A importância dos estudos de cosméticos para tratamento de peles com xerose
Xerose (pele seca)
Farmácia
25/08/2014
O mercado cosmético é e continuará sendo bastante promissor para a indústria devido ao fato de cada vez mais mulheres e homens estarem se interessando pela manutenção e/ou recuperação da estética. Entretanto, contrariamente ao lado puramente estético, há patologias como a xerose, natural do processo do envelhecimento, que também devem e estão sendo um foco para pesquisadores em estudos de novas formulações, novas bases cosméticas e ativos com finalidade de hidratação, além dos já consagrados como ureia grau farmacêutico. Polímeros fluidos como os Fomblins®, ativos ricos em açúcares como o Fucogel® e ativos ricos em umectantes poderosos como o Hidroviton®, além de outros como os que agem por meio de aquaporinas, são alternativas que devem ser pensadas na pré-formulação de produtos hidratantes.
As bases que possuem característica não iônica sobressaem-se às de característica oposta por apresentarem compatibilidade melhor com a pele, propiciando poder menos irritativo, o que é extremante necessário a uma pele já injuriada. Novas bases foram lançadas no mercado cosmético apresentando o poder de “imitar” as funções fisiológicas da pele, como as ceras Olivem® e MDS®, não possuindo residuais oleosos, desejável hoje no conceito oil free.
Além das propriedades das bases, estudos biofísicos como, por exemplo, análises da umectação cutânea, do teor de sebo, do valor de pH da superfície cutânea, da medida da perda transepidérmica de água e avaliação do relevo cutâneo são de fundamental importância para o desenvolvimento de cosméticos e a real definição de sua aplicabilidade, tornando o produto mais seguro e eficaz para sua finalidade e proposta.
Segundo estudos realizados por Gonçalves e Campos (2009), tais técnicas de biofísica supracitadas possibilitam a avaliação dos produtos em suas reais condições - na pele humana -, o que garante a qualidade dos mesmos, englobando a segurança do seu uso, a estabilidade, o bom sensorial e aspecto e a eficácia. O estudo das emulsões cosméticas analisadas para xerose vai muito mais além quando se tem conhecimento destas técnicas modernas porque também se pode avaliar a integridade do estrato córneo, o que possibilitaria formular um produto muito mais específico e completo. Já o terceiro fator que contribui para o desenvolvimento de um produto seria o perfil reológico do mesmo, que dá definições, entre outras, de alterações de viscosidade conforme variação de tempo e calor, fundamental para aceitação do público que sempre requer um produto constante, sem variações de suas características.
Tratando-se de aceitação do consumidor, segundo DiSapio (1993), o uso de silicones torna-se uma alternativa cada vez mais necessária nos cosméticos, em substituição aos compostos hidrocarbonados. Os consumidores estão condicionados a apreciar toque seco, com o mínimo de resíduo perceptível. Os silicones são capazes de doar esta característica ao produto, além de não serem comedogênicos e oclusivos e permitirem emoliência, também necessária ao produto hidratante. Podem ser mais caros, porém, avaliando custo-benefício, sobressaem-se aos demais produtos.
Formular cosméticos nunca foi tão difícil. Estamos diante de dezenas, até centenas de alternativas de insumos com as mais variadas finalidades, características e custos. E é por isso que estudos cada vez mais complexos fazem-se necessários para chegarmos ao objetivo final – um produto com alta aceitação no mercado, seguro e eficaz.
Bibliografias consultadas:
DiSapio, A.J. Silicones as alternatives to hydrocarbons in personal care formulations. Dow Corning Corporation, USA, 1993.
Gonçalves, G.M.S.; Campos, P.M.B.G.M. Aplicação de métodos de biofísica no estudo de produtos dermocosméticos, 2008.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Dhebora Mozena Dall Igna
Graduada em Farmácia pela UNIVALI (2006), especialista em Farmácia Magistral pela UFPR (2010) e mestra em Ciências da Saúde pela UNESC (2013). Já atuou profissionalmente nas áreas magistral e industrial nos setores de Produção, Controle, Garantia de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento. Atualmente atua como docente pela UNIPLAC, pelo IFSC e pelo SENAC nas áreas de graduação e profissionalizante.
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