24/01/2013
Apesar de todos os estudos realizados para tentar descobrir as possíveis causas do TDAH, elas ainda continuam desconhecidas e, embora hipóteses existam em abundância, nenhuma responde satisfatoriamente por todos os casos; como afirma Arnold e Jensen (1999).
Nenhuma hipótese isolada obteve aceitação como causa, porém, várias formas apoiadas por evidências convincentes, focalizadas em alguma anormalidade de funcionamento cerebral, genética ou adquirida e até mesmo através da socialização.
Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), por mais que não exista base neurofisiológica ou neuroquímica específica para o transtorno, o TDAH está associado a outros transtornos que afetam as funções cerebrais, como o transtorno de aprendizagem. As exposições tóxicas pré-natais, prematuridade e insulto mecânico pré-natal ao sistema nervoso central fetal também são fatores que podem contribuir para o TDAH.
Apesar de estar caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, existem diferentes quadros clínicos, bem como várias possibilidades de tratamento, indicando que, pelo menos ao nível fenotípico, o TDAH é uma patologia bastante heterogênea (ROMAN, et al., 2003).
Fatores Genéticos
A primeira ligação entre a hiperatividade e a hereditariedade foi estabelecida pelo estudo dos familiares da criança hiperativa. O comportamento dos pais, aflitos e agitados, pode proporcionar que uma criança tenha hiperatividade, e esta criança, mesmo não existindo outros membros na família com TDAH pode desencadear problemas comportamentais em outros membros pela difícil convivência e pelo ambiente caótico que geram.
Os estudos com famílias não excluem a possibilidade de que a transmissão familiar do TDAH tem origem ambiental. Mostrando, dessa forma, a importância de estudos com gêneros e adotados para determinar se uma característica é de fato influenciada por fatores genéticos. Com os gêmeos pode-se observar quanto do fenótipo em questão é herdável, bem como qual a contribuição de fatores ambientais.
Entretanto, as evidências mais fortes da herdabilidade do TDAH são fornecidas pelos estudos com adotados, uma vez que conseguem distinguir com mais precisão os efeitos genéticos dos ambientais (ROMAN, et al., 2003).
Lesão Cerebral
Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), algumas das crianças com TDAH podem durante o período fetal e perinatal ter sofrido uma lesão cerebral mínima ou sutil do Sistema Nervoso Cerebral. Esta lesão poderia ter sido causada por insultos circulatórios, tóxicos, metabólicos, mecânico, bem como por estresse e insultos físicos ao cérebro durante a primeira infância, causados por infecção, inflamação e traumatismo.
Esta gravidade mínima, sutil e subclínica da lesão cerebral podem ser responsáveis pela gênese de distúrbios do aprendizado e do TDAH. Sinais neurológicos não focais (leves) são frequentes.
Barkley (2002) descreve que algumas pesquisas no início do século XX convenceram os cientistas de que lesões cerebrais provenientes de infecções, trauma por queda ou no crânio e complicações da gravidez ou parto, eram as principais causas dos sintomas apresentados no TDAH.
Porém, com o passar do tempo, há mais de 20 anos, os cientistas perceberam que a maioria das crianças com TDAH não apresentavam história de lesões cerebrais, estando apenas relacionadas 5 a 10% das crianças que desenvolveram o TDAH devido a algum tipo de lesão cerebral, embora deva haver algo destrutivo no desenvolvimento dessa porção do cérebro.
Fatores Neuroquímicos
Segundo Barkley (2002), alguns cientistas sugeriram que alguns neurotransmissores se encontram diminuídos nos portadores do TDAH, e, como descrevem Kaplan, Sadock e Grebb (1997), eles ainda têm sido associados com sintomas de déficit de atenção e hiperatividade, como efeito positivo das medicações sobre o transtorno.
A dopamina e noradrenalina são afetadas pelos estimulantes, levando a hipótese de neurotransmissores que incluem uma possível disfunção dos sistemas, tanto adrenérgico quanto dopaminérgico. Vários neurotransmissores podem estar envolvidos no processo, o que evidencia que não existe um único neurotransmissor responsável no desenvolvimento do TDAH.
Fatores Neurofisiológicos
Algumas crianças apresentam um atraso maturativo na sequência evolutiva e podem apresentar um quadro clínico temporário do TDAH, que com o tempo pode ser normalizado, quando logo detectado pelo EEG (KAPLAN, SADOCK e GREBB, 1997).
Chumbos
De acordo com Weiss (1995), estudos confirmaram que altos níveis de chumbo no sangue produzem transtornos cognitivos e comportamentais em algumas crianças, estando estes associados ao maior risco de comportamento hiperativo e desatenção. Por ser um metal sem nenhum valor biológico conhecido, quando ingerido, pode envenenar o sistema energético humano. Alguns estudos, segundo Barkley (2002), evidenciam a relação entre o chumbo e a hiperatividade, mostrando que níveis altos de chumbo no organismo podem causar o TDAH.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93