Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica

A síndrome da resposta inflamatória sistêmica
A síndrome da resposta inflamatória sistêmica

Fisioterapia

28/01/2013

As características da síndrome da resposta inflamatória sistêmica são depressão miocárdica, disfunção vasomotora, insuficiências respiratória, renal e hepática, desajustes cognitivos e de regulação térmica, e sangramento por coagulopatia; Tais síndromes decorrem da liberação de citocinas, histamina, bradicinina e outros agentes vasoativos, e da ativação leucocitária, endotelial, plaquetária, de células parenquimatosas, dos sistemas de contato (calicreína), do complemento e de coagulação/fibrinólise (FERREIRA, César Augusto et al. 2010).

Definição

A síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) é uma manifestação clínica da inflamação aguda do endotélio, condição muito comum em pacientes graves no período pós-operatório. A SRIS pode estar relacionada com infecção, trauma, queimaduras, pancreatite ou doenças pulmonares. Contudo, ela é uma das primeiras manifestações de pacientes com sepse, que é a própria SRIS com foco infeccioso identificado.

A SRIS pode ser definida por dois ou mais dos sintomas relacionados a seguir: febre (temperatura > 38°C) ou hipotermia (< 36°C), taquicardia (> 90 bpm), taquipnéia (> 20 rpm) ou hiperventilação (PaCO2 < 32 mmHg), e leucocitose ou leucopenia (> 12.000 células.µL-1 ou < 4.000 células.µL-1) ou desvio à esquerda (neutrófilos imaturos com mais de 10% (CICARELLI, Domingos Dias; VIEIRA, Joaquim Edson; BENSENOR, Fábio Ely Martins. 2007).

Incidência

As síndromes inflamatórias sistêmicas de etiologia infecciosa ou síndromes sépticas (sepse, sepse grave e choque séptico) são situações de grande ocorrência nas UTI, sendo causa de até 50% das mortes nessas unidades. Tanto a morbidade quanto a mortalidade dessas síndromes têm aumentado nas últimas décadas, porque cada vez mais se tratam pacientes gravemente doentes e em estágios de doença cada vez mais avançados CARVALHO, Paulo R. A. et al. 2005).

Fisiopatologia SRIS, sepse, choque séptico e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO) estão fortemente correlacionados. A evolução de um paciente com essa sequência normalmente causa seu óbito. Contudo, alguns pacientes com SRIS desenvolvem SDMO sem infecção ou diagnóstico de sepse. A ativação da cascata inflamatória por um agente agressor, com ou sem infecção, parece causar síndrome inflamatória que muitas vezes é autossustentável e o bloqueio ou a remoção desse agente causal pode não ser garantia de sucesso no tratamento da SRIS, não evitando a evolução da resposta inflamatória.

O edema endotelial secundário à resposta inflamatória na microcirculação aumenta a resistência hidráulica, comprometendo o fluxo sanguíneo na microcirculação e levando à diminuição da extração de oxigênio, causando hipóxia tecidual, metabolismo anaeróbico e produção de lactato. A hipóxia tecidual favorece a glicólise anaeróbica, consequentemente aumentando a produção de lactato (CICARELLI, Domingos Dias; VIEIRA, Joaquim Edson; BENSENOR, Fábio Ely Martins. 2007).

Tratamento

Para diminuir a progressão da SIRS e melhorar o resultado, drogas, como glicocorticoides e anti-inflamatórios são utilizados, glicocorticoides têm um importante efeito imunossupressor, que reduzem a transcrição de genes pró-inflamatórias inibindo o fator nuclear kappa B (CICARELLI, Domingos Dias; BENSENOR, Fábio Ely Martins; VIEIRA, Joaquim Edson. 2006)

Referências:

CARVALHO, Paulo R. A. et al . Prevalência das síndromes inflamatórias sistêmicas em uma unidade de tratamento intensivo pediátrica terciária. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 81, n. 2, Apr. 2005.
CICARELLI, Domingos Dias; BENSENOR, Fábio Ely Martins; VIEIRA, Joaquim Edson. Effects of single dose of dexamethasone on patients with systemic inflammatory response. Sao Paulo Med. J., São Paulo, v. 124, n. 2, 2006 .
FERREIRA, Cesar Augusto et al . Avaliação da aprotinina na redução da resposta inflamatória sistêmica em crianças operadas com circulação extracorpórea. Rev Bras Cir Cardiovasc, São José do Rio Preto, v. 25, n. 1, Mar. 2010 .

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Alexandre do Prado Caldas Serafim

por Alexandre do Prado Caldas Serafim

Especialista em Biologia Celular e Molecular. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior. Especialista em Metodologia do Ensino de Biologia e Química pelo Centro Universitário Internacional. Licenciatura em Ciências Biológicas. Licenciatura em Ciências Naturais pela USP. Licenciatura em Pedagogia.

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