Método Clássico: para preparar formas farmacêuticas derivadas na escala decimal
Farmácia
30/08/2012
Existem três métodos de preparação das formas farmacêuticas deriva¬das: hahnemanniano, korsakoviano e de fluxo contínuo.
O Método Hahnemanniano (H), assim chamado por ter sido criado pelo fundador da Homeopatia, pode ser subdividido em três outros métodos:
• Método Clássico ou dos Frascos Múltiplos, desenvolvido para preparar formas farmacêuticas derivadas nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de tinturas-mães e drogas solúveis.
• Método da Trituração, desenvolvido para preparar formas farmacêu¬ticas derivadas nas escalas decimal (DH) e centesimal (CH), a partir de drogas insolúveis. Esse método é utilizado também na escala cinqüenta milesimal, a partir de drogas solúveis ou não.
• Método da Cinqüenta Milesimal, específico para preparar formas farmacêuticas derivadas na escala cinqüenta milesimal (LM), a partir de drogas minerais, animais e vegetais, estas duas últimas no estado fres¬co, ou, excepcionalmente, a partir de tinturas-mães.
O Método Korsakoviano (K), também chamado de método do frasco único ou do fluxo descontínuo, foi criado em 1832 por um oficial do exército russo chamado Korsakov para simplificar o método de Hahne¬mann. Teve a idéia de realizar a dinamização em um único frasco que, ao ser esvaziado, retinha nas suas paredes a quantidade de líquido equivalente a um centésimo do volume anterior, sendo necessário acrescentar mais 99 partes de insumo inerte e sucussionar a solução assim obtida para alcançar a potência seguinte. Vários fatores colaboram para a indefinição da escala (proporção entre os insumos ativo e inerte), como a viscosidade da solução, o tamanho e a porosidade do frasco, a força empregada na dinamização etc.
Portanto, o método korsakoviano não apresenta escala definida como o hahnemanniano. Seu uso é consagrado para preparar altas potências com mais rapidez e quando não há número suficiente de frascos esterilizados. Todavia, como não se trata de um método exato, sua utilização somente se justifica em casos de urgência médica.
O Método de Fluxo Continuo (FC) surgiu com a introdução de altíssimas potências na Homeopatia, por intermédio do médico ame¬ricano James Tyler Kent, que, para obtê-las, projetou um aparelho dinamizador. Mais tarde, esse aparelho foi aperfeiçoado por Skinner. Segundo a Farmacopéia homeopática brasileira II, assim como o método korsakoviano, o método de fluxo contínuo é empregado para a preparação de formas farmacêuticas derivadas a partir da trigésima dinamização centesimal hahnemanniana (potência 30CH). Devido às características do método, que emprega fluxo contínuo e constante, este também não proporciona uma escala definida.
Método Hahnemaniano Para as Escalas Decimal e Centesimal a Partir da Tintura-Mãe
Os Insumos Inertes
Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primei¬ras decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na preparação da TM. Isso é necessário para impedir que ocorra ruptura da estabilida¬de da solução. Para as potências intermediárias e matrizes, utilizar etanol 70% (p/p). Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se liquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
A Técnica de Preparação
1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. O líquido a ser dinamizado deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que ocorra um bom vascolejamento. Desse modo, por exemplo, para dinamizar 20 mL usar um frasco com 30 mL de capacidade.
2. Nos três primeiros frascos, para a escala centesimal, e nos seis primei¬ros, para a escala decimal, acrescentar, com o dispensador, 99 ou nove partes, respectivamente, do insumo inerte de mesmo título da TM.
3. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque (matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) ou nove partes (escala decimal) do etanol 70% (p/p). Na última potência utilizar etanol 30%, para as formas farmacêuticas líquidas, ou etanol igual ou superior a 70%, para as formas farmacêuticas sólidas. Usar os dis¬pensadores para medir o volume dos insumos inertes.
4. Acrescentar ao frasco designado pela primeira potência uma parte da TM com uma micropipeta de capacidade adequada e executar cem sucussões, batendo o fundo do frasco fortemente contra um anteparo semi-rígido, num movimento contínuo e ritmado. Está pronta a 1CH ou 1DH.
5. Com a micropipeta, transferir uma parte da primeira dinamização centesimal ou decimal para o segundo frasco e executar cem sucus¬sões. Está pronta a 2CH ou 2DH.
6. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal ou decimal para o terceiro frasco e executar cem sucus¬sões. Está pronta a 3CH ou 3DH.
7. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atin¬gir a potência desejada.
A seguir, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das formas farmacêuticas derivadas a partir da TM, será dado dois exemplos esquemáticos, um na escala decimal e outro na centesimal.
• Exemplo de medicamento preparado na escala decimal a partir da TM:
Potência a ser preparada = 6DH
Capacidade do frasco dinamizador = 60 mL
No estoque = TM de Sabadilla
Teor hidroalcoólico da TM = 90%
Com o frasco dinamizador de 60 mL, podem-se preparar 40 mL, que representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma parte), é necessário dividir o volume de 40 mL por 10, pois se trata da escala decimal. Para obter a quantidade de insumo inerte (nove partes) que irá solubilizar a TM de Sabadilla, é necessário multiplicar o volume do insumo ativo por 9 ou diminuir o volume total (dez partes) do volume do insumo ativo (uma parte).
Assim, teremos:
4 mL da Sabadilla TM + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 1DH
4 mL da Sabadilla 1DH + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 2DH
4 mL da Sabadilla 2DH + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 3DH
4 mL da Sabadilla 3DH + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 4DH
4 mL da Sabadilla 4DH + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 5DH
4 mL da Sabadilla 5DH + 36 mL de etanol 90% + ?? = Sabadilla 6DH
• Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir da TM:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador 30 mL
No estoque = TM de Nux vomica
Teor hidroalcoóLico da TM = 50%
Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade de insumo ativo (uma parte), é necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da escala centesimal. Para obter a quantidade de insumo inerte (99 partes), é necessário multiplicar o volume do insumo ativo por 99 ou dimi¬nuir o volume total (cem partes) do volume do insumo ativo (uma parte).
Assim, teremos:
0,2 mL da Nux vomica TM + 19,8 mL de etanol 50% + ?? = Nux vomi¬ca 1CH
0,2 mL da Nux vomica ICH + 19,8 mL de etanol 50% + ?? = Nux vomi¬ca 2CH
0,2 mL da Nux vomica 2GH + 19,8 mL de etanol 50% + ?? = Nux vomi¬ca3CH
0,2 mL da Nux vomica 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + ?? = Nux vomi¬ca 4CH
O,2 mL da Nux vomica 4GH + 19,8 mL de etanol 70% + ?? = Nux vomi¬ca 5CH
0,2 mL da Nux vomica 5GH + 19,8 mL de etanol 30% + ?? = Nux vomi¬ca 6CH
Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma de gotas, preparar a última potência em etanol 30%; se for administrado sob a forma sólida, preparar a última potência em etanol de título igual ou supe¬rior a 70%. As três primeiras dinamizações apresentam o mesmo título hidroalcoálico da TM e as intermediárias são sempre obtidas em etanol 70%.
Metodo Hahnemanniano Para as Escalas Decimal e Centesimal a Partir de Droga Solúvel
Os Insumos Inertes
Para as três primeiras dinamizações centesimais e para as seis primei¬ras decimais, utilizar o mesmo insumo inerte empregado na dissolução da droga (água ou etanol nas diferentes graduações). Isto é necessário para impedir que ocorra ruptura da estabilidade da solução.
Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque (matrizes), utilizar etanol 70%. Para a última potência, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
A Técnica de Preparação
1. Colocar sobre a bancada do laboratório quantidade suficiente de frascos dinamizadores, devidamente identificados, para preparar a potência desejada. A solução a ser dinamizada deverá perfazer 2/3 da capacidade do frasco para que ocorra um bom vascolejamento.
2. Em um cálice, dissolver uma parte da droga, pesada numa balança de precisão, em qsp cem partes (escala centesimal) ou dez partes (escala decimal) de insumo inerte. Transferir essa solução para o pri¬meiro frasco.
3. No segundo e terceiro frascos, para a escala centesimal, e do segun¬do ao sexto frasco, para a escala decimal, acrescentar, com o dispen¬sador, 99 ou nove partes, respectivamente, do insumo inerte que solubilizou a droga.
4. Para as potências intermediárias, assim como para as potências de estoque (matrizes), adicionar 99 (escala centesimal) nove partes (escala decimal) do etanol 70% (p/p). Na última potência, aquela a ser dispensada, utilizar etanol 30%, para as formas farmacêuticas líquidas, e etanol superior ou igual a 70%> para as formas farmacêu¬ticas sólidas. Usar os dispensadores para medir o volume dos insu¬mos inertes.
5. Sucussionar cem vezes o primeiro frasco, batendo o fundo do frasco fortemente contra um anteparo semi-rígido, num movimento con¬tínuo e ritmado, O antebraço deverá compor um ângulo de mais ou menos 90 graus com o anteparo. Está pronta a 1CH ou 1DH.
6. Com a micropipeta de capacidade adequada, transferir uma parte da primeira dinamização centesimal ou decimal para o segundo frasco e sucussionar cem vezes. Está pronta a 2CH ou 2DH.
7. Com a micropipeta, transferir uma parte da segunda dinamização centesimal ou decimal para o terceiro frasco e sucussionar cem vezes. Está pronta a 3CH ou 3DH.
8. Para as demais dinamizações, proceder de maneira idêntica até atin¬gir a potência desejada.
A seguir temos um exemplo esquemático, na escala na centesimal, para facilitar o entendimento da técnica de preparação das formas farmacêuticas derivadas a partir de drogas solúveis.
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga solúvel:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = óleo-resina terebintina
Solubilidade da droga = etanol
Com o frasco dinamizador de 30 mL, podem-se preparar 20 mL, que representam 2/3 da sua capacidade. Para obter a quantidade em peso de insumo ativo (uma parte), é necessário dividir o volume de 20 mL por 100, pois se trata da escala centesimal. Para solubilizar a terebintina énecessário completar com álcool 90% o volume para 20 mL (cem partes).
Assim, teremos:
0,2 g da óleo-resina terebintina + qsp 20 mL de etanol 90% + ?? = Tere-binthinum 1 CH
0,2 mL de Terebinthinum LCH + 19,8 mL de etanol 90% + ?? = Tere¬binthinum 2CH
0,2 mL de Terebinthinum 2CH + 19,8 mL de etanol 90% + ?? Tere¬binthinum 3CH
0,2 mL de Terebinthinum 3CH + 19,8 mL de etanol 70% + ?? = Tere¬binthinum 4CH
0,2 mL de Terebinthinum 4CH + 19,8 mL de etanol 70% + ?? = Tere¬binthinum 5CH
0,2 mL de Terebinthinum 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de graduação igual ou superior a 70% + ?? = Terebinthinum 6CH
Nesse exemplo, se o medicamento for administrado sob a forma far-macêutica líquida, usar etanol 30% na preparação da última potência; se o medicamento for administrado sob a forma sólida, usar etanol de gra¬duação igual ou superior a 70% na preparação da última potência. Para as três primeiras dinamizações centesimais utilizar o mesmo título hidroalcoólico do etanol que solubilizou a droga. Conforme regra geral, utilizar para as dinamizações intermediárias o etanol 70%.
Método Hahnemanniano Para as Escalas Decimal e Centesimal a Partir de Droga Insolúvel
Os Insumos Inertes
Trituração, também chamada de dinamização sólida, é um método desenvolvido por Hahnemann, cuja finalidade é despertar a atividade dinâmica de substâncias insolúveis (líquida ou sólida), desagregando suas moléculas pela força do atrito, utilizando a lactose (açúcar presente no leite) como insumo inerte. Esse método é utilizado também para tri¬turar drogas, solúveis ou não, na preparação da escala cinqüenta milesi¬mal, obrigatoriamente até a 3CH.
A lactose é utilizada nas três primeiras dinamizações centesimais e nas seis primeiras decimais. Todas as substâncias insolúveis devem ser tritu¬radas até a 3CH ou 6DH e solubilizadas a partir destas potências.
A Técnica de Preparação
1.Pesar a droga e a lactose.
2. Dividir a lactose em três porções iguais.
3. Colocar a primeira porção no gral e triturar com o pistilo por cerca de dois minutos, para tapar os poros da porcelana.
4. Acrescentar uma parte da droga sobre a primeira porção de lactose, de acordo com a escala decimal ou centesimal. Se a droga for sólida, esta deverá estar pulverizada numa granulometria igual à da lactose, ou seja, os grânulos do pó de lactose e da droga devem ter tamanhos semelhantes.
5. Com a espátula misturar bem a droga na lactose.
6. Triturar com força por seis minutos.
7. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
8. Ainda com a primeira porção, triturar com força por seis minutos.
9. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
10. Acrescentar a segunda porção de lactose.
11. Triturar com força por seis minutos.
12. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
13. Ainda com a segunda porção, triturar com força por seis minutos.
14. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
15. Acrescentar a terceira porção de lactose.
16. Triturar com força por seis minutos.
17. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
18. Ainda com a terceira porção, triturar com força por seis minutos.
19. Com a espátula, raspar o triturado que aderiu ao pistilo, às paredes e ao fundo do gral, por quatro minutos, homogeneizando-o.
20. Ao final de, no mínimo, sessenta minutos de operação, teremos a primeira trituração decimal ou centesimal, dependendo da propor¬ção da droga/lactose, 1DH trit. ou 1CH trit., respectivamente.
21. Essa primeira trituração será acondicionada num pote de boca larga bem fechado e protegido da luz. Essa dinamização constitui-se o ponto de partida para as demais triturações. No caso de trituração decimal, fazer mais cinco dinamizações sólidas até obter a 6DH trit. Para a trituração centesimal, fazer mais duas dinamizações até obter a 3CH trit.
22. Para solubilizar a 3CH trit. ou a 6DH trit., em um cálice dissolver uma parte do triturado em oitenta partes de água destilada, comple¬tar para vinte partes de etanol 96% e misturar. Sucussionar cem vezes para obter, desse modo, a 4CH ou 8DH. Não se deve preparar a 7DH a partir da 6DH, pois a lactose utilizada na trituração é inso¬lúvel na proporção 1/10. Assim, excepcionalmente, preparamos diretamente a 8DH a partir da 6DH (1/100).
A seguir, serão dados dois exemplos esquemáticos, um na escala decimal e outro na centesimal, para facilitar o entendimento da técnica de prepa¬ração das formas farmacêuticas derivadas a partir de drogas insolúveis.
Exemplo de medicamento preparado na escala decimal a partir de droga insolúvel:
Potência a ser preparada = I2DH
Capacidade do frasco dinamizador = 120 mL
No estoque = prata metálica pó
Solubilidade da droga = insolúvel
Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de acordo com o método hahnemanniano da trituração até a 6DH. A partir dessa dinamização sólida, solubilizar 0,8 g (uma parte da 6DH) em 64 mL de água destilada (oitenta partes) e completar para 80 mL com etanol 96%, quantidade que corresponde a 2/3 da capacidade do frasco dinamizador.
Sucussionar cem vezes para obter a 8DH. Veremos que nessa passagem da dinamização sólida (trituração) para a dinamização líquida (diluição), excepcionalmente, acabamos fazendo uma diluição 1/100 no lugar da diluição 1/10, devido à insolubilidade da trituração nessa proporção.
Todavia, daí para frente, as demais dinamizações intermediárias serão preparadas em álcool 70%, na proporção de 1/10, de acordo com a escala decimal. Para a preparação da 12DH, o insumo iner¬te a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dispensada, se líquida (dose única líquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
Assim, teremos:
1 g de prata metálica pó + 9 g de lactose (escala decimal) + 60 mm. de tri-turação, conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis = Argentum metailicum 1DH trit.
1 g de Argentum metailicum 1DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de tri¬turação = Argentum metailicum 2DH trit.
1 g de Argentum metailicum 2DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de tri¬turação = Argentum metailicum 3DH trit.
1 g de Argentum metailicum 3DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de tri¬turação = Argentum metailicum 4DH trit.
1 g de Argentum metailicum 4DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de tri¬turação = Argentum metailicum 5DH trit.
1 g de Argentum metailicum 5DH trit. + 9 g de lactose + 60 mm. de tri¬turação = Argentum metailicum 6D. ~rit.
0,8 g de Argentum metailicum 6DH trit. + 64 mL de água destilada + qsp
80 ml de etanol 96% + = Argentum metailicum 8DH líquida (nesse caso, não teremos uma 7DM, pois a lactose é insolúvel na proporção 1/10). 8 mL de Argentum metailicum 8DH + 72 mL de etanol 70% + ?? = Argentum metailicum 9DH
8 mL de Argentum metailicum 9DH + 72 mL de etanol 70% + = Argentum metailicum LODH
8 mL de Argentum metailicum 1ODH + 72 rnL de etanol 70% + ?? = Argentum metailicum 1 IDH
8 mL de Argentum metailicum 1 1DH + 72 mL de etanol 30% ou etanol de graduação igual ou superior a 70% + ?? = Argentum metailicum 12DH
Exemplo de medicamento preparado na escala centesimal a partir de droga insolúvel:
Potência a ser preparada = 6CH
Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL
No estoque = grafite pó
Solubilidade da droga = insolúvel
Como a droga é insolúvel, a única opção farmacotécnica é prepará-la de acordo com o método hahnemanniano da trituração até a 3CH. A partir dessa dinamização sólida, podemos solubilizar 0,2 g (uma parte da 3CH) em 16 mL de água destilada (oitenta partes) e completar para 20 mL com etanol 96%, quantidade que corresponde a 2/3 da capacidade do frasco dinamizador. Sucussionar cem vezes para obter a 4CH líq. Daí para frente, as demais dinamizações intermediárias serão realizadas em álcool 70%, na proporção de 1/100, de acordo com a escala centesimal.
Para a preparação da 6CH, o insumo inerte a ser utilizado vai depender da forma farmacêutica a ser dis¬pensada, se líquida (dose única liquida e preparações líquidas administradas sob a forma de gotas) ou sólida (dose única sólida, glóbulos, comprimidos, tabletes e pós).
Assim, teremos:
0,1 g de grafite pó + 9,9 g de lactose (escala centesimal) + 60 mm. de tri¬turação, conforme a técnica de preparação para drogas insolúveis Gra¬phites 1CH trit.
0,1 g de Graphites 1CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração = Graphites 2CH trit.
0,1 g de Graphites 2CH trit + 9,9 g de lactose + 60 mm. de trituração Graphites 3GH trit.
0,2 mL de Graphites 3CH trit. + 16 mL de água destilada + qsp 20 mL de etanol 20% ?? = Graphites 4CH Líquida
0,2 mL de Graphites 4CH + 19,8 mL de etanol 20% + ?? = Graphites 5CH
0,2 mL de Graphites 5CH + 19,8 mL de etanol 30% ou etanol de gradua¬ção igual ou superior a 70% + ?? = Graphites 6CH
Metodo Hahnemanniano Para a Escala Cinqüenta Milesimal
Os Insumos Inertes
O método desenvolvido por Hahnemann para a escala cinqüenta milesimal emprega a lactose para a fase sólida da técnica (trituração até a 3CH) e água destilada e álcool 96% para a fase liquida (diluição seguida de sucussões). Usar álcool 30% para a dispensação.
A Técnica de Preparação
1.Triturar o ponto de partida (droga mineral ou biológica, vegetal ou ani¬mal) até a 3CH, conforme a técnica de trituração. Sempre que possível utilizar vegetal ou animal frescos. Excepcionalmente, poderá ser usada a TM. Contudo, nesse caso, sua força medicamentosa deverá ser corrigida. Por exemplo: uma TM a 10% apresenta uma força medicamentosa de 1/10 (uma parte da droga está contida cm dez partes da quantidade final de TM). Assim, para corrigir a força medicamentosa, é necessário adicionar dez partes da TM em cem partes de lactose, misturar e deixar secar em temperatura inferior a 50 0C, antes de proceder a 1ª trituração centesimal. Segundo o § 270 da 6ª edição do Organon, se a substância a ser triturada for liquida, deve-se usar apenas uma gota dela. Todavia, julgamos importante manter a proporcionalidade de 1/100 também para os líquidos (p/p), ou seja, devemos pesar uma gota ou mais do líquido a ser triturado e multiplicar o resultado obtido por 99, para saber a quantidade de lactose a ser utilizada no processo de trituração.
2.Em uma proveta misturar uma parte de álcool 96% e quatro partes de água destilada (v/v), por exemplo: 10 mL de álcool 96% + 40 mL de água destilada.
3.Em um cálice dissolver 0,063 g da 3CH trit. em 500 gotas da mistu¬ra acima, obtidas com o conta-gotas calibrado. Cabe ressaltar que cada gota dessa solução contém 1/500 da 3CH trit.
4.Transferir uma gota da solução acima para um flaconete de 5 mL.
5.Acrescentar cem gotas de álcool 96%, sempre com conta-gotas cali-brado, sobre a gota que está no flaconete, que será preenchido com mais ou menos 2/3 do seu volume.
6. Sucussionar cem vezes. Está pronta a 1LM liquida (1ª grau de dina¬mização). Uma gota da 1LM líq. contém 1/50.000 da 3CH trit., pois a gota que continha 1/500 da 3CH trit. foi diluída cem vezes (1/500 x 1/100 = 1/50.000).
7.Em outro flaconete de 5 mL, colocar 500 microglóbulos (mcglob.). Cada cem mcglob. pesam 0,063 g, aproximadamente. Portanto, 500 mcglob. pesam 0,3 15 g.
8.Acrescentar uma gota da 1LM líquida sobre os 500 mcglob. Agitar o flaconete de tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
9.Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de filtro, para secá-los.
10.Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da luminosidade, e identificá-los com o nome do medicamento acom¬panhado de 1LM.
11.Para preparar a 2LM, em um flaconete, dissolver 1 mcglob. da 1 LM em uma gota d’água destilada. Cabe ressaltar que este mcglob. con¬tém, em tese, 1/500 da gota do 1º grau de dinamizaçao.
12.Acrescentar ao flaconete cem gotas de álcool 96%.
13.Sucussionar cem vezes. Está pronta a 2LM liquida (2º grau de dina-mização). Uma gota dessa solução contém 1/50.000 da 1LM, pois o mcglob. que continha 1/500 da 1LM líquida foi diluído cem vezes
(1/500 x 1/100 = 1/50.000).
14.Em outro flaconete colocar 500 mcglob. padronizados (0,3 15 g).
15.Acrescentar uma gota da 2LM líquida sobre os 500 mcglob. Girar o flaconete de tal forma que todos os mcglob. possam ser igualmente embebidos pela gota.
16.Colocar os mcglob. embebidos sobre uma placa de petri forrada com papel de filtro, para secá-los.
17.Guardar os mcglob. em um flaconete bem fechado, ao abrigo da luminosidade, e identificá-los com o nome do medicamento acompanhado de 2LM.
18.Para as demais potências, empregar a mesma técnica.
Para a dispensação do medicamento dissolver um mcglob. em solu¬ção hidroalcoólica a 30%, devendo o volume dispensado ocupar 2/3 da capacidade do frasco.
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