08/03/2013
As vias áreas são divididas em superior e inferior, e vão desde o orifício do nariz até os pulmões. A parte superior inicia no óstio da narina e vai até a cartilagem cricoide na laringe. A parte posterior das cavidades nasal e bucal é constituída pela faringe. As cavidades comunicam-se amplamente, constituindo assim, uma via de passagem única para o ar e os alimentos, ou seja, ela faz parte dos sistemas respiratório e digestivo.
É dividida em três partes:
-Nasofaringe ou rinofaringe: está localizada da parte posterior do nariz até a úvula (ou palato mole).
-Orofaringe: vai da úvula até a epiglote.
-Hipofaringe ou laringofaringe: da epiglote até o início da traqueia (parte anterior) e do esôfago (parte posterior).
Marques e Maniglia (2006) afirmam que quando a pressão intrafaríngea está negativa, os únicos segmentos capazes de colabar as VAS são as narinas, a laringofaringe e a orofaringe.
O ronco e apneia são provocados na faringe, com algumas diferenças. Durante o sono pode ocorrer um colapso das paredes da faringe, com isso a passagem do fluxo aéreo pode ficar mais prejudicada, provocando vibrações, que conhecemos como ronco.
Enquanto o ronco é causado pela vibração da úvula e palato mole, formando um ruído fricativo nos tecidos moles da VAS (GUIMARÃES, 2009), a AOS é causada pela obstrução da VAS devido a um desequilíbrio de forças entre as pressões positivas de estruturas da faringe e próxima da faringe, a pressão negativa inspiratória do interior das vias aéreas e a complacência das paredes musculares da faringe (SILVA, SANDER, ECKELI, FERNANDES, COELHO e NOBRE, 2009).
O equilíbrio entre as estruturas e os fenômenos acima é necessário para evitar o colapso das paredes musculares no estado de sono.
Os autores acima salientam que o que garante a estabilidade necessária para a manutenção da permeabilidade do tubo muscular, que é a faringe, é a relação adequada entre estruturas moles perifaríngeas e as estruturas ósseas de contenção da faringe, como também o funcionamento neuromuscular adequado dos músculos faríngeos.
É necessário um perfeito funcionamento entre a carga mecânica faringeana e o controle dinâmico neuromuscular. Este funcionamento, porém, está alterado em pacientes com SAOS. Estas alterações podem ocorrer por diversos fatores: forma da orofaringe, condições e volume das partes moles circunjacentes, configuração craniofacial e baixo posicionamento do osso hioide, atividade neuromuscular, instabilidade do controle respiratório, efeito fisiológico do sono sobre as vias aéreas superiores, aumento da adesividade das paredes opostas da faringe, além de outros mecanismos que ainda não foram completamente explicados.
Durante o sono ocorre diminuição dos músculos dilatadores da VAS, consequentemente observa-se diminuição do tamanho e aumento da resistência da VAS, ocasionando mudança na dimensão da via aérea superior.
Esta mudança ocorre pelo estreitamento anteroposterior da VAS na região retropalatal e laterolateral em toda a extensão, devido à movimentação ou ao aumento do palato mole, da língua e da região hipofaríngea.
Guimarães (2009) salienta que em pacientes com SAHOS, observa-se o estreitamento da VAS, com deslocamento da língua, do palato mole e dos tecidos moles adjacentes. Esse deslocamento faz com que a língua mude a forma e o volume, consequentemente, mudando as dimensões do palato mole, aumentando-o e alargando-o.
Uma sequência de fatores é descrita pela autora: redução na área da faringe, elevação da pressão de colapso, abertura bucal anormal durante o sono na posição supina, mudança na posição do hioide, causando a obstrução da orofaringe. Na figura, podemos observar a respiração durante o sono na normalidade e com a VAS obstruída.
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