A nicotina

A nicotina tem efeito estimulante e tranquilizante
A nicotina tem efeito estimulante e tranquilizante

Farmácia

01/02/2013

O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. Começou a ser utilizada aproximadamente no ano 1000 a.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico religiosos, com o objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além disso, esses povos acreditavam que essa substância tinha o poder de predizer o futuro. A planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis.

Conforme Malbergier (2003), a dependência de nicotina é a mais comum das dependências. Nos Estados Unidos, 50% da população adulta, no momento, é ou já foi dependente de nicotina. No Brasil, segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), um terço da população adulta fuma, sendo 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de homens. Os homens fumam em maior proporção que as mulheres em todas as faixas etárias. Porém, a mulher vem aumentando sua participação, principalmente nas faixas etárias mais jovens. No Brasil, como também vem ocorrendo em vários países do mundo, observa-se maior consumo de cigarros nas classes com menor poder aquisitivo e menor escolaridade. Os indivíduos tendem a começar a fumar ao redor dos 15 anos e somente 10% após os 19 anos. Alguns fatores aumentam o risco de se tornar um fumante: hereditariedade, uso/abuso de álcool e outras drogas, déficit de atenção e sintomas depressivos. Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o ato de fumar é nocivo e ameaça sua saúde. Desses, 70% desejam parar de fumar, mas poucos (em torno de 5%) conseguem fazê-lo sem ajuda profissional; ainda carece de comprovação em relação aos benefícios à saúde.

A nicotina em estado bruto já era conhecida em 1571, e o produto purificado foi obtido em 1828. A fórmula molecular, C10H14N2, foi estabelecida em 1843, e a primeira síntese em laboratório foi publicada em 1904. A nicotina é um dos poucos alcaloides líquidos, à temperatura ambiente. É um líquido incolor e inodoro, oleoso; quando exposto ao ar ou à luz, adquire uma coloração marrom e um odor característico do tabaco.

A nicotina age de duas maneiras distintas: tem um efeito estimulante e, após algumas tragadas profundas, tem efeito tranquilizante, bloqueando o stress. Seu uso causa dependência psíquica e física, provocando sensações desconfortáveis na abstinência. Em doses excessivas, é extremamente tóxica: provoca náusea, dor de cabeça, vômitos, convulsão, paralisia e até a morte. A dose letal (LD50) é de apenas 50 mg/kg. Na indústria, é obtida através das folhas do tabaco, e é utilizada como um inseticida (na agricultura) e vermífugo (na pecuária). Pode ainda ser convertido para o ácido nicotínico e, então, ser usado como suplemento alimentar.

Efeitos do Tabaco no organismo de acordo com informações do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas:    Efeitos no cérebro

Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular. Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores. Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas. A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.

Efeitos no resto do corpo

A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora. Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstricção e na força das contrações cardíacas.

Efeitos tóxicos

A fumaça do cigarro contém várias substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão. O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças como, por exemplo, a pneumonia, câncer de pulmão, problemas coronarianos, bronquite crônica, além de câncer em regiões do corpo que entram em contato direto com a fumaça como garganta, língua, laringe e esôfago. O risco de ocorrência de enfarte do miocárdio, angina e derrame cerebral é maior nos fumantes quando comparado aos não fumantes. Existem evidências de que a nicotina pode provocar úlceras gastro-intestinais. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarreia, vômitos, cefaleia, tontura, bradicardia e fraqueza.

Tabaco e gravidez

Quando na gravidez a mãe fuma "o feto também fuma", passando a receber as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê através do leite materno.

Tabagismo passivo

Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas, tornando-se fumantes passivos. Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência três vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não fumantes.

Aspectos Gerais

O hábito de fumar é muito frequente na população. A associação do cigarro com imagens de pessoas bem sucedidas é uma constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda é um dos principais fatores que estimulam o uso do cigarro. Por outro lado, as campanhas contra o fumo vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população e gerando um movimento popular de intolerância. Neste sentido, o "espaço" dos fumantes vem sofrendo restrições consideráveis ao longo dos últimos anos.

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