Educação - importante arma na luta contra depressão e ansiedade

A depressão e a ansiedade são consideradas doenças psiquiátricas de grande prevalência na população. Muitos fatores estão envolvidos no desenvolvimento desses distúrbios, como predisposição genética e/ou familiar, problemas sociais e pessoais, como a falta de emprego, o estresse, a violência ou a perda de um ente querido.

Embora existam tratamentos bastante efetivos para essas enfermidades, acredita-se que determinados fatores podem levar à sua perpetuação, mesmo quando todas as condutas médicas são seguidas, ou mesmo à "cura". Foi pensando nessa possibilidade que pesquisadores noruegueses elaboraram uma pesquisa sobre o tema, publicada recentemente na revista Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology.

Para tentar descobrir quais motivos provocam a permanência ou a remissão dos sintomas de depressão e ansiedade, os investigadores acompanharam um grupo de pessoas com essas doenças por 4 anos. Elas foram classificadas em graus variados de acordo com o Hospital Anxiety and Depression rating scale (HADS –T) e, após o período de observação, responderam a questionários apropriados que abordavam aspectos sociais, econômicos, familiares, educacionais, entre outros.

Segundo os pesquisadores, problemas como a falta de emprego, episódios prévios de depressão e ansiedade, assim como a falta de amigos, dependendo da classificação do indivíduo poderiam influenciar na permanência dos sintomas ao longo dos anos. Entretanto, um fato interessante despertou a atenção: independentemente do grau de depressão e ansiedade, a educação demonstrou ser o principal meio de proteção a recaídas dos sintomas. Não somente isso, pessoas com nível educacional mais elevado foram as que apresentaram remissão dos distúrbios ao final do estudo.

Para os autores, esses achados sugerem que a escala HADS-T parece ser um bom método para predizer sobre os sintomas de ansiedade e depressão e possibilita o reconhecimento dos fatores que podem interferir sobre a permanência ou a remissão dos mesmos.

Fonte: Boa Saúde         20/02/2008