23/01/2013
A análise descritiva de acordo com quem? Onde? E quando? Pode fornecer informação suficiente sobre a fonte do surto, permitindo tomar ações adequadas ao seu controle. Em outros surtos, no entanto, uma análise subsequente pode ser necessária.
Um estudo de casos e controles frequentemente é usado para esta análise. Os pacientes são entrevistados para determinar que contatos eles tiveram com possíveis agentes, conforme sugerido pelo período de incuba¬ção. Exatamente as mesmas perguntas são então feitas para um grupo controle de pessoas que vivem na mesma área, mas que não apresentam a doença. Deve haver pelo menos um controle para cada caso.
Uma boa maneira de selecionar controles é entrevistar pessoas do mesmo sexo e idade (intervalo de 5 anos) do caso, que vivam em uma casa vizinha na qual não existam casos conhecidos. Tente evitar fazer perguntas que induzam a determinada resposta; no entanto, como as pessoas podem, por exemplo, ter dificuldade em lembrar o que comeram em dias anteriores, a apresenta¬ção de uma lista com vários alimentos pode ser útil. Se possível, os entrevis¬tadores não devem conhecer a explicação para a epidemia para evitar tendenciosidade ao registrar as respostas.
- A técnica dos estudos de casos e controles envolve:
-Entrevistar tanto os casos e controles usando exatamente o mesmo questiona rio para identificar possíveis fontes de infecção.
-Analisar as respostas de casos e controles para determinar o percentual de cada grupo que teve contato com cada uma das possíveis fontes da doença.
-Atentar para qualquer diferença significativa.
-Avaliação do meio ambiente;
A análise sistemática dos dados pode indicar que a fonte do surto está no meio ambiente imediato. Isto pode ser confirmado através da obtenção de amostras do alimento ou água suspeitas, para que sejam examinadas em um laboratório capaz de identificar produtos químicos tóxicos ou contami¬nação fecal. Também se podem investigar os locais onde os vetores de doenças se reproduzem. A colaboração de um inspetor local de saúde que conheça bem a área pode ser de grande valia para investigações desse tipo.
-Controle de epidemias;
Quando se conhece o organismo que originou a epidemia sua fonte e seu modo de transmissão, é geralmente fácil de explicar por que ocorreu. As medidas de controle vão variar de acordo com a doença em questão. A prevenção primária pode ser atingida através das medidas enunciadas em “interromper a transmissão” e “proteger indivíduos susceptíveis” e também através do controle de reservatórios animais.
Se todas essas medidas forem implementadas adequadamente, o núme¬ro de casos novos deve ser substancialmente reduzido. Dessa forma, o suprimento de água potável e o tratamento adequado das fezes poderiam prevenir a transmissão de cólera; o controle do mosquito Anopheles poderia reduzir a transmissão da malária e a imunização poderia proteger crianças pequenas contra o sarampo.
A prevenção secundária pode ser obtida a partir da busca de casos sub-clínicos e de portadores assintomáticos, assim como através de rastreamento dos contatos e da vigilância epidemiológica.A prevenção terciária se dá pelo tratamento dos casos ou portadores assintomáticos, impedindo que continuem a transmitir a doença.
Os primeiros elementos no controle de uma epidemia são, portanto, os seguintes:
- Combater a fonte e o modo de transmissão;
Água contaminada deveria ser proibida ou esterilizada; alimentos contaminados devem ser destruídos e locais onde os vetores se reproduzem devem ser saneados. A educação para a saúde tem também um papel muito importante, e pode ser necessária a elaboração de legislação apropriada.
-Tratar e isolar todos os casos;
O tratamento a ser administrado vai va¬riar conforme a doença e a disponibilidade de serviços de saúde, materiais e medicamentos. Aumentar a resistência da população local. Podem-se prevenir algumas das doenças transmissíveis através de quimioprofilaxia (por exemplo, malária) ou imunização (por exemplo, poliomielite e sarampo).
Deve-se ter claro que em epidemias de algumas doenças, tais como febre tifóide ou cólera, a vacinação é pouco eficaz. Vigilância continuada. Durante a fase aguda do surto é necessário manter sob observação as pessoas com maior risco de adoecer, assim como aquelas sob suspeita de estarem enfermas. Uma vez que a epidemia esteja controlada, deve-se manter a vigilância para detectar casos novos e verificar se as medidas de controle foram efetivas.
O sistema rotineiro de notificação de doenças pode não ser suficiente para atingir esse objetivo, sendo então necessário programar atividades especiais de vigilância. A vigilância epidemiológica pode ser um meio importante para reconhecer e notificar novos casos.
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