Paracoccidioidomicose: um mal pouco conhecido

Fonte: www.ensp.fiocruz.br
Fonte: www.ensp.fiocruz.br

Medicina

12/10/2012

Nome extenso esse acima não? Pois é! O leitor mais apressado poderia apenas passar os olhos por esse palavrão e seguir sua navegação sem parar para ler. Mas como você ficou curioso, saiba que esse mal representa um importante problema de saúde pública no Brasil e em outros países do continente americano, apesar de pouco conhecido por profissionais e pela população.


A paracoccidioidomicose é uma doença causada pelo fungo Paracoccidiodes brasiliensis, encontrado no solo ou poeira carregada do fungo em suspensão, geralmente no meio rural, por isso tem uma grande prevalência entre trabalhadores rurais e agricultores, mas também atinge operários da construção civil. Incide mais em indivíduos do sexo masculino, na faixa etária dos 30 aos 50 anos de idade. O Brasil é responsável por 80% dos casos diagnosticados no mundo.


A pessoa geralmente adquire o fungo ao inalá-lo quando este se encontra suspenso na poeira ou ao trabalhar a terra contaminada. A contaminação através da pele ou da mucosa ferida é muito rara. Após a infecção, os primeiros sintomas podem demorar anos para aparecer.


Entre os principais sintomas estão feridas na boca, garganta e nariz, emagrecimento e fraqueza, rouquidão, falta de ar, perda dos dentes e ínguas (gânglios) no pescoço ou nas virilhas. A doença pode ser confundida com a tuberculose, pois como esta, apresenta uma tosse persistente. Apesar de curável, provoca grande impacto na saúde do indivíduo se não diagnosticada no início, e pode causar a morte.


Não é uma doença contagiosa, pois o indivíduo contaminado não pode transmiti-la a outro, e não é transmitida através de objetos de uso pessoal ou por alimentos. É considerada ocupacional devido à relação entre a sua incidência e o trabalho no campo. É tida como doença negligenciada, pois apesar do seu impacto, não existe um programa governamental de controle do seu avanço. Também está relacionada ao tabagismo, uma vez que o hábito de fumar facilitaria a inalação do fungo e causaria impacto negativo na progressão das feridas provocadas pela micose.


O controle da doença está condicionado ao diagnóstico correto e ao tratamento adequado dos doentes, sobretudo no âmbito da Estratégia Saúde da Família (ESF). É essencial que os profissionais saibam identificar os sintomas e diagnosticar a doença. O tratamento é medicamentoso e pode durar até 2 anos, e está disponível na rede de postos do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente.




Referências


1 – Valle ACF, Wanke B, Coutinho ZF. Paracoccidioidomicose: não é palavrão e tem cura. Fiocruz: Rio de Janeiro, 2010. 16p.


2 – Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Informe ENSP - Notícias. Doença negligenciada é divulgada em unidades de saúde. Publicada em 27/06/2012. Disponível em: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/30550. Acesso em 10 out 2012.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


João Alves Pereira

por João Alves Pereira

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