O próprio álcool pode atrasar o esvaziamento gástrico
Farmácia
22/04/2013
O álcool consumido por via oral é rapidamente absorvido a partir do trato gastrintestinal, podendo a sua taxa de absorção ser modificada por fatores tais como: a presença de alimentos, a concentração de álcool, o período de tempo durante o qual é ingerido, entre outros. Cerca de 90 a 98% do álcool ingerido é oxidado a acetaldeído.
Essa oxidação dá-se em dois níveis:
a) No nível gastrintestinal, onde o álcool é oxidado pelo álcool desidrogenase (ADH) em acetaldeído.
b) No nível hepático, onde ocorre a principal metabolização, e o álcool é transformado em acetaldeído majoritariamente pela ação da ADH, mas também pela ação do sistema oxidativo microssomal do álcool, cujas enzimas são ativadas para níveis de álcool superiores.
A ingestão aguda de álcool provoca uma inibição competitiva das enzimas envolvidas no seu metabolismo, incluindo a CYP2E. Entretanto, após um consumo crônico de álcool haverá uma indução da CYP2E.
O metabolismo do álcool realizado por esta enzima conduz à formação de acetaldeído e de radicais de oxigênio, assim como a um aumento do metabolismo dos xenobióticos com produção de metabólitos tóxicos.
O acetaldeído formado é, posteriormente, convertido o acetato pelo aldeído desidrogenase (ALDH), sendo libertado para a corrente sanguínea e oxidado pelos tecidos periféricos em CO2, água e ácidos graxos.
• Interações Farmacocinéticas
Efeitos diretos na absorção ou indiretos na metabolização da droga, por exemplo, a interação que ocorre no fígado onde muitas drogas são metabolizadas pelas mesmas enzimas.
1) Alteração da taxa de esvaziamento gástrico
As interações farmacocinéticas podem resultar de alterações na taxa de esvaziamento gástrico, afetando a quantidade de álcool ou fármaco absorvido. Fármacos que reduzam o esvaziamento gástrico diminuem a velocidade de absorção do álcool e a sua concentração no sangue; fármacos que acelerem o esvaziamento gástrico conduzem a um aumento da concentração de álcool no sangue. O próprio álcool pode atrasar o esvaziamento gástrico.
2) Alteração do efeito de primeira passagem do álcool pela ADH gástrica e hepática
É sugerido, por exemplo, que os antagonistas H2 possam inibir a ADH gástrica, diminuindo o metabolismo do álcool e permitindo a sua maior absorção.
3) Alteração do metabolismo hepático oxidativo do álcool pela ALDH ou pelo sistema microssomal
Fármacos que inibem a aldeído desidrogenase (ALDH). Os fármacos que inibem a oxidação do acetaldeído, por inibição da ALDH, podem provocar uma reação sistêmica quando administrados simultaneamente com o álcool – reação “tipo dissulfiram”.
O dissulfiram, usado para encorajar a abstinência em doentes alcoólicos que decidiram parar de beber, ao ser administrado concomitantemente com o álcool conduz a um aumento da concentração de acetaldeído, cujos efeitos adversos são caracterizados por rubor, náuseas, vômitos, palpitações, hipotensão, e cefaleias. Mais raramente, poderá ocorrer uma reação severa caracterizada por colapso cardiovascular, convulsões ou morte.
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por Colunista Portal - Educação
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