Fármacos como contaminantes emergentes de águas superficiais

Farmácia

06/07/2014

A presença de fármacos no ambiente aquático tem se configurado um importante problema de saúde pública e ambiental. Diversos trabalhos detectaram a presença desses compostos em concentrações traço em amostras de águas superficiais e sedimentos, efluentes de estações de tratamento de esgotos (ETE) e estações de tratamento de água (ETA).

As principais rotas de contaminação do ambiente por farmoquímicos compreende a excreção de fármacos e seus metabólitos principalmente através da urina e o descarte inadequado destes produtos após a expiração da validade.

Apesar da importância e complexidade deste tipo de poluição, no Brasil não existem leis que regulamentem a presença de produtos farmacêuticos no ambiente.

Este trabalho buscou verificar as informações disponíveis até o momento sobre a problemática da disposição de fármacos no ambiente aquático e seu impacto sobre o ambiente e a saúde pública.

Os riscos associados a esse coquetel de fármacos presente no ambiente aquático ainda não estão completamente elucidados. Já foram demonstradas alterações na fertilidade, comportamento e feminização de peixes expostos a hormônios; além do desenvolvimento de resistência em bactérias expostas à antibióticos no meio aquático.

Entretanto, estudos abrangentes sobre os riscos à saúde humana a longo prazo inexistem. A pesquisa de fármacos no ambiente é bastante complexa, e têm sido comumente realizada utilizando técnicas cromatográficas altamente sensíveis como a cromatografia gasosa e cromatografia líquida.

Portanto, a relevância e complexidade do tema justificam a necessidade de explorar mais o assunto a fim de determinar os riscos associados e discutir medidas que possam prevenir tais riscos.