Exercite o seu cérebro aprendendo um novo idioma!

Idiomas

29/01/2016

A compreensão da linguística é uma das atividades cerebrais mais complexas. Os benefícios de aprender uma segunda língua parece, de fato, ser proporcional ao esforço despendido pelo cérebro, uma vez que a linguagem, de modo geral, é complexa. Falar ou aprender uma língua estrangeira proporciona ao seu cérebro um bom exercício, tornando-o cada vez mais forte e capacitado para realizar as tarefas inerentes à ele.

No passado, alguns estudiosos equivocadamente acreditavam que, em famílias onde exercitava-se o aprendizado/ensino bilíngue aos filhos, havia uma contribuição para a esquizofrenia ou problemas de identidade (relacionados à personalidade) e, até mesmo, deficit de cognição. Com o passar dos anos, isso foi desmistificado.

Muitos cientistas e especialistas de universidades como a de Indiana, em Bloomington, Universidade de Bielefeld, e muitas outras têm pesquisado os benefícios intelectuais e, principalmente, relacionados às atividades cerebrais do aprendizado de um novo idioma. Esse tipo de pesquisa estendeu-se a muitas universidades do mundo todo, onde cientistas, pesquisadores, professores, especialistas e neurologistas realizam um trabalho envolvendo o resultado obtido em pacientes e portadores de Alzheimer e demência. Com o aprendizado de um novo idioma, foi notado uma melhora nos resultados de alguns pacientes e, consequentemente, na convivência desses pacientes com os familiares.

O objetivo principal desse tipo de pesquisa (em âmbito mundial) é tentar , num futuro não muito distante, reverter o quadro clínico de pacientes e portadores de demência através do aprendizado de uma nova língua, pois dentre muitos benefícios ao cérebro, essa atividade contribui para retroagir/retardar o envelhecimento do mesmo.

Muitos pesquisadores têm notado que tornar-se bilíngue melhora as competências cognitivas e função global do cérebro. Pessoas que falam duas ou mais línguas têm significativamente melhores habilidades cognitivas gerais do que aqueles que falam apenas uma. Em comparação com as pessoas que falam uma língua, adultos que falam várias línguas têm obtido melhorias significativas na inteligência de modo geral, na percepção de ambientes, na agilidade do raciocínio (especialmente em matemática, leitura e vocabulário), na memória, no planejamento e tomada de decisões (pensamento lógico), na capacidade de alternar entre as tarefas, na capacidade de controlar os impulsos, na concentração e atenção, na flexibilidade mental e na capacidade de adaptação à evolução das circunstâncias.

Aprender uma nova língua também aumenta melhora a conectividade cerebral

Aprender uma língua estrangeira melhora, inclusive, as atividades inerentes ao hipocampo (a área do cérebro responsável pela formação de memórias de armazenamento de informações).

Em um estudo realizado na Universidade de Estocolmo, foram ensinadas novas línguas a jovens militares suecos e, ao medir os seus cérebros antes e depois da formação linguística, os pesquisadores tiveram a oportunidade única de observar o que acontece com o cérebro quando se aprende uma segunda língua. Exames cerebrais de ressonância magnética mostraram que os participantes do estudo aumentaram a área do hipocampo cerebral e os mesmos relataram melhorias concernentes à memória, cognição e armazenamento de informações.

Estudar uma nova língua também pode aumentar o número de vias neurais entre partes do cérebro

Em outro estudo realizado na mesma universidade, jovens que falavam inglês foram monitorados ao aprender chinês e uma ressonância magnética revelou que eles desenvolveram uma melhor conectividade entre as diferentes regiões de seus cérebros. Além de mudanças na função cerebral, também houve mudanças detectáveis na estrutura cerebral após seis semanas.

Essa mudança estrutural era evidente, mesmo em idosos, levando os pesquisadores a concluir que a plasticidade do cérebro (habilidade do cérebro de mudar constantemente e crescer) é maior do que se pensava anteriormente.

Saber mais de um idioma protege seu cérebro contra o envelhecimento

Conhecer uma segunda língua pode adiar o aparecimento de demência e doença de Alzheimer por 4,5 anos. Isso reduz significativamente o uso de medicamentos para doenças como demência e Alzheimer, as quais só podem adiar os sintomas por 6-12 meses.

Após diversos estudos, houve uma notável e perceptível diferença na atividade cerebral também dos idosos bilíngues, em que notou-se que o cérebro dos mesmos trabalha de forma mais eficiente, tais como de jovens adultos. Os cientistas acreditam que os cérebros dos idosos têm mais poder de reserva, o que ajuda a compensar deficits relacionados à idade e perda de memória.

Se conhecer duas línguas é bom para o cérebro, imagine então saber três ou mais ainda ? Melhor?

Parece que esse é o caso! Há evidências de que ser multilíngue oferece ainda benefícios adicionais de proteção ao cérebro.

Diversos estudos têm revelado que as crianças que estudam uma ou mais línguas estrangeiras recebem um impulso no desenvolvimento cognitivo global, saindo-se melhor em testes padronizados. Elas são mais criativas e têm melhor autoestima e sentimento de realização na escola.

Se você ainda não conhece uma segunda língua, nunca é tarde demais para aprender! Conhecer um novo idioma sendo criança ou adulta não importa, o que interessa é começar, até mesmo por uma constatada questão de saúde.

Você até pode sentir que aprender uma língua agora vai ser muito difícil ou que não vale a pena o esforço. Mas, você não precisa ser fluente para experimentar benefícios cerebrais ou ser culturalmente enriquecido. Mesmo o conhecimento mínimo de uma segunda língua pode ajudá-lo e seu cérebro, é claro, irá agradecer pelo resto da vida!