30/12/2013
Introdução
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005) define a síndrome metabólica como sendo “um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina”. Trata-se de um tema que tem sido bastante estudado nos últimos anos e que é responsável pelo aumento das taxas de mortalidade cardíaca em torno de 2,5 vezes. Segundo Penalva (2008), diz respeito a um grupo de fatores de risco intrinsecamente relacionados, que contribuem não só para a ocorrência de doenças do coração, mas também aos casos de diabetes do tipo 2. Entre tais fatores, podem ser apresentados: hiperglicemia, hipertensão arterial, dislipidemia aterogênica.
Vale ressaltar que não existe uma causa que seja específica para a referida síndrome, mas uma série de estudos já comprovou a sua relação com os casos de obesidade abdominal, como também com a resistência do organismo à ação da insulina. A própria obesidade é um aspecto que predispõe aos níveis elevados de colesterol, o que está ligado com a hipertensão, além da hiperglicemia, principalmente por causa do excesso de tecido adiposo. Já a resistência à insulina contribui bastante para a alta prevalência de diabetes e mais ainda para as doenças cardíacas.
Por outro lado, é importante frisar que as populações sedentárias, os indivíduos que praticam o tabagismo e, inclusive, as populações de baixa renda compõem a principal comunidade afetada pela SM.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura bastante simples e de temática aberta, realizada por meio da seleção de duas bibliografias que apresentassem o tema aqui proposto, com o objetivo de apresentar resumidamente os principais aspectos relacionados com a síndrome metabólica.
Diagnóstico e Tratamento
Para a realização do diagnóstico clínico, torna-se preciso identificar os fatores de risco associados. Nesse contexto, realiza-se a história clínica (avaliação dos principais aspectos relacionados ao paciente, tais como: idade, tabagismo, prática de atividades físicas, histórico de doenças, terapia medicamentosa, etc.), o exame físico para o diagnóstico (pela medida da circunferência abdominal, níveis de pressão arterial, peso e estatura, exame da pele e exame do coração) e os exames laboratoriais, que incluem: teste de glicemia em jejum, dosagem do HDL-colesterol e triglicerídeos. Há situações em que podem ser solicitados os exames de: ácido úrico, colesterol total, proteína C reativa, entre outros.
No tocante ao tratamento da SM, a perda de peso é um fator fundamental, pois auxilia na diminuição da pressão arterial e da glicemia, como também melhora a sensibilidade à insulina, e ajuda a evitar as doenças e os problemas supracitados. Para que isso ocorra, é necessário que o indivíduo adote mudanças em seu estilo de vida, as quais incluem a prática de atividades físicas aeróbicas regulares (com duração mínima de 30 minutos, elevação do HDL-colesterol e controle do nível glicêmico, o que contribui para a redução do tecido adiposo visceral, mesmo que não traga uma perda de peso muito notável, mas também ajuda no combate a outras enfermidades como alguns tipos de câncer) e a adoção de uma dieta alimentar equilibrada.
Esta dieta, por sua vez, deve incluir (no caso dos sujeitos portadores), conforme Penalva (2008) carboidratos complexos e integrais, proteínas e gorduras, com preferência para as gorduras mono e poliinsaturadas, acrescentando vitaminas e minerais. Salienta-se o controle da ingestão de sódio (sal), que contribui na pressão arterial. Isso engloba a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais; a redução de açúcar livre, sal, gorduras saturadas e trans.
Alguns medicamentos também são recomendados na execução do tratamento, mesmo não existindo drogas específicas para a situação aqui apresentada. Ressalta-se o uso de estatinas (eventos cardiovasculares) e fibratos (hipertensão arterial e hiperglicemia), os antidiabéticos orais e os anti-hipertensivos, a exemplo dos diuréticos, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos, entre outros.
Sob recomendação e orientação médica, pode ser aplicado o tratamento cirúrgico, o qual pode ser restritivo (diminuição da entrada de alimentos no tubo digestório), disabsortivo (redução da absorção) ou misto (os dois procedimentos aqui citados), lembrando que esse método pode apresentar riscos e complicações, como dumping, coletitíase, além da má nutrição.
Não se pode esquecer de afirmar que a baixa adesão ao tratamento influencia na dificuldade de controle das doenças crônicas aqui apresentadas que se encontram relacionadas com a síndrome metabólica, como hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia. O paciente precisa ser motivado a seguir o tratamento, mesmo que não encontre resultados imediatos. A equipe multiprofissional de saúde precisa articular recursos e estratégias que venham a contribuir significativamente à minimização desse problema.
Conclusão
A síndrome metabólica é um transtorno que ainda se encontra em estudos. São conhecidos os principais fatores de risco a ela relacionados, como também a sua prevalência no tocante ao excesso de peso (destacando a obesidade abdominal); entretanto, as suas causas e o seu tratamento ainda são imprecisos. A mudança do estilo de vida é o meio mais apropriado e recomendado para o tratamento dessa síndrome.
Referências
PENALVA, D.Q.F. Síndrome metabólica: diagnóstico e tratamento. Rev. Med. (São Paulo), 87(4), p. 245-50, out.-dez., 2008.
SOCIEDADE Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, volume 84, suplemento I, abr. 2005.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
As publicações neste portal correspondem ao período em que fui Estudante de Graduação em Biomedicina. Hoje, sou Bacharel em Biomedicina (2015) pela Faculdade Nobre de Feira de Santana (BA), Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Fundação Visconde de Cairu (BA), Mestrando.
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