Aterosclerose

A Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica
A Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica

Farmácia

12/10/2014

ATEROSCLEROSE:

As doenças cardiovasculares destacam-se, nos dias atuais, como a mais frequente causa de óbito. A patogenia mais encontrada das doenças cardiovasculares é, indiscutivelmente, a aterosclerose coronária, que pode acometer, inclusive, pacientes jovens.


A Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. É caracterizada pelo acúmulo de material gorduroso nas paredes das artérias. Esse material gorduroso engrossa, endurece (forma depósitos de cálcio) e eventualmente pode bloquear as artérias. Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídeos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. A placa impede que o sangue circule normalmente para os órgãos cruciais, como o cérebro e o coração.


A doença cardiovascular aterosclerótica é responsável pela metade da morbidade e mortalidade em todo o mundo. Os sintomas mais frequentes são: dores no peito (peso, aperto, queimação ou até pontadas), falta de ar, sudorese, palpitações refletindo arritmias e fadiga. A aterosclerose é uma doença perigosa, pois muitas vezes a evolução é silenciosa. Algumas pessoas só descobrem a formação de placas de gordura quando uma artéria é obstruída completamente e o paciente precisa ser atendimento imediatamente. São as situações de infartos, derrames e até morte súbita. É uma doença de progressão lenta e que pode se iniciar desde a infância. Em algumas pessoas atinge a maior intensidade de progressão na terceira década e em outras somente depois da quinta ou sexta década.


A aterosclerose é um processo multifatorial e, quanto maior o número de fatores de risco, maior o grau e gravidade da doença. Os fatores de risco, que têm sido identificados, são:

Dislipidemia: A dislipidemia é alteração nos lipídeos, ou seja: colesterol total, HDL, LDL e triglicérides.
Idade: Predominante na faixa de 50 a 70 anos

Hipertensão arterial: A hipertensão arterial provoca alterações na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras na parede arterial.

Diabetes: A doença cardiovascular (DCV) é responsável pela maioria dos óbitos dos pacientes com diabetes mellitus, sendo a doença arterial coronariana (DAC) a causa de 75% dos óbitos desses pacientes. O diabetes mellitus acelera a aterosclerose coronariana e os diabéticos são um subgrupo de pacientes de maior risco para eventos cardiovasculares.


Tabagismo O tabagismo, devido a composição das toxinas do tabaco, causa agravamento do quadro da aterosclerose. De uma maneira geral, as toxinas do tabaco diminuem a quantidade de HDL e aumentam a quantidade de LDL do organismo.


Além disso, a nicotinae o monóxido de carbono, presentes no cigarro, danificam o endotélio, podendo iniciar a formação da placa de ateroma. O fumo também contrai as artérias que já estão estreitadas pela presença da placa de ateroma e aumenta a tendência do sangue coagular.

Sedentarismo: A atividade física reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação.

Sexo: Predominante no sexo masculino, pois as mulheres são protegidas desviando suas gorduras sanguíneas para a produção de hormônio feminino (estrogênio). Após a menopausa a proteção desaparece.

História familiar: É importante observar se há uma história familiar precoce de aterosclerose, ou seja, parentes de primeiro grau com menos de 55 anos para homens e menos de 65 anos para mulheres.


O papel da dislipidemia na deflagração da aterosclerose coronariana está bem estabelecido. Em especial, níveis elevados do colesterol total e LDL, redução nos níveis do colesterol HDL e aumento dos níveis de triglicérides, podem induzir à doença coronariana. O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativa e progressivamente, em indivíduos com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares de normalidade. Para o colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco.


A maior parte dos fatores de risco está relacionada com os hábitos de vida dos indivíduos (estilo de vida). E como se pode constatar, alguns dos fatores de risco não podem ser modificados (idade, sexo e hereditariedade), mas perante estas situações torna-se ainda mais importante a prevenção de outros eventuais fatores de risco que possam coexistir. Sendo assim, como a maioria das doenças cardiovasculares, a melhor forma de prevenção é manter uma rotina que inclua exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e com baixo consumo de gorduras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças. Naqueles indivíduos que não atingem as metas de lípideos apenas com modificações comportamentais, o uso continuado de drogas hipolipemiantes, que reduzem os níveis de colesterol e triglicerídeos, é prática indispensável.


Referências:

• BALBANI, A. P. S.; MONTOVANI, J. C. Métodos para abandono do tabagismo e tratamento da dependência da nicotina. Rev Bras Otorrinolaringol, São Paulo, v. 71, n. 6, p. 820-827, 2005.


• GOODMAN, A. G.; LIMBIRD, L. E.; HARDMAN, J. G. (ed.). Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. Tradução: Carla de Mello Vorsatz. 10. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005.


• Mc INTOSH HD - Risk factors for cardiovascular disease and death: a clinical perspective. J Am Coll Cardiol 1989; 14: 24-30.


• ROSEMBERG, J. Nicotina: droga universal. Rio de Janeiro: INCA, 2004.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Fernanda Correia da Silva

por Fernanda Correia da Silva

Fernanda Correia da Silva e-mail: fcorreiasilva@yahoo.com.br Formação acadêmica: -Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Mestrado em Química Biológica Período: Agosto/202006 - Agostoto/2008 - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Curso: Farmácia Período: Agosto/2002 - Julho/2006

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