10/03/2016
IntroduçãoExatamente por ser um órgão externo, a pele está sujeita a muitas agressões provocadas pela exposição contínua e gradativa ao sol. O uso de recursos para a proteção da pele é de vital importância, especialmente para aquelas pessoas que se expõem por períodos prolongados a radiação solar (LIMA et. al., 2010).
Durante o verão, aumentam as atividades realizadas ao ar livre. A radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras, câncer da pele e outros problemas. Por isso, não podemos deixar a fotoproteção de lado (SBD, 2014).
O método de fotoproteção química com o uso do protetor solar é uma estratégia eficaz para reduzir os agravos à saúde provocados pela radiação ultravioleta a qual estão expostos esses trabalhadores. Além deste, a associação com os métodos de barreira física, como uso de blusas de manga comprida, bonés, óculos e o cuidado com relação ao horário de exposição ao sol, mostram-se mais eficazes para diminuir a ocorrência de agravos à pele (LIMA et. al., 2010).
Tipos de peleFitzpatrick classificou a pele em fototipos a partir da capacidade de cada pessoa em se bronzear sob exposição solar e sua sensibilidade e tendência a ficar vermelhas sob os raios solares. Ele elaborou sua escala a partir de visualizações empíricas. Ele classificou a pele de cada um como sendo potencialmente de uma das seis classificações listadas a seguir (grupo, eritema, pigmentação e sensibilidade ao Sol) (SBD, 2014).
Problemas de pele causados pelo solÉ o mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce (SBD, 2014).
Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. O tipo mais encontrado é o nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade (SBD, 2014).
• Carcinoma espinocelular (CEC)É o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões normalmente apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade (SBD, 2014).
O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Normalmente, os CEC têm coloração avermelhada, e apresentam-se na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente (SBD, 2014)
• MelanomaDe acordo com a SBD (2014), é o tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, segundo o INCA, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença.
O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, quando se trata de melanoma, a “pinta” ou o “sinal” em geral mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento (SBD, 2014).
Pessoas de pele clara, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolverem a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar (SBD, 2014).
Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de metástase para outros órgãos e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Casos de melanoma metastático, em geral, apresentam pior prognóstico e dispõem de um número reduzido de opções terapêuticas (SBD, 2014).
Sinais e sintomas do câncer de peleA exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo e penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma (SBD, 2014).
Na verdade, a maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco. Ao sair ao ar livre procure ficar na sombra, principalmente no horário entre as 10h e 16h, quando a radiação UVB é mais intensa. Use sempre protetor solar com fator de proteção solar (FPS) de 30 ou maior. Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas. Óculos escuros também complementam as estratégias de proteção (SBD, 2014).
Cuidados com a peleO produto deve proteger contra os raios UVA e contra os raios UVB. Aplique o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva. Reaplique-o a cada duas ou três horas, mas fique atento, esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou se você entrar na água. Aplique o protetor uniformemente em todas as partes de corpo, isso inclui mãos, orelhas, nuca e pés (SBD, 2014).
Entende-se por radiação ultravioleta a região do espectro eletromagnético emitido pelo sol compreendido entre comprimentos de ondas de 200 a 400 nm, que por sua vez, subdividem-se em três: ultravioleta C ou UVC (200-290nm), que não chega à superfície terrestre; ultravioleta B ou UVB (290-320nm); ultravioleta A (320-400nm). Este último ainda pode ser subdividido em curto ou UVA-I (320-340nm), e longo ou UVA-II (340-400nm) (MELQUIADES et. al., 2007).
Os efeitos bioquímicos da radiação solar sobre a pele são causados, principalmente pelas radiações UVA e UVB. O UVA, por ser mais penetrante, atinge a derme profunda, tornando-se o principal responsável pelo fotoenvelhecimento, tem ação fotosensibilizante e é o responsável pelo bronzeamento direto. Já a radiação UVB, apesar da penetração da pele ser menor, pode chegar até a derme papilar e com isto provocar alterações às fibras de elastina e de colágeno, tem ação eritematosa (causa queimadura), responsável pelo bronzeamento indireto e tem ação carcinogênica (MELQUIADES et al., 2007).
A eficácia dos filtros é dependente da sua capacidade de absorção da energia radiante, que é proporcional à concentração dos compostos absorvedores e/ou refletores de radiação eletromagnética que o compõe, intervalo de absorção e comprimento de onda onde ocorre absorção máxima. A associação de diferentes filtros, químicos e físicos, em formulações é um recurso para melhorar a eficácia e potencializar o FPS (MELQUIADES et al., 2007).
O valor do FPS consiste na razão entre o tempo de exposição à radiação ultravioleta necessário para produzir eritema na pele protegida pelo protetor solar e o tempo, para o mesmo efeito, com a pele desprotegida (MELQUIADES et al., 2007).
Os produtos para proteção solar vêm mudando através dos anos, e são diferentes nos mercados regionais, segundo as diferentes necessidades dos consumidores e de acordo com o índice de ultravioleta (IUV), que mede o nível de radiação solar na superfície da terra, e quanto mais alto, maior o risco de danos à pele e aos olhos. Somado-se a isso, as exigências de expectativas de eficácia cada vez maiores por parte dos consumidores, maior segurança de uso, requisitos legais cada vez mais estreitos e harmonização de legislações, estão cada vez mais rigorosos (MELQUIADES et. al., 2007).
Tipos de protetores solares
Além disso, apresentam baixo potencial alergênico, sendo especialmente importantes para formulações de produtos infantis, para uso diário e para indivíduos com peles sensíveis e, portanto, são utilizados em muitos protetores solares (MELQUIADES et. al., 2007).
• Filtros orgânicosSegundo MACHADO (2009), O melhor fator de proteção solar para a cada tipo de pele é diferente, e passar o protetor solar correto garante a saúde da pele e previne queimaduras solares:
É bom lembrar que para cada tipo de pele é necessário uma formulação específica de acordo com PURCELI (2014).
Muito se diz acerca do FPS dos protetores utilizados hoje em dia. O Prof. Paschoal Rosseti Filho, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Mezzo de Cosmetologia e Estética esclarece a dúvida quanto à porcentagem de radiação absorvida. O filtro com FPS 2 absorve cerca de 50% da radiação UVB, enquanto o FPS 30 absorve 96,7% da radiação UVB e os FPS 45 e FPS 60 absorvem 97,8% e 98,6%, respectivamente.
Bons hábitos
As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora. Aumente a ingestão de líquidos no verão e abuse da água, suco de frutas e da água de coco. Todos os dias aplique um bom hidratante, que ajuda a manter a quantidade de água na pele entre 10% a 30% (SBD, 2014).
De acordo com a SBD (2014) Alguns alimentos podem ajudar na prevenção dos danos que o sol causa à pele, como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois contêm carotenóides, substância que se deposita na pele e retém as radiações ultravioletas. Esta substância é encontrada nas frutas e legumes de cor alaranjada ou vermelha e, no banho, use sabonetes compatíveis com o tipo de pele. A temperatura da água deve ser fria ou morna, para evitar o ressecamento.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD (2014) recomenda que as seguintes medidas de proteção sejam adotadas:
Uma dica bacana é que o uso de fluidos siliconados nas pontas dos cabelos impede que eles se danifiquem com o vento, calor ou maresia. Não se esqueça de proteger as cicatrizes. Quando novas podem ficar escuras se não forem protegidas. Se antigas podem desenvolver tumores na pele, apesar de ser um evento raro. Pode ser colocado o filtro na própria cicatriz ou protegê-las com adesivos ou esparadrapos (SBD, 2014).
Em crianças, inicia-se o uso do filtro solar a partir dos seis meses de idade, utilizando um protetor adequado para a pele sensível da criança, de preferência os filtros físicos. Você pode pedir orientação a um pediatra ou a um dermatologista sobre qual o melhor tipo para cada caso. É preciso que as crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente, pois 75% da radiação acumulada durante toda a vida ocorre na faixa entre 0 e 20 anos (SBD, 2014).
Considerações finaisOutros hábitos saudáveis como alimentação e proteção como uso de roupas leves ajudam.
Na hora de indicar um protetor a um paciente/cliente leve em consideração seu hábito de vida e condição sócio-econômica.
Referências bibliográficasFLOR, Juliana; DAVOLOS, Marian Rosaly; CORREA, Marcos Antonio. Protetores solares. Química Nova. São Paulo, v. 30, n. 1, Fev. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100027&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20/10/2014.
LIMA, Angélica Gomes, et. al. Fotoexposição solar e fotoproteção de agentes de saúde em município de Minas Gerais. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2010; 12(3):478-82. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v12/n3/v12n3a09.htm. Acesso em: 20/10/2014.
MACHADO, Aleksana Regina Viana Santos. In: Saiba qual é o melhor fator de proteção solar para cada pele (2009). Disponível em: http://www.tuasaude.com/saiba-qual-e-o-melhor-fator-de-protecao-solar-para-cada-pele/. Acesso em: 21/10/2014.
MELQUIADES, Fábio Luiz. et. al. Análise de bloqueadores solares através da metodologia de EDXRF (2007). Disponível em: http://www.uel.br/grupos/gfna/analisebloq.pdf. Acesso em: 20/10/2014.
NETO, Miguel Francischelli. Os tipos de pele - a classificação de Fitzpatrick. Disponível em: http://www.naturale.med.br/depilacao_definitiva_tipos_pele.htm. Acesso em: 20/10/2014.
Rossetti Filho, Paschoal. Proteção Solar: uma questão de saúde (2011). Disponível em: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=184034. Acesso em: 21/10/2014.
Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD. Câncer da pele. Disponível em: http://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 210/10/2014.
Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD. Classificação dos fototipos de pele. Disponível em: http://www.sbd.org.br/cuidados/por-que-as-pessoas-tem-tons-de-pele-diferentes/. Acesso em: 20/10/2014.
Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD. Conheça a pele. Disponível em: http://www.sbd.org.br/cuidados/conheca-a-pele/. Acesso em: 20/10/2014.
Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD. Cuidados com a pele no verão. Disponível em: http://www.sbd.org.br/cuidados/cuidados-com-a-pele-no-verao/. Acesso em: 20/10/2014.
Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD. Tipos de pele. Disponível em: http://www.sbd.org.br/cuidados/tipos-de-pele/. Acesso em: 20/10/2014.
PURCELI, Márcia. Protetor solar deve ser aplicado 15 minutos antes da exposição ao sol. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/protetor-solar-deve-ser-aplicado-15-minutos-antes-da-exposicao-ao-sol.html. Acesso em: 21/10/201.
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Farmacêutico graduado pela Faculdade Pitágoras, cursando MBA em Logística Farmacêutica pela UNYLEYA Faculdade e Gestão da Produção Industrial pela UNOPAR. Membro da Comissão Assessora para Drogaria e Dispensação do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais entre 2014-2016.
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