Aspectos clínicos e epidemiológicos da Hantavirose: Uma Revisão
Hantavirose é uma infecção zoonótica viral aguda
Farmácia
16/06/2015
INTRODUÇÃO
A Hantavirose é uma infecção zoonótica viral aguda. Consiste em uma doença mundialmente distribuída e transmitida através da inalação de aerossóis contendo excretas de roedores silvestres contaminados pelo Hantavírus. É uma doença febril cuja apresentação clínica pode manifestar-se de diferentes maneiras, desde o modo inaparente até quadros clínicos mais graves, dependendo do órgão acometido. Nos rins, causa Febre Reumática com Síndrome Renal (FHSR) e nos pulmões e coração a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). A pesquisa teve como objetivo identificar, através da literatura científica, as características da doença, expondo métodos de diagnóstico e tratamento.
O período de incubação é de 5 a 60 dias. Em alguns casos, a hantavirose pode ser assintomática, em outros, em fases iniciais, os principais sintomas são febre alta, mialgias, náuseas, vômitos e diarreia. Alguns sintomas de instalação súbita são mais específicos da FHSR como uremia, oligúria, sangramentos gengivais, petéquias, insuficiência renal e choque dispneia, hipotensão, insuficiência respiratória causada pelo edema e colapso circulatório, são característicos da síndrome cardiopulmonar por hantavírus.
O diagnóstico laboratorial da hantavírose é realizado através de testes sorológicos como imunoenzimática (ELISA), imunofluorescência indireta, neutralização, hemaglutinação passiva e western-blot. A presença dos anticorpos IgM, que surgem precocemente, já no início dos sintomas, ou a quadruplicação dos títulos de IgG em amostras de soro pareadas confirmam a suspeita clínica. O RT-PCR pode ser utilizado para identificar o RNA viral em amostras de sangue ou tecidos originários de casos suspeitos.
TRATAMENTO
O tratamento consiste em bons resultados se o paciente for tratado com antecedência, evitando que entre em insuficiência respiratória e choque. É necessário receber cuidados precoces de terapia intensiva, monitoração da oxigenação, pressão arterial e ventilação precoce e deve-se implantar no paciente cateter em artéria pulmonar ou venoso, que deverá além de propiciar o monitoramento do choque, ser utilizado na infusão de líquidos e drogas. Recomenda-se, utilizar plasma fresco congelado para compensar as perdas plasmáticas no interstício pulmonar e não utilizar diuréticos para reduzir o edema pulmonar porque acentuam o choque. A dopamina é utilizada para melhorar o débito cardíaco e diminuir a resistência vascular periférica. Não existe tratamento específico para a hantavirose, sabendo-se que existem altos títulos de TNF no sangue, o desenvolvimento de drogas bloqueadoras do precursor na síntese do TNF, seria uma esperança terapêutica.
CONCLUSÃO
A maioria dos diagnosticados com hantavirose foram do sexo masculino nativos da zona rural. Em consequência de ser uma doença de manifestações clínicas inespecíficas, é necessário padronizar a solicitação de sorologia para suspeitas. A vigilância epidemiológica e a investi¬gação clínica são fundamentais para se diagnosticar precocemente os casos de hantavirose, para realizar o controle ambiental e abreviar a incidência da doença.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Priscila Duarte da Silva
Farmacêutica graduada pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões- RS
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