Confrei é uma planta conhecida há 20 séculos antes de Cristo, quando era utilizada para consolidar e soldar ossos fraturados e as bordas das feridas. Apenas no século XX dois médicos ingleses A. W. Thitherley e N. G. S Coppin, procederam a análise, detectando no rizoma a presença de alantoína, substância utilizada em dermatologia devido as suas propriedades cicatrizantes. Encontrada no Brasil apenas em forma cultivada (CHEEKE et al, 1998).
Entre todas as plantas do reino vegetal, o confrei é uma das que contém maior teor em proteínas, conhecida como a mais rápida na produção de proteínas no mundo.
Symphytum officinale, mais comumente conhecida como confrei, pertence à família Boraginaceae. O confrei é uma planta comumente cultivada em várias regiões do Brasil e em muitas partes do mundo. É uma erva perenial com raízes profundas. O Confrei possui folhas largas, áspera, cheia de espinhos e suas flores são de coloração rósea. Quando não está florida pode ser confundida com a Digitalis ssp. Ele é comumente usado como chá. Tem sido usado também como forrageiro na agricultura.
Composição química
O confrei contém oito alcaloides pirrolizidínicos. A concentração destes alcaloides nas raízes é em torno de 0.3-0.4%. Nas folhas a concentração geralmente é muito baixa. Algumas das substâncias encontradas no confrei são: Acetillicopsamina (alcalóides pirrolizidínicos, nas raízes e nas folhas), alantóina (nas folhas em torno de 13,000 ppm, e nas raízes 6.000-8.000 ppm), ácido caféico (nas raízes), echimidina (alcalóide pirrolizidínico, nas raízes e folhas), heliosupina (alcalóide pirrolizidínico, nas raízes e nas folhas), intermedina (alcaloide pirrolizidínico, nas raízes e nas folhas), lasiocarpina (alcalóide pirrolizidínico, nas raízes e nas folhas), Licopsamina (alcaloide pirrolizidínico, nas folhas e raízes), mucilagem (nas raízes), ácido rosmarínico (nas folhas em torno de 5.000 ppm), simfitina (alcaloide pirrolizidínico, nas folhas e raízes), e ácido tânico (nas raízes) (CHEEKE et al, 1998).
Atividades farmacológicas
Nas Filipinas, com as folhas é preparado um decocto que é usado como compressa para baixar a febre. Meio copo a um copo da decocção é administrado, três vezes ao dia, a suínos e cachorros que apresentam displasia óssea. Deve ser administrada a dose de uma colher de sopa de folhas picadas ou três comprimidos de confrei, duas vezes por dia, cinco dias por semana até o problema ser resolvido.
Alguns outros usos orais de confrei em cachorros incluem o tratamento de raquitismo, artrite, e reumatismo. Para o gado, são recomendados como tratamento interno para sangramento, úlceras, artrite, ossos quebrados, e reumatismo. Podem ser acrescentados a este decocto hera e alcaçuz. Pode ser ainda, adicionado açúcar, quando tratar-se de úlceras. A dose para tratar fraturas ósseas em gado é dois punhados de folhas rasuradas por dia (CHEEKE et al, 1998).
As folhas e raízes de confrei são também usadas topicamente para tratar feridas, artrite, entorse, e fratura óssea. Nessas aplicações, acredita-se que é a alantoína responsável pela atividade (CHEEKE et al, 1998).
Baseado em testes utilizando ratos, foi demonstrado que a absorção de alcaloides pirrolizidínicos através da pele é 20 a 50 vezes mais baixos que quando administrados oralmente, deste modo os riscos de toxicidade por aplicação tópica é mínimo.
Existem perigos associados com o uso de confrei. Um dos grandes problemas é quando pessoas ingerem acidentalmente preparados de dedaleira em vez de confrei. A dedaleira é mortal. Entre outras coisas, pode causar aumento dos batimentos cardíacos e convulsões irregulares.
Outro problema com o uso de confrei é o fato de conter pelo menos oito tipos de alcaloides pirrolizidínicos. Enquanto que o nível de alcaloides pirrolizidínicos em plantas frescas não pode ser muito alto, as preparações de confrei, quando prontas para o uso, têm frequentemente níveis altos (por exemplo, 270-2900 mg/kg).
Os alcaloides pirrolizidínicos são hepatotóxicos e podem causar dano irreversível ao fígado. Um dos problemas é que os efeitos dos alcaloides podem ser cumulativos. Às vezes os sinais de toxicidade não estarão presentes até que o animal seja estressado por algo que exige uma função maior do fígado (por exemplo, lactação). Também, as folhas e raízes de confrei administradas em ratos causaram mortalidade.
A patologia do fígado é característica de toxicose por alcaloides pirrolizidínicos. Quando os ratos eram alimentados com níveis dietéticos de 0,5% de raízes e 8% de folhas de confrei, houve formação de hepatomas (CHEEKE et al, 1998).
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por Colunista Portal - Educação
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