magda Fabiana Dantas da Costa
Magda Fabiana Dantas da Costa
Farmacêutica Bioquimica, Especialista em Analises Clinicas, Mestre em Bioquimica/Biologia molecular.Orientadora Técnico Pedagogica e Docente da escola Técnica do SUS -RET-SUS. CEFOPE-RN.Preceptora PRO-PET Saúde -UFRN-Natal-RN. Farmaceutica Bioquimica da Prefeitura Municipal de Natal desde 1995. Plantonista do Hospital do Coração de Natal-RN
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