Introdução à Didática para Aulas de Inglês

Desenvolver a capacidade de ler, falar e escrever em seus aspectos
Desenvolver a capacidade de ler, falar e escrever em seus aspectos

Idiomas

22/11/2012

 Este material tem como interesse causar reflexão por meio de sugestões teóricas e práticas de atividades para um melhor desenvolvimento das aulas de inglês, objetivando uma nova visão pedagógica ao docente de Língua Estrangeira Moderna/Inglês, o qual necessita ter, além de consciência política, um bom domínio do idioma (oral e escrito) e sólida formação pedagógica. Em número reduzido, há profissionais bem formados dentro do perfil ideal descrito. A boa formação é, muitas vezes, fruto apenas de esforço próprio, pois os cursos de licenciatura, em geral, ensinam sobre a língua e não aprofundam conhecimentos na área específica de aprendizagem de língua estrangeira.

No entanto, há profissionais que não se enquadram nesse perfil, compõem os dois extremos do conjunto de professores de um lado, profissionais com fluência oral (a escrita muitas vezes deixa a desejar) adquirida por meio de intercâmbios culturais ou outro tipo de experiência e sem formação pedagógica; do outro lado, profissionais egressos de cursos de Letras (que lhes proporcionaram poucas oportunidades de aprender o idioma) e precária formação pedagógica. Os primeiros estão quase sempre nos cursos livres de idiomas e os segundos nas escolas de primeiro e segundo graus.

Constata-se que o mercado não avalia a formação pedagógica do futuro profissional. Os futuros mestres são avaliados por uma prova de múltipla escolha, muitas vezes, mais simples do que provas de língua inglesa de alguns vestibulares no Brasil. Nos concursos, quando muito, há uma redação, mas o desempenho oral é ignorado. Ainda é comum que professores com dupla licenciatura (português-inglês), concursado para português, sejam pressionados a completar sua carga didática com algumas aulas de inglês, pois as escolas precisam cobrir a falta de professores por motivos diversos.

Nesse descompasso, nota-se que muitos objetivos não estão bem formulados, tornando-se confusos, mal redigidos e denunciam o despreparo do professor. Como exemplo, podem-se citar os seguintes:
- Domínio das estruturas básicas do idioma, por meio do reconhecimento das transparências lexicais.

- Conhecimento do idioma nos seus aspectos fonológicos, fonéticos e sintáticos, com finalidade prática, tendo em vista sua identificação como meio de comunicação oral e escrita.

- Desenvolver a capacidade de ler, falar e escrever em seus aspectos: literário, científico e técnico.
- Contato com a cultura e a psicologia própria da Língua Inglesa.
Outros são genéricos como, por exemplo:

- Estudos gramaticais: sistematizar de forma científica os fenômenos da língua oral e escrita.
Fica no ar a pergunta/O que é sistematizar de forma científica?
A língua é vista apenas como um conjunto de hábitos, como demonstra o objetivo abaixo:

- Criação de automatismos iniciais estruturais da língua falada e escrita.
- O conteúdo dos programas se resume a itens gramaticais.

O desenvolvimento das habilidades orais é esquecido, em muitos momentos a conversação não é vista como uma oportunidade de interação, e sim como algo controlado ou como sinônimo de pergunta e resposta. Esses fatores são ignorados ou resumem-se no despreparo de muitos docentes, quanto à formação, pois geralmente em cursos de graduação é enfatizado com maior expressão currículo e conteúdo, tendo menor preocupação com a formação específica do professor.

Atualmente, diante dessas lacunas notam-se maior preocupação, por parte dos professores, em discutir com seus alunos questões ideológicas ligadas ao ensino da língua inglesa, pois para muitos educandos o ensino de inglês é visto como algo desnecessário, ou seja, indispensável ao currículo. No entanto, é fato que o conhecimento de uma língua estrangeira deixou de ser visto como um meio de adquirir mais cultura e passou a ser uma necessidade de acesso a informações veiculadas em língua inglesa, pois além da sua contribuição para a nossa formação pessoal, o inglês tornou-se o idioma universal, sendo, sobretudo, um instrumento de trabalho no novo contexto globalizador.

Diante da globalização, os docentes da língua inglesa tem o importante papel de disseminar e desenvolver o conhecimento da matéria concomitante à consciência de que o estudo de uma língua estrangeira não é apenas mais um elemento desnecessário, dessa forma, integrá-lo as outras áreas, para quebrar a ideia ou conceito de que a escola molda o aluno, mas o contrário, permite que ele desenvolva, amadureça de acordo com suas potencialidades.
- Debater e refletir o papel da Língua Inglesa como instrumento de libertação e/ou alienação sociocultural.

- Libertar o estigma de que, especialmente a escola pública, não é competente para ensinar línguas estrangeiras. Houve-se dos educandos “não sabemos nem português, para que aprender inglês, esse é o preconceito vigente contra as classes populares”. Despreza-se o dialeto não padrão e acredita-se que o ensino do inglês deve ser privilégio das elites.

Também há certa discriminação nas escolas, em que educadores de outras disciplinas veem a língua inglesa como uma disciplina de segundo plano, com pouca carga-horária. Cabe lembrar-se da grande relevância dada ao material didático que normalmente é imposto pela escola, não dando a possibilidade de o professor produzir material próprio.

A pressão do material didático é tão forte que cumprir o programa passa a ser sinônimo de esgotar o livro. Para piorar, muitos se sentem pressionados pelas instituições de ensino a aprovar os alunos. As quais argumentam que por ser uma língua que os alunos não falam e que não têm oportunidade de praticar, a aprendizagem se torna fator de menor relevância.

Acreditando que é possível minimizar os problemas aqui enfocados, apresentam-se algumas sugestões de ação: continuada de professores, incluindo projetos de educação a distância.
Reformulação dos currículos para que se possam incluir disciplinas de Linguística Aplicada ao ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras.
Criação de bancos de material didático nas associações e nas escolas.
Enfim, apenas detectar problemas não ajuda muito, precisa-se pensar em conjunto o que todos podem fazer para minimizar as questões que incomodam.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

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