Trabalhando Com Projetos (Ensino Médio)

O profissional do ensino tem que estar sempre atualizado e interessado em diversificar sua aula
O profissional do ensino tem que estar sempre atualizado e interessado em diversificar sua aula

Idiomas

02/10/2012

 Para desenvolver um trabalho com projetos é preciso primeiramente, justificar o tema escolhido, definir um objetivo, escolher quais conteúdos gostaria de enfocar, estabelecer nas aulas quais habilidades deseja priorizar e colocar a turma a par de todo o processo de aprendizagem que acontecerá durante o desenvolvimento do trabalho.




O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é através dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento... Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania - direito incontestável de todos.


Dessa forma, a proposta de trabalho de Língua Inglesa no Ensino Médio deve fundamentar-se na preocupação em desenvolver no aluno, não só um domínio técnico das formas linguísticas, mas também em capacitá-lo a desempenhar competentemente seu papel de usuário da língua.


Nesse aspecto, este tipo de trabalho significa desenvolver conhecimentos suficientes a fim de que o aluno possa participar do processo de construção de sentidos, utilizando não apenas seu conhecimento da língua – estrutura e vocabulário – mas também seu conhecimento de mundo e do contexto sócio histórico em que vive. Com isso, pretende-se um aluno ativo e participante que possa utilizar a língua como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.




O avanço dos tempos tem modificado intensamente nossas vidas. A tecnologia nos mantém conectados ao mundo inteiro e temos muito mais atividades acumuladas em nosso dia-a-dia. Isso tudo acarreta mudanças em todos os aspectos sociais: na família, no trabalho e, também, na escola.


Ser professor hoje não é tão simples como antigamente, quando a função se revestia de maior autoridade em sala de aula, sendo respeitado com unanimidade. Hoje, os alunos falam o que pensam, sabem o que querem e não se deixam influenciar tão facilmente. Está cada vez mais difícil seduzir o aluno à tarefa de aprender.



Considerando-se tudo isso, o profissional do ensino tem que estar sempre atualizado e interessado em diversificar sua aula. Também deve mostrar entusiasmo com a matéria, para que isso possa ser transmitido aos seus alunos.



Sabemos que, na atual realidade escolar, esta não é uma tarefa fácil, pois os estudantes têm grande desinteresse pelos conteúdos apresentados e também há ausência de desejo de conhecimento. Eles estão em sala de aula apenas para adquirir a escolaridade tanto exigida no mercado de trabalho. O que fazer quando não há interesse da turma?

“Entender-se a comunicação como uma ferramenta imprescindível no mundo moderno, com vistas à formação profissional, acadêmica ou pessoal, deve ser a grande meta do ensino de Línguas Estrangeiras Modernas no Ensino Médio” (BRASIL, 1999, p. 62).



O Ensino Médio no Brasil é um sistema único de ensino e só existe aqui. Na teoria, todas as disciplinas cursadas são as mesmas e todos frequentam o mesmo tipo de escola. Todos estudam o mesmo currículo imposto pelo Ministério da Educação (MEC), o que faz esse sistema teoricamente ser o mais democrático de todos. Mas, o que ocorre na realidade é que as pessoas são diferentes e cada um tem mais aptidão para um assunto do que para outro, sem contar aqueles que não pretendem seguir os estudos até o terceiro grau, importando-se apenas em estar aptos para o mercado de trabalho. O currículo do MEC não considera tais pessoas em seu planejamento. E aí é que está o maior problema, pois faz com que a maioria dos alunos – aqueles que não se enquadram no perfil desejado do Médio, sintam-se frustrados e desmotivados a continuar seus estudos.



O aprendizado neste nível de ensino torna-se superficial e de pouca consequência. Não há tempo para aplicar o que foi aprendido, isto quando se consegue dar todo o conteúdo pretendido. Esta situação ocorre devido ao ensino escravizado que visa unicamente ao vestibular.



“Torna-se, pois, imprescindível incorporar as necessidades da realidade ao currículo escolar de forma a que os alunos tenham acesso, no Ensino Médio, àqueles conhecimentos que, de forma mais ou menos imediata, serão exigidos pelo mercado de trabalho” (BRASIL, 1999, p. 54).



Segundo o artigo 35 da LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação), a nomenclatura Ensino Médio reflete a posição deste nível de ensino, que se encontra entre o fundamental e o superior. Entre suas funções já definidas, estão:



“I) consolidar conhecimentos anteriormente adquiridos;

II) preparar o cidadão produtivo;

III) implementar a autonomia intelectual e a formação ética;

IV) contextualizar os conhecimentos”



As línguas estrangeiras na escola regular passaram a enfocar estudos gramaticais e memorização de regras com prioridade quase que total na forma escrita. Isso tudo de forma descontextualizada e desvinculada da realidade, causando total desinteresse por parte dos estudantes. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) sugere, para eficaz aprendizagem da língua estrangeira, que o ensino se dê numa perspectiva interdisciplinar e relacionada com contextos reais.

Embora seja objetivo primordial para o ensino de línguas o desenvolvimento das habilidades de entender, falar, ler e escrever, isso não é o que ocorre na realidade escolar pública, portanto é importante fazer uma análise de cada turma no início do trabalho, descobrindo quais as deficiências, o grau de conhecimento com a língua inglesa e que assuntos poderiam interessá-los.



No contexto de transformações em que vivem o adolescente e a humanidade, algumas mudanças acentuaram mais ainda a importância da escola, como por exemplo, as mudanças na estrutura familiar, quando a economia mudou de uma base agrícola para a industrializada, houve uma redução do grupo familiar, deixando de ser comunitário para tornar se nuclear. Hoje, com o grande número de divórcios, surgem novas estruturas familiares que nos levam a repensar o conceito tradicional de família como sendo composta por pai, mãe e filhos; o ingresso da mulher no mercado de trabalho, que obrigou as famílias a buscar alguém ou alguma forma de manter seus filhos ocupados; a redução do tempo, da qualidade e do conteúdo do convívio familiar devido aos fatores já citados e ao processo de concentração urbano. O pouco tempo que a família passa junto, muitas vezes é na frente de uma TV, o que significa que está "reunida" e não unida.


Todos estes fenômenos aumentam a importância da escola, porque ela é uma referência marcante na vida do adolescente. É um espaço onde valores são colocados e vivenciados, seja de forma explícita ou implícita, mas com certeza há um conjunto de valores que permeiam a vida e a prática educativa de cada instituição.


A escola, embora não seja o único "espaço de aprendizagem", tem uma responsabilidade especial; é preciso abdicar da ilusão de que seremos capazes de transmitir todo o conheci mento que os estudantes necessitarão, e nos concentrarmos em despertar neles o desejo e a atitude de aprender.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

por Colunista Portal - Educação

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