Envelhecimento cutâneo X Stress oxidativo

Alterações na pele podem traduzir-se em envelhecimento cutâneo
Alterações na pele podem traduzir-se em envelhecimento cutâneo

Farmácia

06/06/2014

A pele é um órgão complexo, constituída por diversas camadas, que diferem na sua estrutura e composição. Atua como uma barreira protetora dos órgãos internos, encontrando-se exposta a agentes químicos, físicos e microbiológicos que podem induzir a formação de alterações, inclusive o aparecimento de patologias. A pele tem papel importante na autoestima, nas relações sociais e na qualidade de vida do ser humano. Quando possuímos uma aparência jovem, saudável e bonita, nos sentimos mais confiantes e seguros para enfrentar a vida cotidiana e também sermos mais bem aceitos pela sociedade.


Alterações na pele podem traduzir-se em envelhecimento cutâneo, podendo este dever-se por um lado ao normal envelhecimento cronológico – envelhecimento intrínseco, e por outro lado a fatores externos – envelhecimento extrínseco. Com o envelhecimento cronológico cutâneo, ocorre à modificação do material genético por meio de enzimas, alterações proteicas e a proliferação celular. Consequentemente, o tecido perde a elasticidade, a capacidade de regular as trocas aquosas e a replicação do tecido se torna menos eficiente.


Várias teorias foram propostas para um melhor entendimento do processo de envelhecimento cutâneo, mas entre as teorias mais conhecidas pode-se destacar a formação dos radicais livres, eles estão sendo cada vez mais reconhecidos como uma das principais causas do envelhecimento e das doenças degenerativas associadas a ele. Trata-se de moléculas instáveis, que perdem um elétron nas interações com outras moléculas que estão ao seu redor.


Quando radicais livres se apresentam em excesso em relação às defesas antioxidantes próprias do organismo, geram um desequilíbrio entre a produção e a remoção das espécies reativas prejudiciais para o organismo, dando origem ao stress oxidativo.


Os radicais livres podem ser produzidos de diversas formas, nomeadamente através da atividade biológica própria do organismo, ou através de fatores externos a este. Em relação a estes últimos, destaca-se a poluição (fumo, gases como o ozônio e óxidos de nitrogênio), radiações (radiações ionizantes e radiação ultravioleta (UV)) e agentes químicos (herbicida paraquat, paracetamol, alguns solventes orgânicos, entre outros). Dentre os vários fatores responsáveis pelo envelhecimento extrínseco, considera-se a exposição à radiação UV como a principal, sendo que esta se divide em três comprimentos de onda, assim designada de UVA, UVB e UVC, e têm efeitos distintos a nível de camada da pele.


A nível cutâneo, o stress oxidativo origina alterações irreversíveis na conformação celular, levando ao envelhecimento prematuro, que pode ser visível na pele através de sulcos, rugas e secura, entre outras alterações. Além do envelhecimento cutâneo, as lesões resultantes da exposição UV e consequentemente stress oxidativo, podem gerar até mesmo câncer de pele.


Uma das soluções existentes para evitar o stress oxidativo é o aumento de antioxidantes presentes no organismo. Os antioxidantes podem ser obtidos a partir da alimentação ou ingestão de suplementos alimentares, ou através da sua aplicação tópica. Seja qual for a sua via de administração, estes compostos têm a função de remover as espécies reativas que estão sendo produzidas em excesso, impedindo assim lesões oxidativas e consequentemente danos causados pelo stress oxidativo.

Acredita-se que pelo menos parte do efeito benéfico de uma dieta rica em frutas e vegetais está na variedade de antioxidantes vegetais que podem funcionar como suplementos benéficos para o ser humano. Eles previnem os danos provocados pelos radicais livres oferecendo a estes o elétron que lhes faltam, assim o radical livre estabiliza-se, não rompendo os elétrons de outras células.


Os antioxidantes a nível cosmetológico podem atuar por via tópica, através da incorporação em formulações aplicadas diretamente na pele, ou através da via oral, em que há a ingestão de suplementos que vão atuar a um nível interno. As vitaminas A, C, E e o beta caroteno são consideradas excelentes antioxidantes, capazes de sequestrar os radicais livres com grande eficiência Entretanto, há ainda outras substâncias que atuam como antioxidantes como os bioflavonóides, coenzima Q10, licopeno, as isoflavonas, as catequinas, entre outras.


Entre os alimentos que apresentam vitamina A pode ser citado os vegetais verdes escuros como rúcula, espinafre, couve verde e brócolis, gema de ovo e legumes e frutas cor de laranja/amarelo como moranga, cenoura, manga e mamão. Estes últimos alimentos também apresentam em sua constituição o betacaroteno. Frutas cítricas: abacaxi, acerola, goiaba, laranja, limão, tangerina e kiwi são fontes alimentares ricas em vitamina C e óleos vegetais, ovos e germe de trigo apresentam quantidade significativa de vitamina E.


Assim, uma alimentação rica em antioxidantes é a melhor forma de prevenção aos efeitos nocivos dos radicais livres em excesso, pois as vitaminas atuam inibindo a ação destes radicais. Evitar exposições excessivas ao sol também faz parte da prevenção do envelhecimento cutâneo e formação de radicais livres, mas apenas a reposição das vitaminas não terá o efeito desejado se não forem associadas a uma alimentação balanceada, horas adequadas de sono e exercícios físicos moderados. Pelo contrário, alguns antioxidantes em excesso podem inclusive produzir mais radicais livres.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Andreia Regina Haas da Silva

por Andreia Regina Haas da Silva

Andreia Regina Haas da Silva Farmacêutica CRF: 116523 Doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela UFSM

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