Técnicas Cirúrgicas

Cada técnica de abdominoplastia tem suas condições
Cada técnica de abdominoplastia tem suas condições

Estética e Beleza

21/02/2013

São muitas as técnicas idealizadas para a abdominoplastia e cada qual tem suas indicações. A escolha dependerá do tipo de estrutura do paciente, das características e alterações que cada abdômen apresenta. As mais utilizadas são as que deixam uma cicatriz transversa inferior ao nível da região suprapúbica (abdominoplastia tradicional).

Outras variantes são a abdominoplastia vertical, utilizada quando há cicatrizes na linha média, e a abdominoplastia invertida, que deixa uma cicatriz horizontal na região submamária, utilizada geralmente quando já existem cicatrizes nesta zona, ou quando, havendo flacidez no abdômen superior, o excesso de pele possa servir na reconstrução mamária.

Abdominoplastia: técnica cirúrgica proposta por Pitanguy

A intervenção cirúrgica consiste na ressecção de um segmento de pele e tecido adiposo ao mesmo tempo em que se restaura a tensão normal da parede muscular.

Os seguintes passos são seguidos: demarcação; incisão; descolamento; aproximação dos retos abdominais; tração e pontos de repartição; onfaloplastia; sutura da cicatriz abdominal e umbilical; lipoaspiração (se necessário) e curativos.

Demarcação

Inicialmente uma linha média vertical é demarcada no abdômen entre o apêndice xifoide e a sínfise púbica. Um longo fio de nylon é fixado nestes pontos e serve de guia demarcatória para a cirurgia. As cristas ilíacas ântero-superiores são demarcadas. Uma linha horizontal curvilínea é traçada acima dos pelos pubianos, acompanhando o formato dos trajes de banhos e roupas íntimas, para servir de base para a cicatriz final.

Demarcação da abdominoplastia

Incisão


Com um bisturi, realiza-se a incisão cutânea previamente desenhada. O comprimento da incisão depende da quantidade de pele que precisa ser retirada. Quando o excesso de pele é pequeno e os depósitos de gordura se concentram abaixo do umbigo, a incisão horizontal pode ser pequena. Quando há excesso de pele acima do umbigo é feita uma segunda incisão ao redor do umbigo, liberando-o da pele abdominal.

O tecido celular subcutâneo é seccionado obliquamente na região suprapúbica e inguinal de forma a preservar ao máximo a circulação linfática, a borda do retalho seguirá uma direção ligeiramente oblíqua, para fora, até chegar à fáscia superficial e perpendicular debaixo dela. Algumas vezes, embora seja preferível evitá-lo, pode-se realizar uma lipectomia neste nível, porém, respeitando ao máximo a circulação fascial. É importante a realização de uma hemostasia rigorosa, através da cauterização dos vasos abdominais antes da secção, para evitar perdas de sangue desnecessárias.

Descolamento

Realiza-se o descolamento da aponeurose até a região umbilical, momento em que o umbigo é incisado. O retalho é bipartido verticalmente e o descolamento prossegue até alcançar os rebordos costais, flancos e o apêndice xifoide.

Descolamento da parede abdominal

Aproximação dos retos abdominais


Os bordos mediais das aponeuroses dos retos abdominais são delimitados observando-se o grau de flacidez ou diástase dos mesmos. A aproximação é realizada com pontos em X invertidos, do apêndice xifoide à região supra púbica, objetivando corrigir a flacidez aponeurótica e melhorar a harmonia corporal. Deve-se constatar a tensão que foi deixada.

Aproximação dos músculos reto abdominais


Nas mulheres, deve-se evitar deixar um abdômen plano, sem as curvas normais do abdômen feminino, para o qual, algumas vezes pode ser útil a plicatura paramediana nos músculos oblíquos. Dão-se os pontos de fixação, do umbigo à parede aponeurótica.

Pontos de fixação

Tração e pontos de repartição

Uma vez finalizada a plicatura e revisada a hemostasia, dá-se pontos de referência que repartem o retalho sobre a linha da incisão supra púbica e inguinal. Neste momento, solicita-se a flexão da mesa cirúrgica elevando o tronco e flexionando as pernas da paciente sobre a pélvis - diminuindo qualquer tensão no retalho - e marca-se a nova posição do umbigo dos pontos de repartição.

Onfaloplastia

Liberado o retalho, dá-se a incisão ou ressecção cutânea para a nova posição do umbigo. O próprio umbigo do paciente é transplantado e, se necessário, remodelado. Várias técnicas existem para a reimplantação do umbigo: circular, semicircular, elíptica, quadrangular, linear vertical ou horizontal, em cruz, U, T, V, Y.

Frequentemente utiliza-se a cicatriz em V invertido, que evita uma linha cicatricial evidente na borda inferior do umbigo e impede a retração circular da mesma. Após, normalmente, realiza-se uma lipectomia periumbilical e, antes de fechar, dá-se quatro pontos que entram pela borda cutânea do umbigo, ancoram-se na aponeurose e exteriorizam-se pela incisão umbilical.

Sutura da cicatriz abdominal e umbilical


Dão-se os pontos de repartição marcados anteriormente, colocam-se os drenos a vácuo e procede-se à sutura em planos, do retalho e umbigo.

Cicatriz final

Lipoaspiração

Caso necessário, para melhorar o contorno corporal, pode ser realizada uma lipoaspiração complementar, sobretudo da região dos flancos em área não descolada. A lipoaspiração é uma técnica que permite a remoção às cegas de gordura subcutânea através de uma pequena incisão na pele. Seu uso mais frequente é cosmético, na remoção de gordura subcutânea indesejada, como “escultura corporal”. Curativos

Após o procedimento cirúrgico, as feridas são cobertas com gaze e compressas. Coloca-se sobre estas uma pequena férula de gesso em forma romboidal, evitando que alcance os relevos ósseos (rebordo costal e cristas ilíacas), favorecendo a compressão homogênea sobre o retalho, evitando o espaço morto, o acúmulo de sangue e a formação de pregas no retalho cutâneo.

E conclui-se com uma venda ligeiramente compressiva.

O paciente é posicionado em decúbito dorsal semifletido (posição de Fowler), o que impede a tração nos tecidos trabalhados.

Posicionamento do paciente em Fowler.

Cicatrizes


Cicatrizes de operações anteriores abaixo do umbigo podem ser eliminadas durante o ato operatório. As cicatrizes de operações, acima do umbigo, não são removidas; na verdade, são deslocadas para baixo. A cicatriz da abdominoplastia tende a se caracterizar por uma linha arqueada: é baixa na região pubiana e alta lateralmente em direção às espinhas ilíacas.

Com esse formato, pode ficar escondida sob um biquíni. Essa cicatriz evolui para um aspecto bastante aceitável. Normalmente, apresenta cor avermelhada nos seis primeiros meses, levando outros seis meses para ficar natural.

Pacientes com tendência a má cicatrização podem sofrer um alargamento da cicatriz, resultando num aspecto pouco aceitável. Nesse caso, recomenda-se, entre seis meses a um ano após a operação, um retoque da cicatriz para melhorar o seu aspecto.

Essa é uma operação do tipo ambulatorial, que não requer internação. Com o passar dos anos, a cicatriz tende a ficar pouco perceptível e com melhor aspecto estético.

A cicatriz passará por vários períodos de evolução:

• Primeiro período: vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto excelente e pouco visível. Alguns pacientes apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo;

• Segundo período: vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança na tonalidade de sua cor, passando de “vermelho” para o “marrom”, que vai, aos poucos, clareando. Este período, o menos favorável da evolução cicatricial, é o que mais preocupa as pacientes. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais;

• Terceiro período: vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia do abdome deverá ser feita após este período.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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