Educar filhos bilíngues? Uma grande oportunidade!

Idiomas

19/06/2015

Em mundo sem fronteiras como o dos dias de hoje, a questão de matricular o filho em uma escola bilíngue ou internacional é sempre mais atual. Nesse caso é perfeitamente natural que os pais fiquem com receio que essa decisão possa influenciar negativamente a aprendizagem e o conhecimento cognitivo geral da criança. Estudos recentes mostram como essas preocupações são totalmente infundadas. Estima-se que 66% das crianças no mundo sejam criadas em ambientes bilíngues, o que é um grande diferencial para o desenvolvimento cognitivo e mental, além de abrir um universo de possibilidades sociais e culturais.


BENEFÍCIOS ECONÔMICOS: Os jovens adultos bilíngues não são apenas mais propensos a acabarem o ensino médio e ir para a faculdade, são também os que possuem uma maior probabilidade de serem contratados quando são entrevistados para um emprego. Mesmo quando ser bilíngue não é um requisito, um estudo sobre as entrevistas de emprego na Califórnia com foco nos empregadores mostra que os empregadores preferem contratar e manter os bilíngues.


BENEFÍCIOS SÓCIO-CULTURAIS: Tudo mundo concorda que falar mais de uma língua é uma experiência significativa, facilitando o acesso à produção cultural de um país através do seu idioma nativo e, especialmente, ao universo de possibilidades que se abre em relacionamentos, que passam a ter amplitude multiplicada. Mas não é só isso.


As pessoas bilíngues demonstram pontuações mais elevadas em testes que medem o grau de empatia, sensibilidade cultural e flexibilidade mental. Indivíduos bilíngues são mais capazes de se imaginar no lugar dos outros, pois têm mais facilidade de bloquear informações que já conhecem e se concentrar no ponto de vista alheio. Portanto, o bilinguismo parece abrir nossas mentes, tornando-nos adultos mais tolerantes e ajudando-nos a sentir mais conectados com outras culturas e com o resto do mundo.

BENEFÍCIOS COGNITIVOS: Segundo as pesquisas, os benefícios de crianças bilíngues começam bem cedo, mas o que é mais surpreendente é que essas influências não se limitam só ao domínio linguístico. Crianças expostas a ambientes bilíngues a partir de sete meses demonstraram ter mais criatividade, um maior controle da atenção, maior facilidade para lidar com conflitos e uma maior flexibilidade de pensamento.


Um cérebro bilíngue está em constante conflito, ele faz um complexo malabarismo com as duas línguas. Ele é desafiado a reconhecer, negociar significados, comunicar em diferentes sistemas de linguagens e decidir qual é a língua mais adequada para dar foco em cada instante. Quando encontra um problema, o bilíngue tem mais facilidade de analisá-lo por diversas perspectivas, e assim ser mais criativo para encontrar a melhor solução. Vale lembrar que nem sempre todas essas características são observadas no mesmo indivíduo. Deve-se levar em conta o ambiente em que essa criança vive e o valor que é atribuído à sua segunda língua.


Em conclusão, o ideal é ter contato com dois ou mais idiomas desde criança. Não obstante, mesmo aprendendo uma nova língua na vida adulta o cérebro pode obter boa parte de todos esses benefícios. E por que parar em dois idiomas? Quanto mais, melhor. Vale comentar que não adianta ter estudado um segundo idioma por dois ou três anos e não ter mais contato com ele. É como malhar por um tempo, e querer que os efeitos sejam eternos. É necessário que a prática e uso de mais de uma língua faça parte do seu dia a dia.