Audiometria tonal e vocal

É realizado com fones de ouvido, porém, dentro de uma cabine acústica
É realizado com fones de ouvido, porém, dentro de uma cabine acústica

Medicina

28/02/2014

A audiometria é um exame subjetivo da audição, que depende da resposta do paciente, realizado com fones de ouvido e dentro de cabine acústica. O objetivo do exame é mensurar o limiar auditivo para tons puros.


O limiar auditivo é definido como o nível mínimo de intensidade sonora necessária para que o tom puro possa ser percebido 50% das vezes em que for apresentado, para cada frequência. Os limares são anotados em um gráfico (o audiograma), mas atualmente existem software de apoio ao programa de conservação auditiva.


Porém os limiares podem sofrer variações devido à ambiente (falta de tratamento acústico da sala) e ao examinador (inexperiência). Outros fatores estão ligados ao paciente como: condição geral, motivação, atenção, familiaridade com o exame, interesse do paciente (alguns trabalhadores podem simular uma perda auditiva funcional).


Para realizar o exame, o paciente tem que ser capaz de responder de forma sistemática aos sons apresentados, ele pode ser instruído a erguer a mão (mais eficaz) ou apertar o botão sinalizador (lembrando que deve apertar e soltar) todas as vezes que ouvir um som do fone de ouvido, mesmo que seja bem fraco, avisar ao paciente que os sons são diferentes uns dos outros (agudo, grave, forte, fraco) e que devem estar atentos, que é preciso concentração.


É importante que o paciente esteja ciente do valor do exame para ele e para a empresa. Na rotina ocupacional os audiogramas convencionais permitem a anotação dos limiares para as frequências de 250, 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000Hz. Porém, existem audiometrias de altas frequências, que permitem anotações nas frequências maiores que 8000Hz.


No entanto, as intensidades vão variar de acordo com o modelo do audiômetro, é mais comum encontrar as -10 a 120 dB NA, nas frequências de 500 a 6000Hz, de -10 a 110 dB na frequência de 250 e de -10 a 100dB NA na frequência de 8000Hz.
Os equipamentos básicos para realização da audiometria nas empresas são: audiômetro (fones de ouvido; vibrador ósseo; microfone), cabine acústica e estetóscopio. Cada objeto tem sua função determinada e momento de manuseio.


Portanto, não podemos esquecer-nos da calibração dos equipamentos, que é o processo de controle das características de frequência, intensidade e tempo. Este processo deve ser realizado por um técnico habilitado. Há dois tipos de calibração: a biológica e a eletroacústica.


A audiometria tonal tem como objetivo os limiares auditivos de via aérea e via óssea. A via aérea é obtida através dos fones de ouvido e a via óssea, através do vibrador ósseo. Deve iniciar o exame pela orelha com a qual o paciente refira escutar melhor nos casos de perda auditiva, nos paciente com audição normal, pode iniciar pela orelha direita.


Se o paciente (lembrando que é o trabalhador da empresa) queixar-se de zumbido, é recomendável que se utilize um tom pulsátil. O tom é apresentado inicialmente a 40dB NA, após a obtenção da resposta, vai diminuindo a intensidade em degraus de 10dB, todos os movimento ascendentes de intensidade são feitos em degraus de 5dB e os descendentes em degraus de 10dB.


Por convenção internacional, os limiares devem ser marcados com “O” de vermelho na orelha direita e “X” de azul na orelha esquerda.


A configuração da curva audiometria pode sugerir possíveis patologias, por isso é interessante visualizá-la de forma clinica quando vamos estudar um caso de perda auditiva na empresa, lembrando sempre de comparar com exames anteriores, mais na frente falaremos dos exames de referência e sequencial, que norteia o diagnóstico conclusivo, o diagnóstico diferencial e a definição da aptidão para o trabalho, na suspeita de perda auditiva do trabalhador.
A audiometria tonal por via óssea é realizada sempre que os limiares por via aérea forem maiores do que 25 dB NA (adultos). O procedimento é basicamente o mesmo.


O paciente irá responder de acordo com que sinal de tom puro for apresentado, no entanto, a colocação do vibrador ósseo exige experiência e atenção do fonoaudiólogo, pois o vibrador deve estar na mastóide, devendo ter cuidado para que ele não encoste no pavilhão auricular ou deslize em direção ao couro cabeludo, pois isso provocaria um falso limiar auditivo.


Somente as frequências de 500, 1000, 2000, 3000 e 4000 Hz podem ser pesquisadas, as intensidade máximas são 70 dB (1000 a 4000) e 65 dB (500Hz.). Também por convenção internacional os símbolos da via óssea são: “<” de vermelho para orelha direita e “>” de azul para orelha esquerda.


Tendo em mãos os dois limiares (aéreo e ósseo), podemos fazer uma comparação, estabelecendo o diferencial aéreo-ósseo (gap), classificando assim os tipos de perdas auditivas (perda condutiva, perda neurossensorial,perda mista ou perda funcional).


Para finalizar a audiometria vocal tem como objetivo avaliar a habilidade de perceber e reconhecer os sons da fala. Inclui os seguintes testes:
- “Limiar de Reconhecimento de Fala” (SRT) – é definido como a menor intensidade com a qual o paciente é capaz de repetir corretamente 50% das palavras. O paciente irá repetir palavras que serão apresentadas com intensidade cada vez menor. O SRT deve corresponder à média dos limiares tonasi por via aérea nas frequências de 500,1000 e 2000Hz.
- “Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF) – mede a habilidade do paciente em repetir palavras com aproximadamente 40dB de nível de sensação (NS), ou seja 40dB da média das frequências de 500, 1000 e 2000Hz.
As avaliações por audiometrias no programa de conservação auditiva faz conexão com todas as etapas do PCA, pois o objetivo é documentar e prevenir a perda auditiva induzida por ruído. Lembrando sempre que para a realização das audiometrias, o repouso auditivo é indispensável e dever ser no mínimo de 14horas, segunda a Portaria 19 do Ministério do Trabalho.


O que deve ficar bem claro é que para segurança da empresa e proteção do trabalhador, os exames audiómetricos devem ser realizados no mínimo no momento da admissão, com seis meses depois e anualmente (dependendo dos casos específicos, tem que ser levado em consideração idade, predisposição para o desenvolvimento da perda auditiva e o nível de ruído e o tempo de exposição) existes casos que o bom senso e ética podem decidir (visando sempre a saúde o trabalhador).


É durante os exames audiométricos que podem ser identificado casos de perda auditiva induzida por ruído, e é o diagnóstico de perda auditiva dos funcionários que irá denunciar sobre a ineficácia dos programas que visam a saúde do trabalhador.


Com os resultados dos dados dos exames da audição documentados, fica fácil formular relatórios anuais que relate a situação da audição dos trabalhadores, que deve constar de aspectos amplos e específicos sobre conservação auditiva.


O relatório deve apresentar os objetivos do trabalho, as datas em foram desenvolvidas as avaliações, os critérios de avaliação que foram adotados, os instrumentos utilizados, metodologia utilizada, a descrição simples das condições de exposição ao ruído, os dados obtidos e a interpretação dos resultados.


Os exames são arquivados no prontuário médico ou na ficha do funcionário, para que seja acompanhado a qualquer momento, seja por motivo de perda auditiva, dúvidas da empresa ou fiscalização trabalhista.


O laudo tem que ser legível e conciso, seguido da assinatura do funcionário da empresa e assinatura do fonoaudiólogo com o registro do conselho regional de fonoaudiologia.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

por Colunista Portal - Saúde

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