Uso de anti-retrovirais em gestantes

Profilaxia da transmissão vertical do HIV
Profilaxia da transmissão vertical do HIV

Farmácia

19/04/2013

De acordo com as Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Antirretroviral (TARV) em Gestantes, existem três cenários para a profilaxia da transmissão vertical do HIV: os dois primeiros se referem as gestantes que não estão em TARV, diferenciando-se pela situação clínica da paciente e idade gestacional.

Cenário 1 (Pacientes Assintomáticas com idade gestacional > 14 semanas e CD4>200):
Profilaxia com TARV (AZT+3TC+NFV ou NVP). Caso a carga viral esteja inferior a 1000 cópias/ mL, o uso de monoterapia com a zidovudina é permitida, porém operação cesariana eletiva deverá ser a via de parto. Nos casos de diagnóstico muito tardio (≥ 37 semanas), em mulheres assintomáticas e com resultados de linfócitos totais e de hemoglobina satisfatórios (linfócitos totais >1.000 células/mm3 e hemoglobina >13g/dl), considerar a possibilidade de administração de zidovudina isoladamente e a realização da cirurgia cesariana eletiva, entre a 38ª e a 39ª semanas de gestação.

Cenário 2 (Pacientes sintomáticas ou Assintomáticas com CD4< 200, independente da idade gestacional):
Tratamento com TARV (AZT+3TC+NFV ou NVP). Mulheres que se encontram sem TARV, mas com história de uso de ARV, avaliar as drogas usadas previamente e tratar segundo as recomendações do consenso para TARV em adultos e adolescentes infectados pelo HIV, observando as contraindicações de uso de ARV durante a gestação.

Cenário 3 (Gestantes em uso de):
No caso de gestantes em uso de TARV (cenário 3), o esquema terapêutico em uso será mantido enquanto se apresentar eficaz, exceto se contiver drogas sabidamente contraindicadas durante a gestação, tais como hidroxiuréia e efavirenz (EFV), que deverão ser substituídas. Outros ARV contraindicados durante a gestação são: a combinação didanosina+estavudina (ddI+d4T), o indinavir (IDV), e o amprenavir (APV) via oral. Sempre que possível, a zidovudina deverá compor o esquema de tratamento.

A única exceção ao uso completo do regime de zidovudina durante a gravidez se aplica às gestantes que estejam fazendo uso, com sucesso, de esquemas terapêuticos que incluam a estavudina (d4T) ou o tenofovir (TDF). Nesse caso, deve-se manter o esquema terapêutico com o d4T ou TDF e administrar zidovudina intravenosa durante o trabalho de parto e a solução via oral para o recém nascido.

Importante:
Em junho de 2007, um excesso de EMS foi detectado no princípio ativo do nelfinavir. Por este motivo, Roche retirou o produto do mercado ate que o nível desta substância retorne aos valores aceitáveis. O EMS é uma impureza relacionada ao processo de manufatura do Viracept, sendo altamente carcinógeno para o ser humano. Atualmente, o Kaletra foi introduzido no consenso para profilaxia da transmissão vertical do HIV.

Escolha do Parto:
Cesariana Eletiva: CV > 1000 cópias/ml ou gestação> 34 semanas e CV desconhecida.
Parto Vaginal induzido: CV < 1000 cópias/ml ou trabalho de parto já iniciado. Importante o parto ser sem rotura das membranas e sem episiotomia.

Quimioprofilaxia antirretroviral no momento do parto:
Administrar a zidovudina (2 mg/kg diluído em 100 ml de Soro Glicosado 5%) por via intravenosa durante todo o trabalho de parto e até a ligadura do cordão umbilical. A infusão deve se iniciar na 1ª hora do início do trabalho de parto. No caso de cesariana eletiva, a infusão deve ser iniciada 3h antes da intervenção cirúrgica. Quimioprofilaxia antirretroviral pós-parto:
O recém-nascido deve receber zidovudina solução oral, preferencialmente ainda na sala de parto logo após os cuidados imediatos, ou nas primeiras duas horas após o nascimento, devendo ser mantido o tratamento durante as primeiras seis semanas de vida (quarenta e dois dias). No caso de bebês a termo, deve-se administrar a zidovudina na dose de 2mg/kg/ dose de 6/6 horas. Em bebês prematuros, deve-se administrar a dose de 1,5 mg/kg, VO ou IV 12/12 h nas primeiras duas semanas e posteriormente, 2 mg/kg por quatro semanas, completando as seis semanas.

Pós-Parto
Orientar quanto a não amamentação e, sempre que possível inibir lactação por meio de enfaixamento das mamas (Inibição Mecânica) ou com uso de Cabergulina 0,5mg - 2 comprimidos em dose única (Inibição Química)

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