O período embrionário inicia com a ligação do zigoto à parede uterina
Medicina
27/01/2014
O período embrionário inicia com a ligação do zigoto à parede uterina e continua durante aproximadamente seis semanas. Ocorrem dois grupos importantes de eventos durante o período embrionário. Primeiro, o ambiente uterino em que a criança pré-natal se desenvolverá, fica estabelecido. Começam a desenvolver os seguintes aspectos:
Durante as duas primeiras semanas de gravidez, a mãe não tem consciência dos fatos que estão acontecendo, e que são virtualmente inconstatáveis por meios bioquímicos. Quase imediatamente depois da fertilização, o zigoto, à medida que desce a trompa, se divide e se transforma em duas células ligadas, essas se subdividem e se transformam em quatro e assim sucessivamente. Para formar o corpo são estimadas aproximadamente vinte e seis bilhões de células (STONE & CHURCH, 1969).
As novas células formadas, não seguem seu próprio curso, como as duas metades da ameba, cada uma das quais constitui um organismo completo. Pelo contrário, permanecem juntas de uma forma organizada; subordinam-se ao organismo como um todo e operam em relação a um plano básico da pessoa em crescimento.
Quando o zigoto tem cerca de sete dias e já se localizou no útero, ele consiste num agrupamento de células em duas camadas, uma interna e outra externa. Secreções da camada externa cavam um recesso no tecido uterino, onde se aninha o zigoto, estendendo prolongações que criam raiz nos espaços do tecido repletos de sangue. O material nutritivo – oxigênio, água, sangue, açúcar, etc., é absorvido do sangue da mãe por meio das paredes destas prolongações, sendo pela mesma via eliminados os dejetos. Deve-se notar que, normalmente, não há nunca uma mistura de sangue entre a mãe e a criança. As paredes dos vasos sanguíneos atuam como uma membrana fina que admite apenas certas substâncias, impedindo a passagem do sangue propriamente dito (STONE & CHURCH, 1969).
Depois desse processo de fixação, o período germinal do desenvolvimento pré-natal é dedicado, sobretudo à construção de um alojamento no qual a criança passará sua vida dentro do útero; a criança mesma, enquanto isso permanece dentro de uma protuberância interior do zigoto chamada disco germinal. O disco, juntamente com o alojamento, constitui o zigoto. Por essa razão, irá ser descrito primeiramente a forma que este alojamento assumirá, antes do crescimento do bebê (STONE & CHURCH, 1969).
Em primeiro lugar, há a placenta, uma placa carnosa, em forma de disco, que é uma elaboração da junção dos tecidos da criança com os tecidos maternos, formada quando o zigoto se fixa por meio de vasos sanguíneos em forma de raiz, permanecendo, entretanto distinta desse tecido. A criança se liga ao outro lado da placenta pelo cordão umbilical, uma extensão de seu sistema circulatório. No cordão, há duas artérias carregando sangue do feto para a placenta, e apenas uma veia levando o sangue de volta ao feto (STONE & CHURCH, 1969).
As artérias umbilicais levam o sangue carregado dos produtos residuais e dióxido de carbono, enquanto que a veia traz de volta à circulação fetal ao sangue renovado, provindo da placenta que atua, inclusive, como substituto do pulmão. Das bordas do disco da placenta projeta-se uma membrana de duas paredes, formando uma espécie de balão cheio de fluído amniótico no qual a criança flutua (STONE & CHURCH, 1969).
O segundo grupo de eventos do desenvolvimento, que ocorre durante o período embrionário, envolve a diferenciação de estruturas físicas dentro do próprio organismo. Durante a divisão celular que ocorre neste período, envolvem do zigoto três camadas de tecido. O ectoderma, ou tecido externo, forma o fundamento para o cabelo, unhas, dentes e outras estruturas físicas encontradas nas estruturas exteriores do corpo. O mesoderma, ou tecido intermediário, forma a base para o desenvolvimento dos músculos, ossos e sistema circulatório. O endoderma forma o fundamento para as estruturas interiores do organismo – por exemplo, o trato gastrintestinal, órgãos vitais como os pulmões, coração, fígado e assim por diante. A diferenciação inicial de todos esses órgãos fica completa ao final do período embrionário (aproximadamente na oitava semana). Por esta época é possível ouvir o funcionamento primitivo do coração e observar que as características físicas do embrião se assemelham as do ser humano.
Durante o período embrionário ocorre o desenvolvimento inicial de muitos órgãos vitais da criança. Assim, quaisquer anormalidades que ocorram no processo de desenvolvimento durante este período, podem resultar em uma disfunção fatal de tais órgãos vitais. Por essa razão, os abortos espontâneos ocorrem mais frequentemente durante o período embrionário. Além disso, o impacto da moléstia da mãe, de sua ingestão de drogas ou outros eventos nocivos ao processo de desenvolvimento, tem seu maior efeito negativo por essa ocasião (STONE & CHURCH, 1969).
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Colunista Portal - Saúde
O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93