Disfunções Sexuais Femininas

Quanto mais ampla for a abordagem da sexualidade, maior será a compreensão
Quanto mais ampla for a abordagem da sexualidade, maior será a compreensão

Medicina

12/11/2013

Quanto mais ampla for a abordagem da sexualidade, maior será a compreensão dos processos envolvidos na gênese das disfunções sexuais e melhores opções terapêuticas. (CHEDID, 2000, p. 69)


Aqui serão abordadas as disfunções sexuais femininas de maior interesse, que são a Dispareunia, o Vaginismo e a Anorgasmia.


Dispareunia


A Dispareunia é caracterizada por dor genital durante o coito. Pode também ocorrer dor antes ou depois da relação sexual. Por ser um transtorno sexual pouco comum há limitada quantidade de informações disponíveis. Isso tem sugerido que o curso da dispareunia tende a ser crônico.

É necessário um diagnóstico preciso e descartar as possíveis causas orgânicas. É importante também identificar o tipo de dor, o local da dor (se interna ou externa e em que ponto), duração, intensidade, início e fim. E, se o sintoma da dor é transitório, permanente, situacional ou generalizado.

O fato de se apresentar como sintoma recorrente leva a pensar que o encontro sexual não está sendo realizado de forma harmoniosa ou que essa mulher está tensa ou desconectada da capacidade de sentir prazer. (VERDIER, 2001, p. 269).

No consultório o relato é de dor cortante, ardor e contração. A dor pode alterar o desejo sexual, bem como a excitação e o orgasmo. Assim, o pompoarismo pode ajudar a mulher a se conectar melhor com seu corpo e aumentar sua libido. Pois, sem desejo não há excitação nem orgasmo.



Vaginismo


O Vaginismo é caracterizado pela contração involuntária dos músculos da vagina, causando dor na penetração. Segundo os dados estatísticos do Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (2004), 18% das mulheres brasileiras sentem dor na penetração.

Geralmente elas não têm dificuldade em ter desejo, excitação nem orgasmo. Pode acontecer inclusive a lubrificação vaginal. As mulheres com vaginismo podem ter atividade sexual sem penetração com prazer e satisfação.

O Pompoarismo pode ajudar no tratamento do vaginismo. Os exercícios de contração e a melhor consciência dos músculos da vagina auxiliam a mulher a ter uma melhora significativa na atividade sexual coital.

Existe tratamento para o Vaginismo?

A contração involuntária dos músculos próximos à vagina, que dificulta ou até mesmo impede a penetração do pênis na relação sexual é o que define o Vaginismo. Uma disfunção sexual de causa psicológica, geralmente associada à ansiedade e ao medo.

O Vaginismo divide-se em subtipos. Pode ser primário ou secundário e situacional ou generalizado. O vaginismo primário é quando a mulher tem a dificuldade de ser penetrada desde o início da sua vida sexual. No vaginismo secundário a mulher já conseguiu ter relações sexuais com penetração e sem dor, mas por alguma situação traumática não consegue mais. Já o vaginismo situacional pode acontecer em determinadas situações, como um ambiente diferente, um parceiro específico, um exame ginecológico ou uma avaliação fisioterapêutica. E, no vaginismo generalizado ocorre em qualquer situação, como em qualquer tentativa de penetração sexual e exame físico.

Há muita confusão entre o Vaginismo e a Dispareunia. Importante deixar claro que na Dispareunia não existe a dificuldade na penetração. Ocorre dor persistente e recorrente durante a relação sexual. Pode ser de causas orgânicas ou psicológicas. É importante também fazer uma avaliação para uma boa saúde sexual.

A boa notícia é que há sim tratamento para o vaginismo, que pode incluir uma abordagem multidisciplinar (psicólogos, ginecologistas e fisioterapeutas, com especialização em sexualidade humana). O objetivo é reduzir a ansiedade associada à penetração. Para tanto, é importante além de trabalhar o controle dos músculos com exercícios de contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, a verificação da história sexual, dos medos e ansiedades para identificar as dificuldades psicológicas, traumas e inseguranças que estão impedindo essa mulher de vivenciar de forma plena a sua sexualidade.

Fique atenta aos possíveis sinais e sintomas do seu corpo. Caso você apresente algum desses sintomas ou já tenha sido diagnosticada com vaginismo procure um(a) especialista em sexualidade humana. Assim, você poderá diminuir a tensão nas suas relações sexuais, melhorar sua saúde sexual e ter atividades sexuais com qualidade.


Anorgasmia


É a disfunção sexual que mais aparece nos consultórios. 26,2% das mulheres que participaram da pesquisa coordenada pela Dra. Carmita Abdo, o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (2004) relataram a incapacidade de atingir o orgasmo.

Em geral, a inibição do orgasmo é resultado de estímulo inadequado das zonas erógenas, em especial o clitóris. Esta inibição pode ocorrer somente durante o coito ou ser total (durante o coito e com manobras masturbatórias). (CHEDID, 2000, p. 77)
A anorgasmia caracteriza-se pela dificuldade em atingir o orgasmo ou até mesmo a incapacidade de atingi-lo. Segundo Rodrigues Jr e Zeglio (2001), podemos dividir as queixas em dois grupos primários:

1. Mulheres que nunca tiveram experiência de orgasmo, não importa a circunstância;

2. Mulheres que conseguem orgasmos com masturbação ou manipulação clitoridiana.
(RODRIGUES JR e ZEGLIO, 2001, p. 315).


E em três grupos secundários:

1. Mulheres que, apesar de obterem orgasmos com a manipulação clitoriana, não os obtêm com o coito, com o movimento da penetração apenas;

2.
Mulheres que conseguiam orgasmos e deixaram de obtê-los em uma época específica da vida;

3. Mulheres que não conseguem orgasmos em determinadas circunstâncias ou com determinadas pessoas (nesse caso, é importante questionar qual a importância dessa(s) pessoa(s) na vida da cliente, pois existe grande chance de o problema estar associado ao relacionamento interpessoal). (RODRIGUES JR e ZEGLIO, 2001, p.316).


Alguns dos fatores que impedem o orgasmo são
: pressa, medo, sentimento de culpa, vergonha, falta de conhecimento do próprio corpo. Perceba que sempre voltamos ao desconhecimento da mulher do seu próprio corpo como fonte de prazer. Esse autoconhecimento pode acontecer com as técnicas do Pompoar, que inclusive ajudarão no tratamento da anorgasmia.


Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

por Colunista Portal - Saúde

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