Doenças causadas por consumo de drogas

O alcoolismo pode ser considerado nos dias atuais uma doença crônica
O alcoolismo pode ser considerado nos dias atuais uma doença crônica

Medicina

13/11/2013

Alcoolismo

O alcoolismo pode ser considerado nos dias atuais uma doença crônica, e que necessita de tratamento e cuidados especiais. Além disso, outros tipos de doenças crônicas (tais como hepatite, cirrose e hepatocarcinoma) podem afetar pessoas viciadas em álcool, levando à morte ou ao menos a uma diminuição na sua capacidade produtiva de forma precoce.


Há ainda inúmeros problemas sociais que o uso crônico de álcool traz consigo, como brigas na família, homicídios, suicídios, ocorrências policiais, casos de violência contra mulheres e crianças, acidentes de trânsito, entre outros. Além disso, as crescentes notificações de diagnóstico do alcoolismo crônico relacionado ao trabalho é uma realidade muito presente nos dias atuais.


Soma-se a este cenário o preconceito social, que de certa forma estimula o mascaramento da doença, levando às subnotificações. Nesses casos, o afastamento do trabalhador pode ocorrer apenas muito tempo depois do início do alcoolismo, devido às doenças associadas ao álcool, que nada mais são que complicações do alcoolismo crônico.


A expansão do consumo de bebidas alcoólicas é fortemente influenciada pelas condições socioculturais. O trabalho em si também pode ser considerado um dos fatores psicossociais de risco para o alcoolismo crônico. O consumo coletivo de bebidas alcoólicas, associada ao ambiente de trabalho ou situações que envolvam o trabalho pode, na verdade, representar uma forma de garantir inclusão no grupo. Como também pode ser um modo de viabilizar o próprio trabalho, por meio dos efeitos que o álcool exerce: calmante, euforizante, estimulante, relaxante, indutor do sono, anestésico e antisséptico.


Algumas ocupações têm revelado uma frequência maior de casos de alcoolismo, em especial as que são socialmente desprestigiadas, como as que envolvem contato com lixo, cadáveres, apreensão e sacrifício de animais; trabalhos em que a tensão é constante e elevada, principalmente as que envolvem trabalho perigoso como transporte coletivo, bancos, ramo civil, repartições públicas, comércio; trabalho cuja atividade é monótona ou que gera tédio; trabalhos com isolamento do convívio humano como os de vigias e situações de trabalho que envolve afastamento prolongado do lar.


Visto a associação do grande número de acidentes com o alcoolismo, pode-se concluir que os ambientes propensos ao alcoolismo também são locais de risco para acidentes no trabalho. O alcoolismo crônico em determinados grupos ocupacionais pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, encaixando-se no grupo II da Classificação de Schilling, bem como pode ser classificado por meio da CID10.


Psicoses e neuroses

Transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho são aqueles resultantes de situações do processo de trabalho, provenientes de fatores pontuais como exposição a determinados agentes tóxicos, até a completa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas, assédio moral no trabalho e a estrutura hierárquica organizacional. Transtornos mentais e do comportamento, para uso deste instrumento, serão considerados os estados de estresses pós-traumáticos decorrentes do trabalho, de acordo com o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde.


Os transtornos mentais relacionados ao trabalho são reconhecidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Previdência Social. Com isso, o trabalhador tem direito ao benefício acidentário.


Na neurose, o indivíduo, além de saber que é um neurótico, tem plena consciência dos seus atos, mas não consegue controlá-los, já os psicóticos não têm essa consciência, eles perdem a noção da realidade.


Os sintomas mais frequentes de um neurótico são: insatisfação geral, excesso de mentiras, manias, problemas com o sexo, dentre outros. Exemplos deles são o transtorno obsessivo compulsivo (TOC); depressão e a síndrome do pânico.


Já a psicose é marcada por fases de delírios e alucinações. Podemos citar como exemplos de psicose a esquizofrenia, o transtorno bipolar e o autismo. Há cura para a neurose, já para a psicose não há cura definitiva.


Neuroses são distúrbios leves com poucas distorções da realidade e tratada principalmente pelo psicólogo. É a desordem na personalidade que gera angústia e inibe suas condutas, é um conflito intrapsíquico. Os sintomas são: insatisfações gerais; manias; problemas relacionados à área sexual; e excesso de mentiras.


A psicose é uma doença mental grave que afeta a personalidade na zona central do eu. Alguns sintomas incluem: delírios, com falsa realidade percebida (acredita em conspiração contra ele se vê duas pessoas simplesmente conversando, ou se julga Deus); alucinações (a pessoa escuta vozes ou tem visões). Acredita que fontes externas controlam seus pensamentos. O escutar vozes é o mais comum.

A psicose não tem cura definitiva. A ingestão de remédios provoca a estabilização da doença que, entretanto, pode voltar a se manifestar, em surtos de maior intensidade. É marcada por fases de delírios e alucinações (estágios lúcidos/críticos) durante os quais a pessoa pode desenvolver estados de dupla personalidade inconscientemente, ou seja, a própria pessoa não sabe que tem esta dupla personalidade.


Na neurose, o indivíduo sabe que é neurótico e consegue distinguir seus desvios, ou seja, tem consciência deles, mas não consegue evitá-los. Já o psicótico não é capaz de tal discernimento, confundindo-se quanto a ele mesmo.


Considera-se uma pessoa psicótica quando seu funcionamento mental interfere consideravelmente em sua maneira de enfrentar a vida. Os problemas manifestam-se na forma de incapacidade de reconhecer a realidade, nas alterações de humor e/ou déficit intelectual. Os neuróticos podem agir de modo "normal", os psicóticos são incapazes de cuidar de si.


As neuroses também são classificadas da seguinte forma:

1) distúrbios de ansiedade (fobia, pânico e distúrbios obsessivos compulsivos).

• fobia – medo excessivo ou absurdo. O fóbico se sente impotente para controlar seus sentimentos;

• pânico – surge de repente sem prévio aviso, sendo comum se manifestar com um terror incontrolável. Durante o ataque, a respiração fica difícil, surgem tremores e tensão muscular. A ansiedade e irritabilidade podem levar a uma depressão;

• distúrbios obsessivos compulsivos – são considerados como neurose quando não servem a nenhum propósito construtivo, são desgastantes e atrapalham a vida (relacionamentos).


2) distúrbios psicossomáticos – essa desordem caracteriza-se por problema físico, mas seus sintomas não apresentam bases orgânicas. No entanto, como o conhecimento médico está longe de ser completo, os sintomas de uma verdadeira doença podem ser erroneamente diagnosticados como conversão somática;


3) distúrbios dissociativos – são caracterizados por alterações de consciência. Amnésia, fuga e personalidade múltipla. Esses distúrbios são raros;


4) distúrbios afetivos
• depressão – estado mais intenso e prolongado que a tristeza. É típico sentir-se sem remédio e rejeitado, ocorre em alguns o sentimento de morte e pensamentos de suicídio;

• distúrbio bipolar – crises decorrentes de profunda depressão e mania (euforia e excitação), neste aspecto os indivíduos ficam em êxtase e com incrível autoconfiança, ao mesmo tempo podem se irritar facilmente. O falar é rápido, manifestam ideias de grandeza, e ao serem irritados ou zangados podem ficar extremamente violentos.

As psicoses podem ser classificadas em:

1) distúrbios esquizofrênicos
– alteração na percepção, desordem do pensamento, desordem emocional, delírios e alucinações, afastamento da realidade, comportamento estranho e distúrbios da fala;


2) esquizofrenia paranoide – apresenta certo grau de visão da realidade. A principal característica é a mania de perseguição;


3) distúrbios de personalidade – demonstração de ser antissocial ou psicopatia. Os psicopatas não manifestam a noção do que é certo ou errado. Não têm medo e podem cometer o mesmo erro muitas vezes, mesmo sofrendo severas punições.


A neurose costuma afetar indivíduos com uma personalidade predisponente, o que favorece uma tendência para negar a realidade e para resistir a ela. Por outro lado, a educação e as características culturais do meio também desempenham um papel muito importante no desenvolvimento de uma neurose, pois contribuem de forma decisiva para moldar a personalidade, podendo acentuar, consequentemente, os traços neuróticos do indivíduo.


Além disso, a neurose pode ser desencadeada ou agravada pelo aparecimento de circunstâncias que, por serem estressantes ou conflituosas, podem acentuar ainda mais os traços neuróticos do indivíduo.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

por Colunista Portal - Saúde

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