Todo usuário e principalmente sua família têm arcado com as consequências decorrentes desse tipo de busca de prazer. Pela disposição de querer ajudar outras pessoas, parte da sociedade procura caminhos para prevenir o maior mal evitável deste final de milênio.
Para o desenvolvimento de ações preventivas é necessário firmar bases objetivas e fundamentação para propostas de políticas que ofereçam espaços reais para um programa, relacionando-o sempre com o bem-estar e o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.
Como lembra o Centro de Estudos do IMESC (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo), as ações preventivas têm como objetivos:
• Sensibilizar e capacitar os recursos humanos das instituições e grupos sociais envolvidos em programas de forma sistemática e contínua;
• Mobilizar a comunidade para as ações de prevenção;
• Desenvolver o processo de comunicação social.
Ainda de acordo com o IMESC, os níveis de intervenção e as ações preventivas são classificadas em: específicas e inespecíficas.
As ações específicas estão voltadas para a transmissão de informações, servindo de base para a criação de atitudes, valores e consolidação de comportamento. Embora sejam indispensáveis para a fundamentação e prática de qualquer ação preventiva, a informação por si só não garante o êxito de um programa de prevenção: além da informação não conseguir prevenir nenhum comportamento pode, inclusive, ser contraproducente. Portanto, deve-se ter muito cuidado em contextualizar e buscar a maior objetividade possível quando da utilização de ações específicas, eximindo-se de posições extremistas.
No que diz respeito às ações específicas de prevenção, existem dois tipos de perspectivas:
• As que dizem respeito às informações sobre drogas, desenvolvidas através de cursos, seminários, material didático etc., visando informações objetivas e verdadeiras sobre as drogas, seus efeitos e consequências.
• As que se referem à educação à saúde, dando enfoque para a saúde em geral, atuando pedagogicamente, transmitindo conhecimentos, criando atitudes, discutindo valores, com a finalidade de estabelecer comportamentos, hábitos e estilo de vida saudável.
As ações inespecíficas estão voltadas para as causas ou fatores que predispõem ao uso ou abuso de drogas, visando potencializar a capacidade preventiva da própria comunidade a partir da criação de uma mentalidade de participação ativa na dinâmica social. Elas devem ser priorizadas a partir do diagnóstico da comunidade onde serão desenvolvidas. Os problemas detectados devem ser discutidos - buscando-se suas possíveis causas - e, as ações programadas, devem estar voltadas para impedir que estas se manifestem. Este tipo de ação preventiva está relacionado de forma indireta com o uso de drogas e parte de situações aparentemente triviais, porém com força e peso suficientes para ter, por si só, capacidade preventiva. Em um projeto de prevenção que tenha como linha a opção pela valorização da vida e melhoria da qualidade de vida, as ações inespecíficas devem ser priorizadas sem, contudo, esquecer-se das ações específicas. As ações inespecíficas estão voltadas para temas abrangentes como: resgate da cidadania; questões do bem-estar social; sexualidade; opção profissional; discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente; alternativas de lazer; a questão do prazer; família; escola; trabalho; grupos.
A mídia tem o papel de manter a população informada. A população, por outro lado, não deve se colocar como mera receptora passiva daquilo que é veiculado pelos meios de comunicação. Para tanto, é necessário que cada pessoa exercite sua atitude crítica, filtrando as informações recebidas, questionando-as, fazendo um contraponto e buscando, na opinião pública, uma opinião própria, particular, com a qual se identifique e na qual acredite. Porém, o que normalmente ocorre é o oposto. A mídia costuma distorcer os dados e descrevê-los incompletos. O público, de outro lado, acaba por recebê-los como descrição fiel da realidade. Na área de drogas isso é bem visível. Há uma tendência a se abordar questões ligadas ao tráfico, à dependência e às drogas ilícitas. É claro que estes pontos devem ser discutidos, mas não como únicos e mais importantes, uma vez que o fenômeno das drogas não se resume a isto. Neste caso, é importantes que se reveja a dimensão do assunto e a complexidade de fatores nele envolvidos, evitando-se posições unilaterais bem como formas de abordagem com manchetes e reportagens de cunhos alarmista e sensacionalista. O uso indevido que a mídia faz dos dados que obtém, revela uma preocupação muito mais voltada para a venda e o ibope dos veículos, do que para o repasse fidedigno das informações (Beatriz Carlini-Cotrim; José Carlos F. Galduróz; Ana R. Noto, Ilana Pinsky - "A mídia na fabricação do pânico: um estudo no Brasil").
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por Colunista Portal - Educação
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