Risco Ocupacional em Salões de Beleza

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Estética e Beleza

27/06/2014

Os alisantes capilares, de acordo com a legislação vigente, são produtos de registro obrigatório na ANVISA por serem considerados de risco potencial. Suas formulações contêm substâncias irritantes para a pele e, se utilizadas inadequadamente, podem causar queimaduras graves na córnea e no couro cabeludo. Os alisantes capilares são classificados como de uso comercial ou profissional. Os problemas encontrados nos produtos alisantes capilares são frequentes, demonstrando uma total falta de controle, principalmente em sua fabricação.

Os produtos químicos usados para alisamento, permanente ou coloração tornam os fios ásperos, porosos e quebradiços, podendo gerar um conflito interno conhecido:
corte químico trata-se de um conflito químico ocorrido no interior do fio quando são usadas duas ou mais químicas incompatíveis, ou mesmo o mesmo ativo mais com uma concentração elevada. Salienta ainda a importância de tomarem a decisão certa que é procurar o auxilio de um profissional qualificado.

Alisante de cabelo pode ter matado mulher na BA

Mal aplicada, química capilar oferece riscos

fonte: http://www.jornalmateriaprima.com.br/2013/06/

Justiça condena marca a indenizar mulher por queda de cabelo

fonte: http://folha-online.jusbrasil.com.br/noticias

Mulher morre depois de usar alisante de cabelo

fonte: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia

Vigilância Sanitária recolherá produtos para alisamento capilar

fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/vigilancia-sanitaria-recolhera-produtos-para-alisamento-capilar-em-

Notícias como essas têm sido divulgadas comumente em vários meios de comunicação, e tem preocupado em muito os profissionais da saúde e até mesmo a população em geral. A cerca de 12 anos, surgia no Brasil a solução para os problemas de quem passava horas em frente ao espelho esticando os cachos, domando as madeixas e colocando o frizz no seu devido lugar: o alisamento progressivo ou definitivo dos fios.

Em um primeiro momento, muita gente correu para o salão para dar um jeito nos fios rebeldes. Porém, o período de alegria e contentamento começou a se transformar em tristeza, quando começou a aparecer os primeiros casos de queimaduras, queda de cabelos, quadros alérgicos e até mortes causadas por intoxicação por substâncias presentes nos produtos químicos como formol.

Depois de tantos anos, será que existe um jeito saudável de alisar os fios definitivamente?

Os alisantes capilares, de acordo com a legislação vigente, são produtos de registro obrigatório na ANVISA por serem considerados de risco potencial. Suas formulações contêm substâncias irritantes para a pele e, se utilizadas inadequadamente, podem causar queimaduras graves na córnea e no couro cabeludo. Os alisantes capilares são classificados como de uso comercial ou profissional – o que difere um do outro é o limite máximo permitido da concentração de ativo.

A Resolução RDC no 215, de 25 de julho de 2005, estabelece a lista de substâncias permitidas e o limite máximo para cada ativo em suas formulações. O ácido tioglicólico apresenta o máximo de ativo para produtos classificados como "uso geral" de 8% p/p; uso "profissional" máximo de 11% p/p e valor de pH entre 7,0 e 9,5. Os alisantes à base de hidróxido de sódio, para "uso geral" máximo de 2,0% p/p e "uso profissional" 4,5% p/p; e nos alisantes cujo ativo é o hidróxido de cálcio, o máximo permitido é de 7,0% p/p em hidróxido de cálcio.

O hidróxido de sódio em altas concentrações pode causar queimaduras no couro cabeludo e quebra dos fios capilares e apresentar queda de cabelos e estas são as queixas mais registradas pelo consumidor. Estes produtos exibem em seus rótulos que são para uso profissional, porém, são vendidos livremente ao consumidor no comercio. Os problemas encontrados nos produtos alisantes capilares são frequentes, demonstrando uma total falta de controle, principalmente em sua fabricação. Os alisantes capilares á base de sódio está no topo da lista de reclamação.

Em hábitos tão corriqueiros, como escovar os dentes, tomar banho e outras atividades para melhorar a aparência, chegamos a usar vários produtos diferentes. Cosméticos para o cabelo, face e corpo são produtos de higiene e beleza considerados sinônimo de bem estar. Queremos que todo consumidor possa ter segurança de comprar um cosmético sabendo que as probabilidades de danos sejam zero.

“No conceito da Anvisa, promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços. Isso caracteriza que, disponibilizar produtos de alisamentos em lojas para acesso ao consumidor torna este conceito obsoleto. Pois estes produtos só deveriam estar sendo manipulados por profissionais que estudaram a matéria prima e conheceram seus riscos e cuidados na utilização. Mas um fato extremamente relevante e que devemos considerar, é que o próprio governo tem grande culpa nisso.

Uma profissão tão antiga em que todas as classes sociais outrora se beneficiaram e atualmente membros do alto escalão do governo vem se beneficiando em ter seus cabelos bem cortados, bem tratados e arrumados toda semana, mas não reconhecem a profissão, deixando os mesmos profissionais que os atendem, que se dedicaram tanto a aprender e investiram centenas de reais viajando pelo mundo não como turista, mas, como alunos, a fim de aprender com outras culturas a desempenharem bem seu trabalho, mas, mesmo assim, ao retornarem para seu país, constatam que todo este investimento, não tem o reconhecimento necessário. Isso chega a ser humilhante.

COMO SE PROCESSA UM ALISAMENTO NO CABELO?

Alisamento consiste na quebra, temporária ou permanente, das ligações químicas que mantêm a estrutura tridimensional da molécula de queratina em sua forma rígida original. Estas são divididas em ligações fortes (pontes dissulfêto) e ligações fracas (pontes de hidrogênio, forças de Van der Waals e ligações iônicas). As forças fracas são quebradas no simples ato de molhar os cabelos. As ligações químicas mais fracas resultam da atração de cargas positivas e negativas. Existem os alisamentos temporários, que utilizam técnicas físico-químicas, como o secador e a chapinha com elevado nível de temperatura. São Temporários, pois duram até a próxima lavagem.

Necessitam que os cabelos sejam previamente molhados, para que ocorra a quebra das pontes de hidrogênio no processo de hidrólise da queratina, permitindo, assim, a abertura temporária de sua estrutura helicoidal. Com isso, o fio fica liso. A desidratação rápida com o secador mantém a forma lisa da haste. A aplicação da prancha quente molda as células da cutícula (escamas), como se as achatasse paralelamente à haste.

O fio adquire aspecto liso e brilhante, por refletir mais a luz incidente. Os alisamentos definitivos visam romper as pontes dissulfêto da queratina. Podem ser à base de hidróxido de sódio, lítio e potássio, hidróxido de guanidina (hidróxido de cálcio mais carbonato de guanidina), bissulfitos e tioglicolato de amônia ou etanolamina, que utilizam reações químicas de oxirredução. Baseado neste informativo uma pergunta surge: qual consumidor possui conhecimento desta reação química a ponto de tomar as medidas de segurança cabíveis para evitar danos á estrutura capilar?

IMPLICAÇÕES DOS TRATAMENTOS COSMÉTICOS NA HASTE CAPILAR

Os produtos químicos usados para alisamento, permanente ou coloração tornam os fios ásperos, porosos e quebradiços, com menor resistência à tração, devido à geração de íons negativamente carregados ao longo da molécula de queratina, podendo gerar um conflito interno conhecido: corte químico trata-se de um conflito químico ocorrido no interior do fio quando são usadas duas ou mais químicas incompatíveis, ou mesmo o mesmo ativo mais com uma concentração elevada.

A maioria dos cortes químicos acontece devida o mal uso de relaxamento/descoloração ou por excesso de tempo do produto no cabelo. O que acontece após o uso de químicas incompatíveis é que o cabelo se fragiliza, fica com uma aparência emborrachada e quebra. Quanto mais química houver no fio, maior a chance do corte químico ocorrer de forma avançada, queda de até 100% dos fios. Também é importante ressaltar que o xampu remove o excesso de gordura e o sebum natural presente ao longo do fio. Pequenos traumas diários aos quais os fios estão sujeitos, como o ato de penteá-los e escová-los. Também geram a produção de íons negativos na cutícula e no córtex, principalmente nos cabelos quimicamente tratados. Os cabelos com corte químico onde se partiram não tem como emendar. Mas, onde os fios ainda não se partiram, tem como evitar a quebra, repondo todas as substâncias perdidas, como, proteínas, aminoácidos, lipídios e outros.

CONCLUSÃO

O objetivo deste artigo é provar que os produtos químicos não devem continuar a serem comercializados em lojas, supermercados e farmácias, disponível para todos os consumidores.

Também mostrar o perigo por trás das químicas capilares e a importância de tomarem a decisão certa que é procurar o auxilio de um profissional qualificado.

Saiba que um profissional qualificado não irá aplicar um produto em seus cabelos sem primeiro fazer um diagnóstico minucioso do seu estado físico.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Fernando Antonio Silvino de Santana

por Fernando Antonio Silvino de Santana

Educador Biólogo, Pós Graduado em Análises Clinicas e Biologia Molecular. Professor de Cabeleireiros e especialista em vários campos da Estética Geral..

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