Relações tálamo-corticais

Existem núcleos no tálamo denominados núcleos talâmicos
Existem núcleos no tálamo denominados núcleos talâmicos

Medicina

04/09/2012

Embora existam núcleos no tálamo que não tem conexões diretas com o córtex, na maioria dos núcleos estas conexões existem. As conexões entre um núcleo talâmico e uma determinada área cortical são geralmente recíprocas, ou seja, realizam-se através de fibras tálamo-corticias e córtico-talâmicas, que constituem as radiações talâmicas.



Quando se estimula certos núcleos do tálamo, podem-se tomar potenciais evocados apenas em áreas especificas do córtex, relacionados com funções específicas (núcleos talâmicos específicos).



Em contrapartida, existem núcleos no tálamo denominados núcleos talâmicos inespecíficos, cuja estimulação modifica os potenciais elétricos de territórios muito grandes do córtex cerebral e não apenas de áreas específicas.




Considerações funcionais e clínicas do tálamo

Podemos concluir que o tálamo é um agregado de núcleos de conexões muito diferentes, o que nos indica também funções diversas:


Com a sensibilidade: as funções sensitivas do tálamo são as mais importantes. Todos os impulsos sensitivos, antes de chegarem ao córtex, param no tálamo, com exceção dos impulsos olfatórios.


Com a motricidade

Com o comportamento emocional

Com a ativação do córtex


Lesões no tálamo resultam na síndrome talâmica, na qual se manifestam dramáticas alterações na sensibilidade. Uma delas é o aparecimento de crises da chamada dor central (dor espontânea e pouco localizada, que frequentemente se irradia a toda metade do corpo situado do lado oposto do tálamo comprometido).




ESPASTICIDADE E RIGIDEZ
O tônus é um fenômeno reflexo, influenciado por impulsos sensitivos, medulares e de centros superiores, que é representado pela atividade dos neurônios motores. O aumento de tônus muscular quando é patológico, pode ser evidenciado pela espasticidade e rigidez.



Espasticidade:

A espasticidade lembra em alguns aspectos a rigidez que ocorre em animais descerebrados, pois a secção das raízes dorsais da medula espinhal abole o tônus e os reflexos profundos nos pacientes hemiplégicos por lesões corticais correspondentes a inervação dessas raízes.



A espasticidade é evidenciada pelo grau de excitabilidade do fuso muscular, que depende fundamentalmente da velocidade com que os movimentos são feitos. Portanto movimentos lentos têm menos possibilidade de induzir hipertonia.

A reação do canivete encontrada nos membros espásticos dos pacientes com hemiplegia também é encontrada em animais descerebrados. Ela é explicada pela diferença do tempo de reação, decorrente dos impulsos provenientes dos receptores de Golgi e fusos musculares quando o músculo é estirado. O músculo ao ser estirado, estimula os receptores de Golgi, que irão exercer inibição nos músculos agonistas e facilitação nos antagonistas, quando o limiar de excitação atinge determinado ponto.



Nas lesões da cápsula interna ou áreas frontais, geralmente existe interrupção dos tratos corticoespinhais e rubroespinhais, que tem ação facilitadora nos neurônios flexores. Estas lesões afetam diretamente os núcleos vestibulares (que não recém diretamente conexões corticais), determinando importante facilitação dos neurônios alfa e gama extensores.



A falta de inibição flexora e o excesso de estímulos extensores quebram o equilíbrio entre os músculos extensores e flexores. No estiramento, quando o músculo chega a determinado ponto devido a excitabilidade exagerada, a inibição do agonista se fará bruscamente, facilitando ao mesmo tempo a contração do antagonista. No homem, existe um paradoxo, pois nos membros superiores existe o predomínio da flexão, possivelmente devido a adoção da bipedestação, liberando os membros superiores das funções de suporte do corpo. Esta evolução induziu as possíveis alterações nas vias anatômicas, modificando as influências supra-espinhais na medula por um mecanismo que não é o conhecido no momento.



Devemos lembrar que as lesões unicamente do córtex motor não produzem espasticidade, devendo sempre existir concomitância de outras vias que descem e sobem para o córtex (córtico-cerebelares, córtico-pontinas, córtico-rubrais, córtico-olivares), que ajudam a controlar a influência nos neurônios gama. As lesões experimentais que possuem apenas lesão da área motora cortical, sensitiva ou no nível do trato piramidal no pedúnculo cerebral determinam flacidez, junto com redução de força.



Rigidez

A rigidez envolve a resistência passiva tanto dos músculos flexores como dos extensores, durante todo o movimento, independente da velocidade com que é realizada a manobra. Durante a rigidez, os reflexos profundos não estão muito alterados, indicando que o estiramento muscular fásico não tem muita influência na mesma. No entanto, o bloqueio com prodocaína impede que os impulsos eferentes cheguem aos neurônios motor gama abolem a rigidez.



Aceita-se que na rigidez existe um aumento da atividade das fibras intra-fusais aumentando a resposta estática das terminações primarias. Existe um exagero da fase tônica dos reflexos de estiramento.

A presença da rigidez vai depender das influências provenientes dos gânglios da base sobre os neurônios alfa e gama, nos músculos agonistas e antagonistas. Esta influência se fará do córtex cerebral que não irá receber inibição adequada. As influências dos gânglios da base no tônus e principalmente a produção ou abolição da rigidez são mediadas via córtex pré-central. Os axônios provenientes do córtex pré-frontal descem junto com o trato corticoespinhal na cápsula interna.



A falta de inibição em diversas áreas corticais fará com que vias facilitadoras dos neurônios alfa e gama que atuam nos músculos flexores e extensores disparem continuamente, como por exemplo, os impulsos que chegam pelos tratos reticuloespinais.


Os gânglios da base também têm conexões indiretas com o cerebelo, a fim de regular o tônus para a realização do movimento.

O local da lesão é muito importante, pois as áreas próximas podem produzir hipotonia, movimentos involuntários, rigidez e tremores.

Uma característica dos casos de rigidez é o fenômeno da roda denteada, que na verdade depende da presença de tremor, oriundo da disfunção.

A rigidez é geralmente encontrada em doenças que afetam os gânglios da base como parkinsonismo, doenças degenerativas cerebrais, uso de medicações neuroepléticas.



SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO:

Pode-se dividir o sistema nervoso em somático e visceral. O sistema nervoso somático é também denominado sistema nervoso da vida de relação, ou seja, aquele que relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do sistema nervoso somático conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando estes centros sobre o que se passa no meio ambiente.


Por outro lado, a parte eferente do sistema nervoso somático leva aos músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando movimentos que levam a um maior relacionamento com o meio externo.



O sistema nervoso visceral ou da vida vegetativa se relaciona com a inervação das estruturas viscerais e é muito importante no sentido da homeostase (manutenção da constância do meio interno), deste modo diferencia-se do sistema nervoso somático, e também possui uma parte aferente e outra eferente.


A parte aferente conduz impulsos das vísceras à áreas especificas do sistema nervoso central, e a parte eferente traz impulsos de certos nervos até as estruturas viscerais, terminando em glândulas, músculos lisos ou no músculo cardíaco.



Por definição, denomina-se sistema nervoso autônomo apenas o componente eferente do sistema nervoso visceral.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

por Colunista Portal - Educação

O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.

Portal Educação

UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93