Avaliação Fisioterapêutica Pré-Operatória

Antes da operação acontecem vários processos, como a coleta de dados
Antes da operação acontecem vários processos, como a coleta de dados

Estética e Beleza

20/02/2013

A avaliação pré-operatória é o momento em que o primeiro contato com o paciente é estabelecido e uma relação de confiança é firmada. É muito importante para o acompanhamento geral das consequências provenientes da cirurgia, elaboração de um prognóstico de recuperação e conscientização da paciente sobre a importância e os procedimentos da fisioterapia no pós-operatório.

Nesta etapa, o fisioterapeuta realiza a coleta dos dados de identificação, sinais vitais, história clínica, avaliação das amplitudes de movimento globais e perimetria. O profissional também deve avaliar fatores relacionados à disfunção estética, dentre eles, a presença de deformidades articulares e desvios posturais.

Outro ponto importante é a avaliação de sequelas de cirurgias realizadas anteriormente. O fisioterapeuta deve avaliar a presença de fibroses e aderências já instaladas. Pacientes com fibrose, que sofrem nova intervenção cirúrgica tem uma probabilidade maior de desenvolver irregularidades na pele.

Devem-se avaliar também as condições circulatórias dos pacientes, verificando a presença de edemas, linfedemas, gordura circunscrita e disfunções secundárias como o fibro edema gelóide e as estrias.

Durante a avaliação inicial, o profissional pode realizar a documentação fotográfica pré-operatória do paciente, para posterior controle de resultados.

Ao final da avaliação, devem ser traçados os objetivos e determinada à conduta da intervenção terapêutica no período pré-operatório.

Identificação do paciente

Coleta de dados pessoais (nome, endereço, telefone, idade, sexo e profissão).

Anamnese

Abordagem inicial do paciente. Neste momento, a história clínica é colhida. Uma anamnese detalhada é importante, pela influência que os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e evolução das disfunções. Além disso, a anamnese permite verificar determinados pontos que irão orientar a estratégia terapêutica.

Questionar a respeito da presença de dor, alterações de sensibilidade e estado geral do paciente.
A anamnese pode ser estruturada em tópicos:

• História clínica: o paciente deve ser questionado a respeito de ser portador de patologias sistêmico-metabólicas como: diabetes; hipertensão ou hipotensão arterial; alterações cardíacas ou vasculares; neoplasias; hiper ou hipotireoidismo; asma brônquica; alterações renais; hemofilia, distúrbios neurovegetativos; afecções cutâneas; alergias, entre outras;

• Medicamentos em uso: é importante questionar o paciente a respeito do uso de medicamentos que possam ser indicativos do controle de alguma patologia;

• Stress/ansiedade: questionamentos em relação a sintomas de ansiedade;

• Qualidade do sono: deve-se questionar sobre a qualidade do sono, qualificando-a em ruim, regular ou boa;

• Prática regular de atividade física: o paciente deve ser questionado sobre a prática regular de alguma atividade física e com que frequência a realiza.

• Menopausa/Método contraceptivo: se do sexo feminino, a paciente deve ser questionada em relação à utilização de hormônios;

• História cirúrgica: questionar a respeito do tipo e data do procedimento que realizará, nome do cirurgião responsável;

• História obstétrica: se paciente do sexo feminino, questionar a respeito de gestações anteriores (ganho de peso, uso de cinta, alterações posturais, surgimento de estrias e flacidez);

• História do período menstrual: se paciente do sexo feminino, questionar a respeito da presença de sintomatologia dolorosa e, incômodos durante o período menstrual (cefaleia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas e desconforto pélvico, irritabilidade e ansiedade);

• Tratamentos estéticos anteriores (tipo, duração, objetivos, resultados): é importante questionar o paciente em relação às suas experiências anteriores e expectativas para que todos os pontos do tratamento possam ser suficientes esclarecidos e todas as dúvidas sanadas.

Exame físico

Composto por inspeção, palpação, avaliação de amplitude de movimento e perimetria. Inspeção

Durante a inspeção, busca-se observar a presença de alterações funcionais, coloração da pele, presença de fístulas, manchas, hematomas, equimoses, fibroses, edemas e linfedemas. Também é importante realizar uma análise da postura corporal.

• Sinais clínicos: peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), pressão arterial, frequência cardíaca;

• Inspeção geral: atrofias, edema, presença de estrias, ptose, depressões, aderências, cicatrizes anteriores, aspecto da pele;

• Fibro edema gelóide: o fibro edema gelóide é um espessamento não inflamatório das capas subdérmicas, às vezes, doloroso que se manifesta em forma de nódulos ou placas de variada extensão e localização. As lesões teciduais do fibro edema gelóide podem ser classificadas em três estágios:

• Grau 01 (branda): é de aspecto visível somente à palpação ou sob contração voluntária, não tem fibrose, tem aspecto de "casca de laranja";

• Grau 02 (média): é de aspecto visível em algumas regiões e apresenta fibroses sem predominância. É também visível quando ocorre incidência de luz lateralmente, nesse caso as margens são facilmente delimitadas. Pode ocorrer alteração de sensibilidade;

• Grau 03 (grave): há fibrose com predominância, aspecto de "casca de nozes", o paciente apresenta sensibilidade à dor aumentada.

• Estrias: verificar a presença de estrias e quando elas estiverem presentes, questionar o paciente a respeito da época ou maneira em que elas surgiram (adolescência, gravidez, obesidade, uso de medicamentos). Observar a coloração das estrias (vermelhas, violáceas, brancas).

Palpação

Verificar a presença de dor à palpação, edema, temperatura local, aderências cicatriciais anteriores e linfedemas. Analisar também o trofismo muscular e cutâneo, dor e nódulos no tecido subcutâneo. Verificar a presença de flacidez de pele na região abdominal.

Amplitude articular de movimento (goniometria)

A goniometria é a técnica de avaliação mais usada na prática da fisioterapia. É um instrumento de diagnóstico funcional, capaz de medir de forma objetiva amplitudes articulares através da utilização do goniômetro. O goniômetro é um instrumento durável, lavável e de baixo custo que pode ser aplicado em quase todas as articulações. Assemelha-se a um transferidor, com dois braços longos, um fixo e outro móvel.

Existe ainda um eixo, que deve estar alinhado com o eixo longitudinal dos seguimentos adjacentes à articulação. O centro deve ser posicionado sobre o eixo da articulação a ser examinada. Flexão da coluna lombar

Solicitar que o paciente realize a flexão da coluna lombar. O músculo reto abdominal é o flexor primário do tronco. Ele é auxiliado pelos músculos oblíquos interno e externo do abdômen. Neste teste, evitar a flexão dos joelhos. A amplitude articular normal é de aproximadamente 95°.

Extensão da coluna lombar


Solicitar que o paciente realize a extensão da coluna lombar. Os extensores do tronco são os músculos eretores da espinha, que incluem o iliocostal torácico, o longuíssimo dorsal, o espinhal torácico e o iliocostal lombar. Neste teste, evitar a hiperextensão dos joelhos. A amplitude articular normal é de aproximadamente 35°.

Inclinação lateral da coluna lombar

Solicitar que o paciente realize a inclinação lateral da coluna lombar para um lado e posteriormente para o outro. Os músculos principais deste movimento são os oblíquos interno e externo do abdome e o quadrado lombar do lado do movimento. Neste teste, evitar a flexão, extensão e rotação de tronco e a inclinação lateral da pelve. A amplitude articular normal é de aproximadamente 40°.

Perimetria

Técnica de avaliação do edema e do linfedema, através da determinação dos valores de circunferência de um segmento corporal perpendicular ao eixo longitudinal do mesmo segmento.

As medidas devem ser feitas em níveis estabelecidos em intervalos de tempo periódicos e, de modo geral, repetidas sempre pelo mesmo terapeuta. Para a comparação, as medidas devem ser realizadas num mesmo horário do dia.

Para avaliação, o paciente deverá estar em pé, de lado para o avaliador, com os pés um pouco afastados, distribuindo o peso do corpo igualmente sobre os membros inferiores. As medidas devem ser feitas com a fita métrica bem ajustada sobre a parte a ser medida, não muito apertada a ponto de criar uma endentação na gordura, nem frouxa para que a fita deslize. A redução do edema pode ser avaliada através da comparação entre as medidas tomadas antes e após o tratamento.

No abdômen, tem-se como ponto de referência à cicatriz umbilical.

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