Explorando a Ciência dos Idiomas e o Desenvolvimento Cognitivo

Explorando a Ciência dos  Idiomas e o Desenvolvimento Cognitivo
Explorando a Ciência dos Idiomas e o Desenvolvimento Cognitivo

Idiomas

29/07/2015

Houve um tempo em que pouco se sabia em relação à compreensão do desenvolvimento cognitivo em relação ao aprendizado de um novo idioma, dessa forma, alguns muitos pesquisadores do mundo todo aderiram à missão de conhecer mais e melhor este universo tão interessante e que é a resposta cognitiva ao aprendizado de idiomas.


A princípio, muitos acreditavam que a linguagem, era independente de outras habilidades cognitivas, porém acerca de 30 anos ( não muito exatos), muitos pesquisadores aprofundaram cada vez mais em pesquisar a relação cognição x aprendizado de idiomas, dando origem à muitos tratados, pesquisas, artigos, enfim, onde a resposta da correlação cognitiva em relação ao aprendizado de idiomas é que o desenvolvimento da linguagem não é independente de outras atividades cognitivas e que os conceitos sobre coisas no mundo a desenvolver e variam entre falantes de línguas diferentes.


A linguagem é uma ferramenta. Ela ajuda a desenvolver muitas habilidades, entre elas o raciocínio, tornando-o cada vez mais eficiente e tornando-se fundamental para realização de outras atividades cognitivas. Por exemplo, a linguagem cria distinções categóricas. Quando aprendemos uma língua, categorias linguísticas (quando as palavras de uma língua) são aprendidas, essas categorias podem refletir como fator participante de um grupo, dos que falam a mesma língua e do modo como cada grupo organiza as suas experiências, e estas categorias podem diferir de uma comunidade linguística para outra. Desta forma, as categorias de linguagem estruturam nossos conceitos e pontos de vista sobre o mundo e cultura Terminei recentemente dois estudos de grande importância para mim, que incidem sobre a relação entre o conhecimento de classificadores e categorização em diferentes idiomas (classificadores, por exemplo, são palavras usadas em determinados a fim de contar e referindo-se a objetos);os resultados foram satisfatórios, com alguns pontos levantados:


1) Na primeira, com membros étnicos diferentes, utilizamos vários idiomas para nos comunicar, utilizamos figuras, desenhos de objetos inanimados ou coisas vivas e perguntamos a semelhança entre os objetos de estudo. Percebi que falantes de inglês e japonês foram semelhantes na forma como eles dividiram os desenhos, os demais não possuíam tal semelhança. A primeira grande divisão que fizemos foi entre seres vivos contra coisas não-vivos. Então colocamos objetos de estudos, separados por categorias, como as pessoas, flores, árvores, peixes e pássaros em um grupo, e carros, aviões, cadeiras, chaves e calças em outro grupo. No entanto, chinês mandarim e nativos falantes de Hmong categorizaram os desenhos, pessoas num mesmo grupo e ainda sim juntamente com o grupo carros e cadeiras, enquanto as plantas e os animais foram colocados em um grupo diferente. O resultado deste estudo sugeriu as diferenças na forma como os diferentes falantes de línguas percebem o mundo. Especificamente, os resultados sugerem diferenças na forma como as pessoas categorizam as coisas vivas.


Trabalho categorização é especialmente fundamental e relevante para as práticas de sala de aula de ciência porque revela as diferenças no modo como os estudantes, alunos aprendem e compreendem as coisas do mundo e, portanto, o que os professores precisam destacar tal importância como tornando o diferencial de cada idioma em objeto de estudo e melhoria a qualidade de ensino e aprendizado.. É importante que os professores transpassem as barreiras dos conceitos subjacentes, de modo que, nem todos os alunos, estudantes, possuam e percebam o mundo de uma mesma forma;, mas em vez disso, percebam que os alunos podem conceituar as coisas de forma diferente. Por exemplo, na ciência de ensino, os professores poderão ter de explicar explicitamente conceitos preliminares para os alunos mais jovens (ou seja, que as cobras possuem semelhantes às rãs, pois ambos são animais, mas possuem diferenças pelo grupo, classes pertencentes e também, a diferença idiomático-nominativa entre ambas).


Muitos cientistas conseguiram através da junção do ensino de idiomas e medicina obter interessantes resultados quanto à pesquisa da reação cerebral quando se aprende um idioma, e os resultados foram surpreendentes, por exemplo, um estudo sueco utilizando a Ressonância Magnética mostrou que a aprendizagem de língua estrangeira tem um efeito visível sobre o cérebro.


Recrutaram jovens e adultos com habilidades para idiomas, enquanto um grupo de jovens e adultos com habilidades em outras ciências, mas não em línguas. Exames de ressonância magnética mostrou partes específicas dos cérebros dos recrutados com habilidades em línguas desenvolviam mais no tamanho enquanto as estruturas do cérebro do outro grupo manteve-se inalterada. Igualmente interessante foi que os recrutados com habilidades em idiomas possuíam aumento no hipocampo e áreas do córtex cerebral relacionadas com a aprendizagem de línguas e tinham melhores habilidades de linguagem do que os outros recrutados para quem a região motora do córtex cerebral era desenvolvida.


Em outras palavras, as áreas do cérebro que cresceram de acordo com as funções exercidas e habilidades, diferenciando de grupo para grupo (com e sem habilidade).


Outra boa notícia para os estudantes de idiomas é que as pessoas que falam mais de uma língua fluentemente têm melhor memória e são mais cognitivamente criativas e mentalmente flexíveis do que monolíngues. Estudos canadenses sugerem que a doença de Alzheimer e o aparecimento de demência são diagnosticados mais tarde para bilíngues do que para monolíngues, ou seja, que o conhecimento de uma segunda língua pode nos ajudar a ficar saudável cognitivamente bem e ser fundamental para nossa boa saúde em nossos anos mais tarde.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Cibele Alves Lopes Mehmood

por Cibele Alves Lopes Mehmood

Pianista, cravista. Produtora Multimídia e Audiovisual. Tradutora ( Fluência em 12 idiomas).

Portal Educação

UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93