HIV e Aids: Etiologia

Esta síndrome não é característica de um único grupo
Esta síndrome não é característica de um único grupo

Medicina

22/01/2013

A Aids desde, seu inicio é considerada uma Pandemia ou seja uma epidemia que se alastrou por todo o mundo, atinge de forma mais prevalente os países em desenvolvimento (América Latina, África, Ásia), tais como regiões com falta de recurso financeiro e humano. Configurando desta forma um dos mais sérios problemas contemporâneos de saúde pública, apresentando alto grau de morbimortalidade e perspectivas de contínuo crescimento e propagação em todos os continentes.

Sendo América Latina, a região que ocupa a quarta posição em número de infectados no mundo, e o Brasil o país que possui o maior número de casos de AIDS na região (CECCATO et al., 2004). Esta síndrome não é característica de um único grupo, tais como: hemolíticos, homossexuais, usuários de drogas injetáveis e indivíduos que recebem transfusão. Todos independente do sexo, idade, cor, raça, religião, profissão ou escolha sexual, estão sujeitos a contrair o HIV (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

A evolução da epidemia exige uma reflexão própria, pois expõe um cenário de contradições sociais no qual se desenvolve e, muitas vezes, a limitada capacidade de resposta do poder público às demandas surgidas. O avanço do desenvolvimento desta doença crônica e progressiva, associados às novas formas de diagnóstica e terapêutica para pessoas infectadas, tem deslocado a capacidade de intervenção para estágios mais precoces de doença, com consequente aumento da sobrevida de pacientes prolongando e melhorando a qualidade de vida entre os indivíduos vivendo com a infecção pelo vírus HIV / AIDS (RODRIGUES et al., 2003).

Agente etiológico                                                                          

A Aids é membro de um grupo de síndromes clínicas causadas por um retrovírus, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), este por sua vez possui genoma RNA, da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae [lentivírus - incluem os vírus: visna de carneiro, imunodeficência bovina, felina e símia (chimpanzés africanos)].

Pertencente ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que para multiplicar-se necessitam de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então integra-se ao genoma do hospedeiro, provocando infecção latente a longo e curto prazo, ocasionando de forma progressiva e fatal síndromes debilitantes acompanhadas de degeneração do Sistema Nervoso Central (SNC).

Em condição experimentais controladas as partículas virais intracelulares sobrevivem no meio externo por até no máximo um dia, já as partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias em temperatura ambiente ou até 11 dias a 37 ºC (ABBAS, LICHTMAN e POBER, 2000; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV-1 eHIV-2, alguns estudos sugerem que as primeiras ocorrências tenham sido entre os anos 40 e 50. Uma vez que numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África apresentavam similaridade com o HIV-1 e 2.

O retrovírus Símia, é similar em 98% ao HIV-1, sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por estes fatos, supõe-se que o HIV tenha origem african a. Esta hipótese podem ser reforçada através de amostras sorológicas foram armazenadas nos anos de 50 e 60 (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2004).

Observa-se ainda, que todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%, possuindo desta forma, a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

O HIV apresenta em seu gênese uma partícula infecciosa que consiste de dois filamentos idênticos de RNA, cada um com aproximadamente 9,2 quilobase (Kb) de comprimento, acondicionadas dentro de um centro de proteínas virais cercadas por um envoltório de bicamada lipídica derivada da membrana celular do hospedeiro, mas incluindo proteínas de membranas codificadas viralmente.

O genoma do HIV compartilha sua estrutura básica das sequências de ácidos nucleicos características de todos os retrovírus conhecidos, incluindo os seguintes elementos: Longas Repetições Terminais (LTR) em cada extremidade do genoma, que regulam a integração viral no genoma do hospedeiro, sequências gag (antígeno especifico ao grupo), que codificam proteínas estruturais do cerne; sequências env (envelope), codificando as glicoproteínas gp 120 e gp 41 do envoltório, necessárias para a infecção das células; e sequência pol (polimerase) codificando a transcriptase reversa, a endonuclease e as enzimas protease virais necessárias para a replicação do vírus.

Além desses três genes retrovírais padrão, o HIV contém vários outros genes acessórios, incluindo tat, ver, vif, nef, vpr e vpu que são responsáveis pela regulação da síntese e da montagem das partículas virais infecciosas e da patogenicidade do vírus, esta variabilidade considerável no seu genoma dificulta o desenvolvimento de uma vacina para combatê-lo (KUMAR, ABBAS e FAUSTO, 2005).

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