A calêndula é usada como antipirética e anti-inflamatória
Farmácia
25/04/2013
Cultivada pelos egípcios, gregos, hindus e árabes, a calêndula cresceu nos jardins europeus, e desde o século XII já era usada medicinalmente. Seu nome vem da palavra latina, calends, que significa o primeiro dia do mês, por causa do seu longo período de florescimento. Porque as flores seguem o sol, e por isso era considerado sinal astrológico do verão, e para tratar do coração e condições causadas pelo calor. A calêndula é empregada internamente para tratar febres e controlar a menstruação. A maioria das preparações, das flores, é empregada como extratos para ajudar na cura de feridas e para pele inflamada e danificada (FLEMING, 1998).
Na medicina popular da Itália, a calêndula é usada como antipirética e anti-inflamatória. O chá de calêndula é usado para lavar os olhos, fazer gargarejo ou compressa para tratar conjuntivite, faringite, estomatite e gengiva estomatite, erupções cutâneas de fraldas e outras condições inflamatórias da pele e mucosa. Na Índia, combinações de ervas, inclusive calêndula, são usadas topicamente para tratar hemorroidas. O creme de calêndula, isolado ou em combinação com outras plantas, é um medicamento homeopático para tratar abrasões e queimaduras secundárias (FLEMING, 1998).
As pétalas de calêndula secas são usadas, no comércio de especiarias, como alternativa barata para substituição do açafrão, e são usadas em ungüento como corante, para dar a cor dourada. Juntamente com outras plantas da mesma família, as flores secas de calêndula têm sido usadas como repelente de insetos. Alguns herbalistas combinam calêndula, confrei, equinácea e erva de São João em um creme ou pomada para aplicação na pele.
Calêndula officinalis, há mais ou menos 20 espécies neste gênero. As flores de ambas C. officinalis e C. arvensis são usadas medicinalmente. Os nomes comuns empregados são: calêndula, calêndula do campo, calêndula do jardim, maravilhas do campo, calêndula de panela, e ringelblumen (em alemão) (FLEMING, 1998).
A calêndula pertence à família Compositae/Asteracea, e é uma planta de brotamento anual, e o florescimento acontece de maio até outubro; cresce mais ou menos 30 cm, com galhos múltiplos. As flores são as partes usadas medicinalmente. A calêndula é nativa da Europa Central e do Mediterrâneo, cresce naturalmente em localizações ensolaradas ao longo do Norte e da Europa.
Composição química
Na calêndula podem-se encontrar os seguintes componentes: Sesquiterpeno e glicosídeos flavonoídicos; Saponinas triterpênicas; Álcoois triterpênicos; Flavonóides, carotenóides, e xantofilas; ácidos fenólicos. Outros: esteróis, mucilagem, tocoferol, calendulina e substâncias amargas.
Os álcoois triterpênicos de calêndula, e outros membros da família Compositae, possuem atividade anti-inflamatória, que foi comprovada em modelos experimentais utilizando ratos. A concentração de princípios ativos varia com a maturidade da planta e o tempo de colheita.
Atividades farmacológicas
Os triterpenos, principalmente o helianol, apresentam importante atividade anti-inflamatória. Estimula a granulocitose a fagocitose, auxiliando no combate à infecção (AKIHISA et al 1996).
O creme de calêndula promove aceleração da cicatrização cutânea, promovendo reparação mais eficiente no tecido. Pela sua ação cicatrizante, cura ou diminui a gastrite e a úlcera duodenal.
O ácido oleanóico possui ação calmante e refrescante para peles sensíveis, avermelhadas e delicadas. Favorece a regeneração dos tecidos danificados, além de exercer atividade antisséptica.
As mucilagens agem como restauradores da pele em casos de difícil cicatrização. Os flavonoides reforçam a ação cicatrizante, sendo úteis também nas cólicas menstruais.
Em um estudo clínico, com 24 adultos com colite não especificada, foram tratados com chá de calêndula, 96% tiveram melhoras dos sintomas dentro de duas semanas. Em outro estudo com 170 pacientes com úlcera duodenal e/ou gastroduodenite, foram tratados com uma combinação de ervas, inclusive calêndula, obtiveram 90% de melhora dos sintomas (CHAKURSKI, 1981).
Vários estudos em animais sugerem que os extratos de calêndula possuem efeito sedativo aprazível, e desencadeiam efeito sinergético com sedativos barbitúricos.
Foi demonstrado que a calêndula desencadeia efeitos estrogênicos e uterotônico. Em ensaio, extratos de calêndula exibiram moderados efeitos uterotônico em útero isolado de coelha e de cobaia.
Ensaios demonstraram que os polissacarídeos da calêndula podem estimular a fagocitose. E também os glicosídeos da calêndula inibiram a atividade da lipoxigenase.
Em vários estudos, os triterpenóides de calêndula (especialmente o monoester faradiol) inibiram a inflamação induzida experimentalmente em ratos. Os ratos com inflamação ocular crônica melhoraram quando tratados com calêndula (por lavagem ocular); porém, neste estudo não existia nenhum grupo controle comparativo (CHAKURSKI, 1981).
Existem relatos de casos em que houve diminuição da dor e inflamação pós-mastectomia (29 pacientes) e em crianças com otite crônica supurativa média.
Um estudo reportou o aumento da vascularização em culturas de tecidos tratados com extrato liofilizado aquoso de calêndula. Em ratos, com feridas cirúrgicas, uma pomada contendo 5% do extrato de calêndula mais alantoína acelerou significativamente o processo de cicatrização. Outros estudos em ratos mostraram a melhora do processo de cicatrização com o tratamento com extrato hidroalcoólico, a 60% de flores de calêndula (BEZAKOVA et al 1996).
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por Colunista Portal - Educação
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