Inflamação e ácidos graxos essenciais

Farmácia

14/03/2015

A inflamação é caracterizada por calor, que resulta do aumento da perfusão dos tecidos e febre, rubor, vermelhidão que resulta de um aumento da perfusão do tecido superficial, tumor, inchaço do tecido inflamado, como resultado de exsudação do plasma, edema, dor inflamatória devido ao aumento da sensibilidade do nervo sensorial. Estas características permitem o corpo atuar como um sistema integrado a fim de lidar com a infecção e danos sofridos (CERQUEIRA, 2013).


A resposta inflamatória é controlada pelo sistema imunológico, que é responsável pelos processos de reparação nos tecidos, assim como pela defesa do organismo. A resposta imune pode ser classificada em imunidade não específica (inata) e a específica (adquirida). (CERQUEIRA, 2013).


A inflamação pode ser definida como a reação do tecido vascularizado à lesão e tem papel tanto nas reações normais de reparo quanto na patogenia de doenças. As inflamações podem ser agudas, com liberação de proteínas no plasma e migração de leucócitos, ou crônicas, histologicamente associadas à presença de linfócitos e macrófagos (CASAGRANDE, 2013).


As doenças cardiovasculares são caracterizadas por inflamação sistêmica, com concentrações elevadas de diversos mediadores inflamatórios, como eicosanoides, fatores de ativação plaquetária, citocinas pró-inflamatórias, proteínas de fase aguda e leucócitos (CASAGRANDE, 2013).


O aumento da razão ω-6/ω-3 nas dietas ocidentais de 1 a 2:1 para 20 ou mesmo 50:1, tem sido apontado como uma causa provável para o aumento da incidência de patologias inflamatórias nas suas populações, uma vez que os eicosanoides sintetizados a partir dos ácidos graxos ômega-6 são potentes agentes pró-inflamatórios. Por outro lado, os ω-3 são precursores de eicosanoides com ação anti-inflamatória (CERQUEIRA, 2013).


O óleo de peixe é rico nos ácidos graxos ω-3 EPA (20:5 ω-3) e DHA (22:05 ω-3), que podem substituir o AA (20:04 ω-6) nas membranas celulares. O óleo de peixe tem sido usado no tratamento de doenças inflamatórias das articulações, como a artrite reumatoide e em outros órgãos e tecidos (ASIF, 2014).





Referências

ASIF, M. Role of ω-3 polyunsaturated fatty acids in inflammation and rheumatoid arthritis disorders. Int J Appl Sci Biotechnol, v.2, n.1, p. 3-17, 2014.


CASAGRANDE, F.S. Efeito da suplementação de ácidos graxos ômega-3 no perfil lipídico e mediadores inflamatórios de pacientes com insuficiência cardíaca submetidos a exercício físico supervisionado. 2013, 145 f. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título de Mestre em nutrição, 2013.


CERQUEIRA, S.R.P. Os ácidos gordos Omega-3 e os seus efeitos anti-inflamatórios, 2013, 83f. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, 2013.