Hepatite A

Em crianças na faixa etária de 1 a 10 anos, a hepatite A é anictérica e assintomática
Em crianças na faixa etária de 1 a 10 anos, a hepatite A é anictérica e assintomática

Medicina

26/03/2012

O vírus da hepatite A (HAV) classifica-se na família Picornaviridae e é transmitido por via fecal-oral, determinando formas esporádicas e epidêmicas de hepatite aguda. Água e alimentos contaminados constituem as vias mais comuns em surtos epidêmicos. O período de incubação da doença é de quatro semanas, com evolução clínica de forma branda a moderada e ausência de formas crônicas. A hepatite fulminante é descrita em 0,2 a 0,7% dos indivíduos infectados.

Em crianças na faixa etária de 1 a 10 anos, a hepatite A geralmente é anictérica e assintomática. A presença da imunoglobulina M específica (IgM anti-HAV) no sangue é quase sempre concomitante ao período sintomático da hepatite aguda. Títulos elevados, obtidos por metodologias de diluições seriadas ou por comparação aos valores limites (cut off), são detectados na fase aguda e no início da convalescença. Títulos menores são detectados três a quatro meses após o acometimento da doença e podem persistir por mais de seis meses, em 20 a 30% dos indivíduos, e até por um ano em cinco a 10%.



Nos casos em que os sintomas precedem por poucos dias a detecção de IgM anti-HAV, recomenda-se a sorologia pareada. A segunda coleta, feita após 15 a 20 dias, é útil para a confirmação do resultado reativo, definindo o laudo de positividade. Os métodos atuais para a pesquisa em soro e plasma permitem a detecção qualitativa e, eventualmente, um cálculo estimado, semiquantitativo, pela análise comparativa da reatividade do teste com o valor limite (cut off).

Anticorpos da classe IgG anti-HAV permitem a definição de infecção passada. Resultados de soroconversão, traduzidos por anticorpos IgG não reativos em uma primeira análise e reativos na segunda coleta, com intervalos de 20 a 30 dias, estão associados à infecção recente. A resposta imune aos diferentes antígenos estruturais, proteínas do capsídeo viral, VP0, VP1 e VP3, ocorrem a partir da quarta semana após a infecção, com títulos máximos de anticorpos após há sétima semana.

A pesquisa do RNA-HAV em soro, plasma e suspensão fecal é um método pouco utilizado, embora permita a detecção do genoma viral a partir do segundo dia após a infecção, podendo prolongar-se até o 25° dia. A metodologia de PCR pode detectar períodos mais longos de viremia (várias semanas), em concentrações elevadas, de 104 a 106 partículas virais/mL de sangue. A heterogeneidade de sequências genômicas de isolados virais obtidos em diferentes partes do mundo definiu, até o momento, sete genótipos e um sorotipo de HAV.

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