Topografia do sistema linfático

Os coloetores linfáticos são vasos de maior calibre semelhante a das grandes veias.
Os coloetores linfáticos são vasos de maior calibre semelhante a das grandes veias.

Estética e Beleza

13/04/2015

O sistema linfático é constituído pelos capilares linfáticos, pré-coletores, coletores e troncos linfáticos. Os vasos linfáticos estão ausentes, somente no sistema nervoso central, músculo esquelético, medula óssea, polpa esplênica (do baço) e cartilagem hialina. São estruturas que captam e conduzem à linfa.

Vamos conhecer melhor a função de cada um, pois falamos de vasos linfáticos de uma maneira generalizada. Eles podem ser divididos de acordo com a sua função em:

• Capilares linfáticos: capturam a linfa;

• Pré-Coletores: dão início à movimentação da linfa levando-a para os coletores;

• Coletores Linfáticos: são de maior calibre e transportam a linfa até os nodos linfáticos.

Os Vasos Linfáticos apresentam-se como uma sucessão de gomos intercalados com uma válvula, ou seja, um gomo, uma válvula, um gomo, uma válvula e assim, sucessivamente. O espaço entre as válvulas recebe o nome de “Linfangion”.


Capilares linfáticos

São vasos iniciais da circulação linfática constituídos por células endoteliais sobrepostas, que formam minúsculas válvulas que, por sua vez, abrem e fecham conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a entrada de água e de pequenas células de proteínas no interior do capilar, iniciando a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas.


Pré-coletores linfáticos

São vasos intermediários, entre os capilares e os coletores linfáticos, que possuem estrutura semelhante aos capilares. Seu endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga em conjunto com as células endoteliais, formando as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e de contração.


Coletores linfáticos

São vasos de maior calibre com estrutura semelhante a das grandes veias, compostos por três camadas: a túnica íntima (mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas); a túnica média (que possui células musculares lisas, responsáveis pela contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa) e a túnica adventícia (mais externa e espessa formada por fibras colágenas e por terminações nervosas).

Os coletores possuem numerosas válvulas bivalvulares (com duas válvulas), que asseguram o fluxo da linfa numa só direção. Assim, o fluxo da linfa é unidirecional.

Não há refluxo, depois que a linfa entra em uma célula linfática, a válvula de trás se fecha e a da frente se abre, impedindo que a linfa volte para trás. Como as veias, elas se projetam na direção da corrente linfática e estão dispostas de tal maneira que permitem um escoamento livre em direção aos grandes vasos linfáticos e impedem o refluxo. As válvulas têm formato de semiluas e são formadas por finas camadas de tecido fibroso, cobertas em ambas as faces por endotélio.

Os espaços compreendidos entre cada válvula são denominados linfangions. O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima, em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte.

A circulação linfática inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, enche-se de linfa e quando está totalmente cheio, estimula as fibras musculares da túnica média que abrem a válvula final e fecham a inicial. Esse processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações variando entre oito e vinte vezes por minuto, o que resulta em um fluxo circulante diário de 2 a 5 litros de linfa em situações normais.

Outras ações podem interferir no grau de motilidade dos linfangions: o bombeamento do sistema arterial; o bombeamento muscular; os movimentos respiratórios que provocam mudanças na pressão da cavidade torácica, estimulando o ducto torácico; o peristaltismo intestinal; a massagem de drenagem linfática e a pressão externa promovida por enfaixamentos e contensão elástica.


Troncos linfáticos

Os troncos linfáticos (coletores terminais) são vasos calibrosos que recebem o fluxo linfático dos vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito.

O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do quilo, uma dilatação situada anteriormente à segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa vinda dos membros inferiores, de metade do tronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do membro superior esquerdo.

O ducto linfático direito localiza-se ao longo da borda medial do músculo escaleno anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas em forma de uma semi lua, que evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e metade do tórax direito, do pescoço e da cabeça.


Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos)

São minúsculas estruturas ovais nas quais os vasos linfáticos penetram trazendo a linfa e todos os seus componentes, sendo aglomerados de tecido retículo-endotelial revestidos por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático.

São constituídos por dois tipos de células: as células reticulares, cuja atividade primordial é a fagocitose (englobamento de partículas sólidas), a pinocitose (englobamento de partículas líquidas) e as células linfóides, que são muito especializadas, contêm a memória imunológica e são essenciais no mecanismo das reações imunológicas.

Os nós, nódulos ou até nodos linfáticos são formados por tecido linfático e são recobertos por uma cápsula de tecido fibroso. São constituídos por repartições como trabéculas, vasos aferentes (que trazem a linfa), seios linfáticos, vasos eferentes (por onde sai à linfa), nódulos corticais, córtex, centro germinativo, cordões medulares, artérias e veias.

O nosso corpo tem cerca de 400 a 600 nodúlos linfáticos agrupados em cadeias, mas alguns autores pregam a existência de 600 a 700. Essas cadeias, chamadas de ganglionares, têm muita importância clínica e as principais em nosso corpo são: cervical, parotídeas (no pescoço), axilares, supra-epitrocleares (cotovelos), ducto pré-aórtico (no tórax), inguinais (nas virilhas) e poplíteas (atrás dos joelhos).

Têm por função purificar a linfa, formar linfócitos, fazendo o aprisionamento de agentes patogênicos ou células "estranhas", processo que pode formar as conhecidas “ínguas”. Quando estas últimas parecem, quer dizer que o sistema linfático está nos defendendo contra uma grande infecção ou inflamação. Além disso, os nodos linfáticos são verdadeiros laboratórios produzindo defesas na forma de linfócitos e "anticorpos”.

Apresentam variações na forma, tamanho e coloração ocorrendo normalmente em grupos e desempenham o papel de reguladores da corrente linfática, cuja função é filtrar impurezas da linfa e produzir linfócitos.

Atenção! É importante frisar que no corpo o sistema linfático é também chamado de Sistema Imunológico. Isto pelas suas duas funções primordiais: defender e limpar.

Na drenagem linfática, o nosso interesse está na função de limpeza que compõe a chamada circulação de retorno (venosa e linfática). Esta função colabora para a desintoxicação do organismo, principalmente das macromoléculas formadas por restos de células mortas, proteínas e moléculas de grande peso formadas por atração iônica (átomos e moléculas que se agrupam buscando a estabilidade elétrica) e que, geralmente, não tem proveito para o organismo, sendo eliminadas nos nodos linfáticos. No entanto sua função na defesa será levada em consideração ao falarmos a respeito das suas indicações e contraindicações.

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