A Revolução da Farmácia Comercial

Atendimento farmacêutico personalizado
Atendimento farmacêutico personalizado

Farmácia

08/10/2014

Entramos na metade da década, e com isso muitas mudanças na legislação farmacêutica e com isso uma nova visão de mercado e também de comportamento e posicionamento do profissional farmacêutico. Temos a criação da recém-chegada lei 13021/14 que transforma a farmácia comunitária em um local de promoção de saúde, essa lei somada a RDC 585/13 e 586/13 do Conselho Federal de Farmácia trazem uma nova posição do Farmacêutico na Farmácia Comercial e com isso novas oportunidades de gerar lucros e fidelizar novos clientes.


A antiga briga de Farmácia versus comercio farmacêutico parece está chegado ao fim, a farmácia sendo reconhecida como um local de promoção da saúde e os novos atributos para o farmacêutico estão levando a antiga farmácia comercial para a pré-história e deixando em seu lugar um local de saúde e conveniência somado aos serviços farmacêuticos com a rentabilidade e lucratibilidade do negócio que no Brasil parece não sentir o impacto da crise internacional, onde cada vez mais o mercado ganha fôlego e cresce dois dígitos anualmente, em contra partida da inflação que desacelera o crescimento do PIB, juntamente com o aumento do dólar e o aumento da taxa de juros (SELIC), o comercio de medicamentos e correlatos continua saudável e demostra que o Brasil irá subir em 2015 o ranking no cenário internacional, onde segundo a IMS Health, empresa do mercado farmacêutico mundial, que divulgou recentemente o estudo a IMS Pharma que analisa o mercado internacional e relata que o Brasil irá ocupar a 6a posição de maior consumindo de medicamentos no mundo.


Entre os novos atributos do profissional farmacêutico está a possibilidade de prescrever medicamentos isentos de prescrição médica e que podem causar uma série de reações adversas se o paciente não for devidamente instruído sobre seu uso, com essa ferramenta o mercado farmacêutico pode entrar num novo momento, onde esse poder dado ao farmacêutico pode revolucionar o atendimento na farmácia comercial. Onde o paciente que entra e logo terá um atendimento totalmente personalizado, onde ele irá solucionar suas dúvidas sobre seu tratamento e principalmente conversar com um profissional que terá como objetivo a sua melhora e o aumento da sua auto-estima independente da sua doença. A prescrição farmacêutica é uma ferramenta que pode aumentar a rentabilidade da farmácia, não em aumento direto das vendas em medicamento de mais alto valor agregado e sim na fidelização de clientes por meio de um atendimento diferenciado pelo farmacêutico clinico.


O atendimento é a peça chave para o varejo farmacêutico, pois o nosso cliente não entra na farmácia como se entra uma loja de roupas, ele entra cabisbaixo e triste por motivo de alguma doença ou mal-estar, e o atendimento personalizado pode fazer toda a diferença nesse momento de cautela, e é fundamental para que ele possa ser fidelizado. Com o mercado aquecido é comum a concorrência aumentar, então todo diferencial que se tenha embaixo da manga pode causar uma onda de crescimento positivo na geração de rentabilidade. Dar a uma farmácia comercial rentabilidade hoje é o zênite do negócio, mesmo as grandes redes do País estão tendo alguma dificuldade quando chegam me mercados em cidades menores que 100.000 habitantes, onde já se tem uma praça aquecida e de clientes fidelizados com as cadernetas de fiado. O crescimento vai acontecer, mas em que velocidade? Vai depender principalmente dos diferenciais, e é aí que entra os serviços farmacêuticos, que muitas vezes nessas cidades deixam a desejar.


Um dos entraves e dúvidas sobre os serviços farmacêuticos são as diferentes rdc’s que constantemente agregam ou desagregam os atos profissionais. A exemplos da rdc 585 e 586 do Conselho Federal de Farmácia que rege a prescrição farmacêutica, isso abre um leque de oportunidades para a farmácia comunitária, onde pode-se realizar numa sala, ou consultório farmacêutico, a anamnese farmacêutica por meio de uma entrevista e assim ajudar na adesão ao tratamento, como também ter local mais propício para uma conversa sobre os efeitos colaterais de algum medicamento ou do tratamento, deixando o cliente numa posição confortável, que muitas vezes não acontece no consultório médico.


A portaria 344/98 juntamente com a RDC 20/11 da ANVISA, possuem o objetivo de registrar a compra e venda de medicamentos sujeitos a controle especial, psicotrópicos, antibióticos e outras substâncias, devendo esses medicamento ficarem sobre a guarda do farmacêutico constantemente, isso ocupa mais ainda o tempo do profissional, que deve está em atendimento ao cliente, na linha de frente da farmácia. Essa guarda poderia ser diferente ou menos incisiva no tocante a guarda da chave dos armários onde se encontram esses medicamentos, poderia, por exemplo, uma pessoa treinada pelo farmacêutico para realizar a devida entrega do medicamento depois da análise do receituário ou notificação, ficar abrindo e fechando armário não é uma atribuição para um profissional que agora deve prescrever. A portaria 344/98 a exemplo da lei 5991/73 devem ser revistas e modernizadas para a atuação do farmacêutico.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Dr Carlos Wangles Soares

por Dr Carlos Wangles Soares

Professor Universitário com experiência nas áreas de farmácia comunitária, bromatologia, práticas profissionais, manipulação de quimioterápicos e nutrição parenteral total. Especialista em análises clinicas e farmácia clinica e prescrição farmacêutica. Desenvolve vários trabalhos sobre legislação farmaceutica como também em farmácia comunitaria na região do interior do Ceará.

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