Exames Laboratoriais

A Ureia é o produto do metabolismo de proteínas
A Ureia é o produto do metabolismo de proteínas

Medicina

26/09/2012

A coleta de material do paciente em terapia renal substitutiva para exames laboratoriais periódicos é o meio mais preciso de avaliação do progresso da terapia e do estado geral do paciente. É através da análise desses resultados que deverão estar pautadas as ações e prescrições de diálise.



Aspectos gerais



Os elementos a serem avaliados nos exames de rotina dos pacientes em diálise são:



Ureia

É produto do metabolismo de proteínas. Normalmente é excretada pelo rim, porém em casos de perda da função renal, se acumula no sangue provocando uremia.

É um importante indicador da qualidade, pois para realização da avaliação da diálise do paciente utiliza-se a monitorização dos níveis pré e pós-sessão da ureia, devendo o valor pós ser inferior ao pré em 70%.



Creatinina

Produto do metabolismo da creatina. É encontrada nos músculos esqueléticos e utilizada na contração, portanto o seu valor varia conforme a quantidade de massa muscular da pessoa.

É um importante índice de avaliação da função renal, pois não tem seu valor afetado por fatores externos (a ureia tem seu valor afetado pelo consumo de proteínas, por exemplo). Para a avaliação da função renal é necessário verificar o Clearence de creatinina e para isso, realiza-se a coleta de urina nas 24 horas, também chamada Urina tipo 2.



Sódio

É o eletrólito principal do soro e indica o estado de hidratação do organismo. É responsável pela regulação de hormônios como a aldosterona, o hormônio natriurético e o hormônio antidiurético.

Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipernatremia. O paciente manifesta-se com:

- Fadiga;

- Pele seca;

- Tremores; e

- Hipertensão arterial.



Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hiponatremia. As manifestações no paciente são:

- Confusão mental;

- Edema;

- Tremores;

- Cãibras; e

- Cefaleia.



Potássio

É um eletrólito envolvido na condução de estímulos nervosos e nas funções musculares, inclusive no músculo cardíaco. Seu valor quando muito elevado se torna um risco à vida do paciente.

Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalemia. A hipercalemia é causada por abusos na dieta (não segmento das recomendações quanto ao consumo de alimentos com potássio) e subdiálise (diálise em tempo ou ultrafiltrarão inadequadas, removendo menos escórias do que o recomendado; Ineficaz).

Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalemia. A hipocalemia é causada por vômitos e diarreia em grande quantidade e pelo uso abusivo de diuréticos. Com presença de letargia, náusea, arritmia e fraqueza.

Cálcio

É um mineral necessário à formação óssea, contração muscular, transmissão de estímulos nervosos e coagulação do sangue. Para ser absorvido, necessita da forma ativa da vitamina D3.

Quando em níveis elevados tem-se o quadro de hipercalcemia, com dor, hipotonicidade muscular, estupor e coma.

Quando em níveis baixos tem-se o quadro de hipocalcemia, com espasmos musculares faciais, arritmia e tetania.



Fósforo

É um componente da ATP, que age auxiliando na utilização de energia pelo corpo.

Quando elevado tem-se o quadro de hiperfostatemia, e com isso pode ocorrer depósito de fosfato de cálcio nos músculos e articulações, e causando prurido cutâneo.



Hematócrito

Indica a quantidade de células vermelhas no plasma. A deficiência na produção de eritropoetina que o paciente com DRC possui, leva a anemia pela diminuição da quantidade de células vermelhas no sangue.



Albumina

Proteína transportadora de drogas, enzimas e hormônios no sangue. Mantém o líquido dentro das células e atua no processo de cicatrização. O Nível baixo deste elemento no sangue revela desnutrição do paciente.



Transaminases

Visa investigar a função do fígado, em especial as hepatites, quando não são detectáveis ao exame clínico.



Fosfatase Alcalina

Visa detectar disfunção da tireoide ou doença do fígado.



Ferro

Componente essencial da hemoglobina, necessário à formação das células sanguíneas vermelhas. Indica anemia quando em níveis baixos.



Hormônio da paratireoide (PTH):

Tem por objetivo investigar doença óssea.



HbsAg

Revela a presença do vírus da hepatite B.



Anti-HBs

Detecta a presença de anticorpos contra a hepatite B adquiridos por contato com o vírus através de vacinação. Devem sempre ser encaminhados à vacinação os pacientes que apresentarem este resultado negativo.



Anti-HBc

Detecta a presença de anticorpos para a hepatite B adquiridos por contato anterior com o vírus. A indicação positiva para esse elemento revela imunidade do paciente contra a hepatite B, dispensando assim a necessidade de vacinação contra a doença.



Anti-HCV

Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da hepatite C (HCV), indicando assim a presença do vírus no organismo.



Anti-HIV

Para detecção da presença de anticorpos para o vírus da AIDS (HIV), indicando assim a presença do vírus no organismo.



Alumínio

Tem por objetivo investigar doença óssea causada pela má qualidade da água utilizada na hemodiálise.



Aspectos legais

A legislação vigente para os serviços de terapia renal substitutiva preconizam a realização de exames periódicos para avaliação do estado dos pacientes sob este tratamento em todo o país. Deste modo, são realizados exames de rotina e de avaliação da qualidade da diálise periodicamente.



Os exames de rotina são distribuídos em periodicidades diferentes, como a seguir:



- Mensais: medição do hematócrito, dosagem de hemoglobina, dosagem da ureia pré e pós a sessão de diálise, potássio, cálcio, fósforo, transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), glicemia para pacientes diabéticos e creatinina durante o primeiro ano;



- Trimestrais: hemograma completo, medição da saturação da transferrina, dosagem de ferritina, ferro sérico, proteínas totais e frações fosfatase alcalina;



- Semestrais: parato-hormônio, anti-HBs, HBsAg e anti-HCV (para pacientes suscetíveis e com resultado negativo anterior), dosagem de creatinina após o primeiro ano;



- Anuais: colesterol total e fracionado, triglicérides, dosagem de anticorpos para HIV e do Nível sérico de alumínio, radiografia de tórax.

Técnica de Coleta de Exame Pós-Hemodiálise



Para avaliação da adequação da diálise, deve-se medir a quantidade de hemodiálise pelo método da cinética da ureia. Nesse método, a hemodiálise pode ser medida de maneira precisa quanto sua eficiência ou não de acordo com a prescrição do paciente. Essa avaliação é feita periodicamente, em geral, mensalmente.



Sabe-se que a diálise acima ou abaixo das reais necessidades de depuração do indivíduo acarreta a sua saúde problemas que podem levá-los a necessidade de internação hospitalar ou até mesmo, a morte em alguns casos.



O método de avaliação mensal utilizado para verificar a adequação da diálise é o de Kt/V e a taxa de redução de ureia (ureia pré e ureia pós-diálise).



Para o método é necessário realizar coleta de sangue. O procedimento deverá ser o seguinte:



Para o exame de Uréia-pré e Kt/V



1. Separe o material (um tubo de ensaio de tampa vermelha, identificado como ureia pré, luvas de procedimento, seringa de 10ml, agulha, algodão e álcool 70%);

2. Lave as mãos conforme técnica;

3. Informe ao paciente o procedimento que será realizado;

4. Calce as luvas;

5. Realize antissepsia no local de administração de medicamentos e/ou coleta de material da linha arterial do sistema extracorpóreo;

6. Colete o sangue do paciente (8 ml);

7. Preencha o tubo vermelho com o sangue;

8. Descarte o material perfuro e cortante do recipiente adequado e o material comum em lixo comum;

9. Lave as mãos;

10. Envie ao laboratório a amostra devidamente etiquetada e identificada.



Para a Ureia-pós

1. Repita os procedimentos, desta vez com um tubo de tampa vermelha identificado como Ureia pós.

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