Estudos dos efeitos adversos com o uso de dipirona e paracetamol em crianças

Efeitos adversos com o uso de dipirona e paracetamol
Efeitos adversos com o uso de dipirona e paracetamol

Enfermagem

05/11/2014

1. INTRODUÇÃO

Os medicamentos são importantes e eficientes ferramentas na promoção da saúde, contribuindo no diagnóstico, cura, prevenção e auxilio no controle de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, asma e outras.


No entanto, como qualquer outra substância, os medicamentos, além de benefícios, podem oferecer riscos. Mesmo com os critérios rigorosos de proteção e segurança exigidos pelo ministério da saúde, vários fatores propiciam reações adversas aos medicamentos em um numero grande de pessoas. (Lucinda et al.,2008).


Reação adversa a medicamentos (RAM), segundo a organização mundial de saúde (OMS), é qualquer resposta a um fármaco que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnostico e tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica.


O estudo das RAMs teve inicio na metade do século XIX, com o episódio que causou a morte de uma jovem de 15 anos por reação adversa grave ao clorofórmico. E foi estabelecida tempos mais tarde, com registro da morte aproximadamente 100 pessoas depois de ingerirem um xarope de sulfanilamida, em 1937 (Geiling et al., 1938). Outro registro importante de reação adversa foi a incidência de casos de poliomielite vacinal após a polêmica primeira vacinação em massa contra a doença, em 1950.


Devido a uma grande preocupação com a vigilância epidemiológica em relação aos efeitos patológicos ocasionados pelos medicamentos alopáticos surgiu a farmacovigilância. A farmacovigilância, segundo Coêlho (2008, p.3), “é a ciência relativa a detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos e tem como missão contribuir para a comercialização, fiscalização e uso seguro dos medicamentos.”


Com a grande importância para a saúde publica, a farmacovigilância tem como objetivo principal a redução das taxas de morbidade e mortalidade associada ao uso de medicamentos, por meio da detecção precoce dos problemas de segurança dos medicamentos nos pacientes, além de melhorar a seleção e uso racional dos medicamentos (URM) pelos profissionais de saúde (Silva at al., 2006). Assim, o URM requer que o paciente receba a medicação apropriada a sua necessidade clinica, em doses adequadas com seus requerimentos individuais, por um período de tempo adequado, e ao menor custo para o indivíduo e para sua comunidade (OMS, 1985).


A farmacovigilância hoje no Brasil começa antes de os medicamentos serem comercializados, quando passam por ensaios pré-clínicos e clínicos, como fator de segurança para a pesquisa. Neste tipo de pesquisa não participam pessoas que fazem parte do grupo especial como crianças, idosos e gestantes, nem indivíduos que tenham alguma patologia ou mesmo que façam uso de algum medicamento. Após o registro e lançamento dos medicamentos, ou seja, na pós-comercialização, a farmacovigilância atua em medicamentos que por ventura apresentam alguma reação adversa que ainda não havia sido constatada (Lucinda at al.,2008).


O programa internacional de monitorização de medicamentos é dirigido pelo centro colaborador da OMS, The Uppsala Monitoring Centre, localizado na Suécia. No Brasil, em 1999, foi criada a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, em paralelo, surgiu o Sistema Nacional de Farmacovigilância gerenciado pelo planejamento, coordenação e supervisão do processo de formulação de diretrizes e normas técnicas operacionais sobre o uso seguro e vigilância de medicamentos. Em razão disso, o Brasil, em 2001, foi admitido oficialmente como o 62° pais a fazer parte do programa internacional de monitorização de medicamentos coordenado pelo The Uppsala Monitoring Centre, na Suécia.


A principal fonte de informação em farmacovigilância atualmente é o sistema de notificação espontânea, de amplitude regional ou nacional para a notificação de suspeita de reações adversas a medicamentos.

2. PROBLEMATIZAÇÃO DA PESQUISA

A farmacovigilância tem se ocupado de investigar os efeitos adversos pelo uso de alguns medicamentos que foram identificados como grandes causadores de intoxicação. Dentre eles estão os analgésicos paracetamol e dipirona, que são muito prescritos e também apresentam baixo preço, facilitando com isso a automedicação e a consequente intoxicação. Diante disso, a pergunta na qual se baseara esta pesquisa será: quais são os efeitos adversos causados pelo uso de dipirona e paracetamol em crianças?


3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O paracetamol e a dipirona são medicamentos que podem potencializar a resposta do sistema imunológico piorando alergias já existentes nos pacientes:

Médicos brasileiros lembram que estudos anteriores sugeriram que o paracetamol, assim como o ácido acetilsalicílico (aspirina) e outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno, causam alergias ou agravam a asma. Porem até o momento, o paracetamol e dipirona eram vistos como os mais seguros. Em 2008, estudo com 200 mil crianças em 31 países, pelo programa de estudo internacional de asma e alergias em crianças, publicado na revista “Lancet”, revelou que em crianças de 6 e 7 anos é comum o diagnostico de queixas de alergias após tratamento com paracetamol e dipirona. (Karimi et al.,2006).


Sendo assim, é muito importante um estudo que possa esclarecer se existe alguma correlação entre o surgimento da asma nas crianças e o uso desses medicamentos, a fim de que a comunidade acadêmica e a população possam ser devidamente esclarecidas.


4. OBJETIVOS GERAIS DA PESQUISA


Este trabalho teve como objetivos gerais fazer um levantamento dos efeitos adversos causados pelo uso de dipirona e paracetamol em crianças asmáticas e não asmáticas.


5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA

Além disso, a pesquisa pretende investigar se houve uso exagerado de paracetamol e dipirona no primeiro ano de vida de um grupo de crianças portadoras de asma, visando estabelecer uma relação entre a administração dessa medicação nesta fase da vida dos pacientes e o surgimento dessa doença em período equivalente ou posterior.


6. METODOLOGIA DA PESQUISA


Para a realização dessa pesquisa, participarão do estudo grupos de crianças na faixa de 2a16 anos, portadoras e não portadoras de asma, sendo excluídas crianças abaixo de 2 anos por falta de confirmação de diagnostico preciso de asma.


Para a coleta de dados de reações adversas causadas pelo uso dos medicamentos paracetamol e dipirona em crianças será utilizado um questionário especifico e confidencial de reações adversas padronizado pela secretaria de estado da saúde de São Paulo, do centro de vigilância sanitária do setor de farmacovigilância.


Os questionários serão aplicados na secretaria de saúde de Jundiaí, e os resultados serão mostrados em gráficos, utilizando porcentagem.
7. REFERENCIAMENTO DA PESQUISA


AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA (ANVISA). Disponivel em:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/sentinelas/causalidade.>. Acesso em: 25.out.2014


COÊLHO, Helena Lutescia. Farmacovigilancia: um instrumentonecessario. In: Cad. Saude Publica, Rio de Janeiro, 14(4):871-875, out-dez, 1998.


LUCINDA F.S.;TEIXEIRA J.L.; SANTOS P.R.; PINHEIRO R.O.; MORAIS FILHO Z. B.;MORAES S.R.; AVELAR K.E.S.; SILVA G.M.S. A importancia da farmacovigilancia para o controle de medicamentos. São Paulo: EPU, 2008.


GEILING, E.M.K.; CANNON, P.R. Pathologic effects of elixir sulfanilamide (diethylene glycol) poisoning. Journal of American medical association, 111: 919-926, 1938.


KARIMI M.; MIRZAEI M.; AHMADIEH M.H. Acetaminophen use and the symptoms of asthma, allergic rhinitis and eczema in children.Iran J Allery Asthma Immunol, 5:63-7, 2006.


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE. Monitorização da segurança de medicamentos: diretrizes para criação e funcionamento de um centro de farmacovigilancia.
Brasília, 2005.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Romario Augusto de Godoi Lima

por Romario Augusto de Godoi Lima

Enfermeiro

Portal Educação

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