Traqueia, brônquios, pleuras e os pulmões

Medicina

13/03/2013

Da laringe segue-se a traqueia, um tubo mediano cilindroide constituído de inúmeros anéis incompletos ou semianéis em forma de C sobrepostos de tecido cartilaginoso para impedir colapso (colabar ou fechar). Estes anéis são unidos por ligamentos anulares. Esta estrutura também faz parte da porção de condução do ar.

A parede posterior da traqueia não possui cartilagem, ou seja, são paredes membranáceas achatadas constituídas de músculo traqueal (músculo liso e fibroelástico).

As cartilagens da traqueia lhes dão rigidez suficiente para impedir o colabamento ou fechamento de suas vias e ao mesmo tempo são unidas de tecido elástico, para gerar mobilidade e flexibilidade durante a respiração e nos movimentos da laringe.

A traqueia possui um leve desvio para a direita próximo a extremidade inferior, antes de se dividir em dois brônquios principais direito e esquerdo, que também são da porção condutora de ar.

Já os brônquios principais direito e esquerdo são semelhantes à traqueia e denominados brônquios de primeira ordem.

Cada brônquio principal dá origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem. Cada brônquio lobar da origem aos brônquios segmentares ou de terceira ordem.

Os segmentares sofrem sucessivas divisões até mais ou menos 15 gerações (ou divisões) terminado no bronquíolo terminal e respiratório, este último faz parte da porção respiratória. 

O conjunto das ramificações (divisões) dos brônquios é chamado de árvore brônquica.

Pleura e pulmões

O pulmão direito e esquerdo, órgãos principais da respiração, ou seja, faz parte da porção de respiração (trocas gasosas), estão contidos na cavidade torácica e entre eles encontramos uma região mediana denominada mediastino, ocupada pelo coração, traqueia, brônquios principais, esôfago, nervos e vasos linfáticos

Cada pulmão é envolvido por um saco seroso completamente fechado ou saco pleural.

A pleura representa dois folhetos, o parietal e o visceral ou pulmonar. A pleura parietal recobre a face interna da parede do tórax, já a pleura visceral reveste a superfície do pulmão, ou seja, é colada no pulmão e mantém continuidade com a parietal.

Entre as pleuras pulmonar e parietal há um espaço virtual, a cavidade pleural, contendo pequena quantidade de líquido de espessura capilar que permite o livre deslizamento de um folheto contra o outro durante a respiração, ou seja, nas variações de volume pulmonar nos movimentos respiratórios.

É importante frisar que dentro dessa cavidade a pressão é subatmosférica, um fator muito importante quando falarmos de mecânica respiratória.

Voltando aos pulmões, os mesmos são órgãos de forma cônica constituído de tecido esponjoso elástico. Apresentam em sua estrutura um ápice superior, uma base inferior, duas faces, uma costal em relação às costelas e uma medial voltada para o mediastino.

A base repousa sobre o diafragma, músculo que separa internamente o tórax do abdome e por isso é conhecida também como face diafragmática.

Os pulmões são subdivididos em lobos, cujo número é de três para o pulmão direito e dois para o esquerdo, sendo lobo superior, inferior e médio, este último apenas encontrado no pulmão direito.

Os lobos dos pulmões são separados por fendas ou fissuras profundas, sendo oblíqua e horizontal. No pulmão direito existem as duas fissuras que separa os três lobos, já no esquerdo apenas a oblíquo.

Para finalizarmos o assunto, no pulmão existem estruturas em forma de fenda (forma de raquete) denominadas de hilo pulmonar. Esta é uma região que entram e saem vasos, brônquios e nervos, constituindo a raiz pulmonar. O conjunto de todos os componentes juntos é chamado de pedículo pulmonar.

Uma curiosidade! No pulmão esquerdo especificamente inferior ao lobo superior existe uma estrutura denominada língula. Esta estrutura é um resquício do desenvolvimento embrionário do lobo médio, ou melhor, uma atrofia do lobo médio do pulmão esquerdo por não apresentar função.