Método Korsakoviano Para a Escala Decimal a Partir da Tintura-Mãe

O insumo inerte é a partir da água destilada
O insumo inerte é a partir da água destilada

Farmácia

30/08/2012

Os Insumos Inertes


Para as seis primeiras dinamizações decimais utilizar o mesmo insu¬mo inerte empregado na preparação da TM ou, no caso de drogas solúveis, o mesmo insumo inerte que dissolveu a droga. Para as potências intermediárias e matrizes, utilizar etanol 70%. Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas admi¬nistradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós). Para as drogas insolúveis utilizar a lactose como insumo inerte.


A Técnica de Preparação


1. Adicionar 1 mL de TM em um frasco de 15 mL de capacidade. No caso de insumo ativo solúvel, pesar 1 g e colocá-lo em um cálice.

2. Agregar 9 mL de insumo inerte no frasco que contém a TM. Para o insumo ativo solúvel, acrescentar quantidade suficiente de insumo inerte para 10 mL (2/3 da capacidade do frasco) ao cálice que con¬tém a droga pesada. Não esquecer de utilizar o mesmo insumo iner¬te que diluiu a TM e a droga, até a sexta dinamização decimal preparada segundo o método korsakoviano.

3. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte do insumo ativo para dez partes do insumo inerte. Está pronta a 1D.

4. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 1D, de tal forma que fique 1 mL dela no frasco dinamizador.

5. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a 1D.

6. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM ou da droga solúvel para cem partes do insumo inerte. Está pronta a 2D.

7. Com a pipeta de 10 mL desprezar 9 mL da dinamização 2D, de tal forma que fique 1 mL dela no frasco dinamizador.

8. Agregar 9 mL de insumo inerte no mesmo frasco dinamizador em que está a 2D.

9. Proceder a cem sucussões vigorosas. Temos a proporção de uma parte da TM ou da droga solúvel para mil partes do insumo inerte. Está pronta a 3D.

10. Próceder do mesmo modo para as demais dinamizações.


Somente será possível utilizar o método korsakoviano para a escala decimal a partir de droga insolúvel se utilizarmos como ponto de parti¬da a 6DH trituração. Para solubilizar a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte do triturado em oitenta partes de água destilada e completar para vinte partes de etanol 96%. Sucussionar cem vezes para obter dire¬tamente a 8DH, pois a lactose utilizada na trituração é insolúvel na pro¬porção 1/10. Daí para a frente preparar de acordo com o método korsakoviano descrito para a escala decimal.


Método Korsakoviano a Partirda da Potência 30ch


Os Insumos Inertes


O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio do método korsakoviano a partir da potência 3OCH é o eta¬nol 70% (p/p). Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).


A Técnica de Preparação


1. Colocar no frasco dinamizador quantidade suficiente da potência

3OCH de modo que possa ocupar 2/3 de sua capacidade.

2. Emborcar o frasco, deixando escoar livremente o líquido por cinco segundos.

3. Adicionar o insumo inerte no mesmo frasco de modo que restabe¬leça o volume de 2/3 de sua capacidade.

4. Proceder a cem sucussões. Está pronta a 31K.

5. Para obter as demais potências, repetir esse procedimento.


Método de Fluxo Continuo a Partir da Potência 30ch


O Insumo Inerte


O insumo inerte utilizado nas preparações intermediárias obtidas por meio do método de fluxo contínuo a partir da potência 3OCH é a água destilada.


O Dinamizador de Fluxo Contínuo


As altíssimas dinamizações são praticamente impossíveis de serem preparadas à mão. Para tanto, essas potências são obtidas por meio de um aparelha denominado “Dinamizador de Fluxo Contínuo”.


Para a padronização da técnica, os dinamizadores de fluxo contínuo devem apresentar algumas características obrigatórias e para obtenção de medicamentos de qualidade os operadores precisam tomar alguns cuida¬dos especiais.


A entrada do insumo inerte na câmara deve acontecer próximo ao centro do vórtice do líquido em dinamização. Assim, a água que entra na câmara de dinamização pode ser turbilhonada antes de ser expulsa.


• A capacidade total da câmara deve ser medida até a altura da saída lateral do líquido, com o aparelho em funcionamento.

• Cem sucussões correspondem a cem rotações da palheta dinamizadora. As partes que entram em contato com o líquido dinamizado (câmara de dinamização e palheta dinamizadora) devem ser de material ter¬morresistente, para serem devidamente lavadas em água destilada e, a seguir, esterilizadas, a cada nova dinamização.

• As partes que entram em contato com o insumo inerte (funil de sepa¬ração de fases, coluna de vidro e válvula de regulagem do fluxo) de¬vem ser lavadas em água destilada e esterilizadas. Os anéis de vedação dessas partes, geralmente feitos de plástico ou de borracha de quali¬dade, devem ser lavados em água destilada e deixados imersos por duas horas numa solução de etanol a 70%. Tudo deve estar seco e limpo antes do início do processo de preparação das altas potências.

• A potência desejada será determinada pelo tempo necessário para sua obtenção. Alcançado o tempo programado para o término da opera¬ção, desligar simultaneamente a entrada de água e o motor.

• O processo será interrompido sempre duas dinamizações anteriores àquela que se pretende obter. Fazer mais duas dinamizações manuais de acordo com o método hahnemanniano: a primeira preparada em álcool 70%, para ficar armazenada no estoque e servir como matriz, e a segunda para atender à prescrição médica.

       

• As potências que deverão ficar estocadas como matrizes são: 199 FC, 499 FC, 999 FC, 4.999 FC, 9.999 FC, 49.999 FC e 99.999 FC, para pre¬parar, respectivarnente, as potências 200 FC, 500 FC, 1M FC, 5M FC, 10M FC, 50M FC e l00M FC.

• Segundo a Farmacopéia homeopática brasileira II, a dispensação do medicamento homeopático obtido a partir do método de fluxo con¬tínuo deve dar-se somente a partir da 200 FC até a lOOM FC, como limite máximo.

• A calibração da entrada de água destilada na câmara de dinamização é fundamental para que ocorra um fluxo contínuo e constante. Ela depende, basicamente, da capacidade da câmara de dinamização e do número de rotações que o motor proporciona a cada sessenta segun¬dos. Ela deve ser realizada sempre que o aparelho for novamente montado, após ter sido feita sua manutenção e limpeza.


A Calibração do Fluxo


Com o dinamizador de fluxo continuo montado, o funil de separação de fases com água destilada e a câmara de dinamização vazia, a operação de calibração pode ser iniciada.


Fazer os seguintes cálculos, tomando como exemplo um aparelho de fluxo contínuo com uma câmara de 2 mL de capacidade e com um motor de 3.600 rpm:


3.600 rotações--------------- 60 segundos

100 rotações----------------- X segundos

X = 1,66666 segundos


Portanto, para cada cem rotações temos 1,66666 segundos, ou seja, 2 mL devem passar pela câmara de dinamização em 1,66666 segundos. Como é impossível medir 2 mL neste curto espaço de tempo, deve-se usar um cálice de 60 mL como padrão:

2 mL---------------------1,66666 segundos

60 mL---------------------X segundos

X 50 segundos

• Abrir a válvula de controle do fluxo e acionar o motor deixando fluir a água até que a câmara de dinairiização fique totalmente cheia e comece a vazar pela saída lateral através de um dreno que vai dar numa pia, por exemplo.

• Fechar a válvula de controle do fluxo, esperar o término da saída da água e desligar o motor.

• Trocar o dreno por um cálice de 60 mL, conforme o exemplo dado, para a coleta da água que sai pela lateral da câmara de dinamização.

• Iniciar o processo, abrindo a válvula de controle do fluxo e acionan¬do ao mesmo tempo o motor.

• Anotar o tempo necessário para que o nível atinja 60 ml.

• Repetir a operação regulando a válvula de controle do fluxo até que esse tempo seja de cinqüenta segundos.


• Está pronta a calibração do fluxo de água que entrará na câmara de dinamização. Refazer os cálculos quando a capacidade da câmara de dinamização e a velocidade do motor forem outras.


A Técnica de Preparação

Tomando por base um aparelho de fluxo contínuo com câmara de dinamização com capacidade de 2 ml e com motor de 3.600 rpm, teremos o tempo de 1,6666 para cada dinamização, conforme visto anteriormente.

Para preparar uma 200FC, por exemplo, faremos os seguintes cálcu¬los antes de iniciar o processo básico de dinamização com o aparelho de fluxo contínuo:

N = (FC —2) — 3OCH

onde:

N = número de dinamizações

FC = potência FC final

Assim, para a 200FC, teremos:

N = (200FC — 2) — 3OCH

N=198FC— 3OCH

N = 168 dinamizações

Se, para cada dinamização, são consumidos 1,66666 segundos, teremos: 1,66666 seg. x 168 dinamizações = 280 seg.

Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de água destilada, basta multiplicar o fluxo pelo tempo:

V=FxT

V = 60 ml/50 seg. x 280 seg.

V = 336 mL

O procedimento-padrão para o método do fluxo contínuo é o seguinte:

1. Preparar uma 3OCH em etanol 70% (ponto de partida para as dina-mizações preparadas pelo método de fluxo contínuo).

2. Encher a câmara de dinamização com a potência 3OCH.

3. Acrescentar quantidade suficiente de água destilada no reservatório superior e na coluna. Se o volume de solvente para atingir a dinami¬zação desejada for superior à capacidade do reservatório de água destilada, ir alimentando o funil de separação de fases durante o processo. Isto pode ser realizado sem interrupção da dinamização.

4. Acionar simultaneamente a entrada de água e a rotação do motor.

5. Esgotado o tempo previsto para a operação, interromper o processo.

6. Realizar mais duas dinamizações manuais (1/100).

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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