Doença de Saúde Pública (câncer do colo do útero)

Vacina HPV previne contra o câncer colo de útero
Vacina HPV previne contra o câncer colo de útero

Enfermagem

12/04/2014

INTRODUÇÃO
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2011), estima-se que no Brasil o câncer de colo uterino seja a terceira neoplasia maligna mais comum, apenas superado pelos cânceres de pele e da mama, e é a quarta causa de morte por câncer na população feminina.

Dentre todos os tipos de câncer, o de colo uterino é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando a perto de 100%, quando diagnosticado precocemente e podendo ser tratado em nível ambulatorial em cerca de 80% dos casos.

A detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas (rastreamento), por meio do exame cito patológico (Papanicolau), permite a detecção das lesões precursoras e da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas, favorecendo assim um tratamento precoce, alcançando a cura em um tempo menor e com menores consequências. DEZEM, (2006).

A enfermagem tem um papel muito importante na prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino, identificando as populações de alto risco, desenvolvendo ações de orientação, prevenção e educação em saúde.

É no desafio de aumentar a adesão das mulheres ao exame Papanicolau como meio de prevenção e detecção precoce, e inovar nas campanhas de orientação que este projeto foi formulado, trazendo assim para o publico feminino uma luz em seu caminho.

Com isso pretende-se demonstrar que o câncer de colo uterino tem cura, desde que seja descoberto no inicio e tratado, e que pequenas atitudes e algumas orientações podem transformar a saúde feminina no aspecto global, contribuindo para uma vida plena, saudável e com qualidade.

A presente pesquisa teve como objetivo geral realizar uma síntese sobre o tema, com a finalidade de conscientizar as mulheres da importância da detecção precoce do câncer de colo uterino enfatizando as ações educativas e assistência de enfermagem, reduzindo assim os índices de morbidade e mortalidade por esta doença na população feminina.

De encontro ao objetivo do trabalho em questão foi escolhido Ruiz (2002), para nortear a pesquisa, pois o mesmo traz o método qualitativo como uma forma de pesquisa flexível onde o conteúdo de vivência é de grande importância dentro do estudo, levando em consideração a influencia da sociedade e da cultura do objeto pesquisado.

Para aprofundar sobre o assunto foi utilizado Furasté (2010), pois o mesmo traz as normas da ABNT de forma clara, objetiva e atualizada, facilitando assim a organização dos trabalhos de conclusão de curso dentro das normas exigidas.

Para isso selecionou-se vários referenciais teóricos e divididos em capítulos, sendo o primeiro capitulo o que explica o câncer de colo uterino, anatomia do útero, os tipos de câncer, meios de prevenção e quem tem maior risco de desenvolver esta neoplasia.

Encontra-se no segundo capítulo a importância do exame Papanicolau e esquema de realização do mesmo, o terceiro capítulo será focado na assistência de enfermagem e o quarto capítulo demonstra a metodologia utilizada.

O interesse pelo tema surgiu nas aulas de saúde da mulher, na ampla visão de obter conhecimento, com intuito de buscar a aprender e cuidar, desta patologia e poder aplicar na prática do serviço de saúde.



1 CÂNCER DE COLO UTERINO
Estima-se que no Brasil o câncer de colo uterino seja a terceira neoplasia maligna mais comum, apenas superado pelos cânceres de pele não melanoma e da mama, e é a quarta causa de morte por câncer na população feminina. Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo. INCA (2011).

O câncer que não é uma doença única e sim um conjunto de mais de 100 doenças diferentes, é resultante de alterações que determinam um crescimento celular desordenado, não controlado pelo organismo e que compromete tecidos e órgãos, principalmente o útero, em uma parte específica: o colo, que fica em contato com a vagina. MINISTÉRIO DA SAÚDE (1997).

De acordo com Dezem (2006) o câncer de colo uterino é uma neoplasia maligna, que se localiza no epitélio da cérvice uterina, devido a alterações celulares que vão evoluindo lentamente e de forma imperceptível, terminando no carcinoma invasor.

Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermóide, o tumor é formado por brotos sólidos de células com graus variados de diferenciação. E o adenocarcinoma, tipo mais raro que acomete o epitélio glandular (10% dos casos). INCA, (2011).

A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, passa por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa-se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade, e apenas uma pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos. MINISTÉRIO DA SAÚDE, (2002).

O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame Papanicolau, por isso é importante a sua realização periódica.

A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papiloma vírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos. INCA (2012).

O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um vírus extremamente comum, do qual existem mais de 80 subtipos. Alguns deles são transmitidos sexualmente (por contato sexual com parceiro portador desse vírus). Desses, alguns estão associados ao câncer de colo do útero. Mais frequentemente, os subtipos 16 e 18 estão associados a esse tipo de tumor. ZELMANOWISCZ, (2010).

A infecção clinica mais comum causada pelo HPV na região genital são as verrugas genitais ou condilomas, Se um dos tipos do HPV permanece no organismo, pode provocar alterações nas células normais do colo uterino. Estas mudanças pré-cancerosas não significam a presença de câncer, porém com o tempo, as células, agora anormais, podem dar lugar a células cancerosas. INCA (2011).

Ou seja, as mulheres portadoras desse vírus devem fazer exames mais frequentes com o seu ginecologista ou profissional de saúde capacitado para detectar alterações sugestivas de lesões malignas ou pré-malignas tão cedo quanto possível, aumentando muito a chance de cura.

Para se falar sobre câncer de colo uterino é necessário que se conheça primeiramente a anatomia desse órgão tão importante para o sistema reprodutivo feminino, facilitando a detecção precoce da doença.



1.1. Anatomia Uterina
O útero é um órgão pertencente ao aparelho reprodutor feminino de quase todos os mamíferos, inclusive os humanos, ele tem como função principal receber e implantar os embriões, além de ser o responsável pela expulsão do feto no momento do parto, por meio de contrações. DEZEM (2006).

De acordo com Dangelo e Fatini (2003), morfologicamente o útero possui formato de pera, e divide-se em quatro partes: fundo, corpo, istmo, e cérvix. O corpo do útero é a parte dilatada, cuja parte superior, em forma de cúpula, é conhecida como fundo do útero, e segue-se ao istmo, a sua porção estreita que se abre na vagina recebe o nome de cérvix ou colo uterino.

A outra extremidade conecta-se às duas tubas uterinas, também conhecidas como Trompas de Falópio.

O útero é um órgão muscular que mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura em sua parte superior. Suas paredes têm aproximadamente 1,25 de espessura. O tamanho do útero varia de acordo com a paridade (numero de nascimentos viáveis) e anormalidades uterinas (p. ex., fibroides, que é um tipo de tumor que pode distorcer o útero). (SMELTZER e BARE, 2005).

Segundo Meldal (2010),a localização da junção escamo colunar com relação ao orifício cervical externo varia dependendo da idade, estado menstrual e outros fatores como gravidez e o uso de métodos anticoncepcionais orais.

Uma compreensão minuciosa da anatomia e fisiologia do colo uterino é essencial para uma prática colposcópica eficaz.



1.2. Classificação do Câncer de Colo Uterino


Segundo Smeltzer e Bare (2005), a classificação internacional do câncer de colo uterino é:

Estagio da lesão / Tamanho e Descrição.
Pré-invasivos
Invasivo

1.3.Sintomas

De acordo com Smeltzer e Bare (2005), inicialmente o câncer de colo uterino raramente produz sintomas, somente em estado mais avançado nota-se que:
Secreção vaginal aquosa e escurecida;
Sangramento irregular, ou sangramento após relação sexual;
Devido à necrose e infecção do tumor o odor será fétido;
Metrorragia entre os períodos menstruais, após a menopausa ou pós ato sexual;
E em casos mais avançados dor pélvica.



1.4. Fatores de Risco
São identificados vários fatores de riscos para a ocorrência do câncer do colo uterino, e a maioria deles esta relacionada à saúde e ao estilo de vida. Os mais importantes para o desenvolvimento do câncer são:
Infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV);
Multiplicidade de parceiros sexuais;
Único parceiro sexual com múltiplas parceiras;
Inicio da atividade sexual precoce;
Gestação em idade precoce;
Menstruação precoce e menopausa tardia;
Uso prolongado de contraceptivos orais;
Infecção cervical crônica;
Higiene intima inadequada;
Tabagismo e álcool;
Imunossupressão, infecção por HIV;
Baixa condição socioeconômica. MINISTÉRIO DA SAÚDE ( 2006).



1.5. Prevenção
De acordo com Heck (2009), dentre todos os tipos de câncer, o de colo uterino é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando a perto de 100%, quando diagnosticado precocemente e podendo ser tratado em nível ambulatorial em cerca de 80% dos casos.

A detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas (rastreamento), por meio do exame citopatológico (Papanicolau), permite a detecção das lesões precursoras e da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. (BRASIL, 2006).

Além disso, exames pélvicos regulares, e ações que visem reduzir a exposição aos fatores de risco devem ser encorajados, principalmente tabagismo e infecção pelo HPV.

A faixa etária prioritária para a detecção precoce do câncer do colo do útero é dos 35 aos 49 anos de idade, período que corresponde ao pico de incidência das lesões precursoras e antecede o pico de mortalidade pelo câncer. (INCA, 2012).



1.6.Tratamento
O tratamento do câncer de colo do útero depende do estágio do câncer, do tamanho e formato do tumor, da idade e do estado de saúde geral da mulher e da sua vontade de ter filhos no futuro.

O câncer de colo do útero inicial pode ser curado com remoção ou destruição do tecido canceroso ou pré-canceroso. Existem diversas formas cirúrgicas de fazer isso sem remover o útero ou danificar o colo do útero, para que a mulher ainda possa ter filhos no futuro. INCA (2011).


Tipos de cirurgia para o câncer de colo do útero inicial:
O LEEP (procedimento de excisão com eletrocautério de alça) usa eletricidade para remover o tecido anormal;
A crioterapia congela as células anormais;
A terapia a laser usa luz para queimar o tecido anormal;
A histerectomia (remoção do útero, mas não dos ovários) geralmente não é realizada em um câncer de colo do útero que não se espalhou. Ela pode ser feita em mulheres que já passaram por vários procedimentos LEEP.
Para Smeltzer e Bare (2005), os possíveis tratamentos para o câncer de colo do útero mais avançado são:
Histerectomia radical que remove o útero e grande parte do tecido ao redor, incluindo os linfonodos internos e a parte superior da vagina;
Exenteração pélvica, um tipo de cirurgia radical na qual todos os órgãos da pélvis, incluindo a bexiga e o reto, são removidos;
A radiação pode ser usada para tratar o câncer que se espalhou além da pélvis ou para um câncer que reincidiu. A radioterapia pode ser interna ou externa;
A radioterapia interna utiliza um implante que contém material radioativo e é colocado dentro da vagina, próximo ao câncer de colo do útero. O implante é removido quando a paciente volta para casa;
A radioterapia externa emite radiação a partir de um grande equipamento para o local do corpo em que o câncer está localizado. É um processo semelhante ao raio X;
A quimioterapia utiliza medicamentos para eliminar o câncer. Alguns dos medicamentos usados na quimioterapia do câncer de colo do útero são 5-FU, cisplatina, carboplatina, ifosfamida, paclitaxel e ciclofosfamida. Algumas vezes, a radioterapia e a quimioterapia são usadas antes ou depois da cirurgia.




2 EXAME PAPANICOLAU
De acordo com Souza (2012), o exame Papanicolau vem sendo amplamente utilizado no programa de rastreamento do câncer de colo uterino na saúde pública, é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença.

O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde que tenham profissionais capacitados. Ele indica a presença de lesões neoplásicas ou pré-neoplasicas, sendo possível interromper a evolução dessas lesões. Este exame é considerado eficiente e de baixo custo.

Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo por meio de uma espátula de madeira (de Ayres).

Caso a junção escamo colunar não seja atingível pela espátula, utilizar também a escova endocervical. A garantia da presença de material em quantidades suficientes é fundamental para o sucesso da ação. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006).

A falta da escovinha não é justificativa para a não realização do exame. A coleta deverá ser feita pelo médico ou o enfermeiro, durante avaliação ginecológica completa. O enfermeiro ou um profissional capacitado realizará coletas regularmente, quando esta ação contribuir para uma maior abrangência da prevenção. Uma adequada coleta de material é de suma importância para o êxito do diagnóstico. O profissional de saúde deve assegurar–se de que está preparado para realizá-lo e de que tem o material necessário para isso. (SOUZA, 2012).


2.1. Recomendações Prévias à coleta do exame Preventivo do Colo do Útero

Segundo Smeltze e Bare (2005), para realização do exame preventivo do colo do útero, e a fim de garantir a qualidade dos resultados, recomenda-se:

Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo, a ultrassonografia nas 48 horas antes da coleta;
Evitar relações sexuais nas 48 horas antes da coleta;
Evitar anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame.
O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguardar o término da menstruação.
Em algumas situações particulares, como em um sangramento anormal, a coleta pode ser realizada.



2.2. Procedimentos da Coleta
O exame preventivo é um procedimento indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada.

O exame ginecológico completo consiste do exame e palpação das mamas e depois o exame Papanicolau.

Segundo Dezem (2006), no momento da coleta a mulher deve ficar na posição ginecológica, deitada com os joelhos dobrados e as pernas afastadas, o profissional faz o exame externo da vulva e depois introduz um instrumento chamado espéculo pelo canal vaginal para que se possa visualiza-lo e ao colo do útero (parte final do útero, do qual serão recolhidas as células para exame microscópico).

O espéculo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao seu formato. Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o tamanho de cada paciente, o número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o exame e, para elas, existe o virgoscópio, espéculo de tamanho especial. (ORIENTAÇÕES MÉDICAS, 2013).

De acordo com Smeltze e Bare (2005), as células do colo do útero são colhidas por meio de uma espátula de Ayres (haste de madeira) a amostra da parte externa (ectocérvice) por raspagem e esfregaço, e de uma escovinha endocervical bem pequenina da parte interna (endocérvice), onde será introduzida no colo e com movimento de 360 graus procederá à escamação ou esfoliação.

Essas células coletadas são colocadas numa lâmina que é enviada para um laboratório especializado em citopatologia (preventivo Papanicolau).

Neste momento da coleta deve ser observado pelo profissional se há presença de secreções, lesões, odores, a quantidade e características de cada um deles.



2.3. Resultados
Segundo Coelho (2010), o colo do útero é revestido por camadas de células epiteliais pavimentosas, arranjadas de forma ordenada. A desordenação dessas camadas é acompanhada por alterações nas células que vão desde os núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular. Classificados desta forma:

NIC I: Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau I (Baixo Grau), anormalidades do epitélio no 1/3 proximal da membrana, quando ocorre a desordenação nas camadas mais basais do epitélio estratificado.
NIC II: Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau II (Alto Grau), se a desordenação avança 2/3 proximais da membrana.
NIC III: Na Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau III (Alto Grau), o desarranjo é observado em todas as camadas, sem romper a membrana basal.

Podem ocorrer resultados de DSTs, e inflamações, é fundamental que os profissionais da saúde conheçam as patologias e orientem sobre os possíveis resultados, quando deverá ser realizado outro exame, e se necessário encaminhar para acompanhamento e tratamento médico, para reduzir a morbidade e a mortalidade por câncer do colo do útero.


3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Segundo Souza (2012) apud Souza et al (2006) o enfermeiro pode prestar importante contribuição para a prevenção do câncer de colo uterino como:

Sua participação no controle de fatores de risco, na realização da consulta ginecológica e do exame de Papanicolau, influindo para um maior e melhor atendimento á demanda, efetivando um sistema de registro de qualidade, intervindo para o encaminhamento adequado das mulheres que apresentarem alterações citológicas. O envolvimento da enfermagem nas questões referentes ao câncer se dá na medida em que, na atualidade, este se refere a um problema de saúde publica, face a elevada morbimortalidade e alto custo social e econômico.

A assistência integral a saúde da mulher deve abranger um conjunto de ações que envolvem a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação.

A enfermagem tem papel fundamental neste processo, prestando assistência, tranquilizando e informando a paciente, principalmente no momento da consulta, na prevenção do câncer, com atuação voltada para ações a fim de garantir a mulher o acesso a exames preventivos de diagnostico e tratamento em serviços especializados. DEUS,( 2011).



3.1. Atribuições do Enfermeiro

São atribuições do enfermeiro:
Realizar atenção integral às mulheres;
Realizar consulta de enfermagem, coleta de exame preventivo e exame clínico das mamas, solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão;
Realizar atenção domiciliar, quando necessário;
Supervisionar e coordenar o trabalho dos ACS e da equipe de enfermagem;
Manter a disponibilidade de suprimentos dos insumos e materiais necessários para as ações; MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006).
Realizar atividades de educação permanente junto aos demais profissionais da equipe.



3.2. Atribuições do Auxiliar/Técnico de Enfermagem
Segundo Deus (2011), são atribuições dos técnicos de enfermagem:
Realizar atenção integral às mulheres;
Realizar coleta de exame preventivo, observadas as disposições legais da profissão;
Realizar atenção domiciliar, quando necessário;
Manter a disponibilidade de suprimentos para a realização do exame do colo do útero;



3.3. Atribuições dos Profissionais da atenção básica: comuns a todos os profissionais da equipe


Todos os profissionais devem:
Conhecer, planejar e realizar as ações de controle dos cânceres do colo do útero e da mama com promoção, prevenção, rastreamento/detecção precoce, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos;
Alimentar e analisar dados dos Sistemas de Informação em Saúde (Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB, Siscolo e outros), para planejar, programar e avaliar as ações de controle dos cânceres do colo do útero e mama;
Conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos das famílias assistidas e da comunidade;
Acolher as usuárias de forma humanizada;
Valorizar os diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos com ética, compromisso e respeito; Trabalhar em equipe integrando áreas de conhecimento e profissionais de diferentes formações;
Prestar atenção integral e contínua às necessidades de saúde da mulher, articulada com os demais níveis de atenção, com vistas ao cuidado longitudinal (ao longo do tempo); Identificar usuárias que necessitem de assistência ou internação domiciliar (onde houver disponibilidade desse serviço) e corresponsabilizar-se, comunicando os demais componentes da equipe;
Realizar e participar das atividades de educação permanente relativas à saúde da mulher, controle dos cânceres do colo do útero e da mama, DST (doenças sexualmente transmissíveis), entre outras;
Desenvolver atividades educativas, individuais ou coletivas; MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006).

É fundamental que os profissionais da saúde conheçam as patologias e orientem sobre os possíveis resultados, quando devera ser realizado outro exame, e se necessário encaminhar para acompanhamento e tratamento médico, para reduzir a morbidade e a mortalidade por câncer do colo do útero.


4 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica, onde CERVO e BERVIAN (1983), a definem como:

A que explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos, podendo ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam analisar e conhecer as contribuições culturais e cientificas do passado existente sobre determinado tema, assunto ou problema.

Este trabalho foi realizado mediante levantamento bibliográfico em bases de dados da biblioteca virtual em saúde (LILACS, MEDLINE, SCIELO), nos bancos de dados do Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer. Foi realizada também uma busca manual de material bibliográfico em textos, livros e cartilhas que tratam do tema em estudo.

A partir da analise dos documentos foram selecionados as seguintes categorias de pesquisa: Anatomia uterina; Câncer de colo uterino; Exame Papanicolau; Papel do Enfermeiro e Educação em Saúde. Pois como disserta MELO et al (2012):

No Brasil, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia maligna que acomete as mulheres, apenas superado pelos cânceres de pele não melanoma e da mama. Foram estimados cerca de dezoito mil novos casos para os anos de 2012 e 2013.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O exame preventivo do câncer do colo do útero ou exame Papanicolau é a principal estratégia para prevenção e detecção precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados, sendo fundamental que os mesmos orientem sobre o que é, e qual a importância do exame, pois sua realização periódica permite a detecção precoce, reduzindo os índices de mortalidade por esta neoplasia.

Além do exame Papanicolau, a prevenção deste tipo de patologia deve se basear em medidas educativas feitas por intermédio da educação sexual e de orientações sobre como se desenvolve a doença, quanto ao uso correto de preservativos e da importância do autocuidado e da valorização do próprio corpo.

A assistência integral a saúde da mulher deve abranger um conjunto de ações que envolvem a promoção, a prevenção, o diagnostico, o tratamento e a reabilitação. Dentre estas ações, estão àquelas voltadas para o controle dos cânceres do colo do uterino, principalmente as campanhas preventivas.

Com este estudo demonstra-se que o câncer de colo uterino tem cura, desde que seja descoberto no inicio e tratado, e que pequenas atitudes e algumas orientações podem transformar a saúde feminina no aspecto global, contribuindo para uma vida plena, saudável e com qualidade.



REFERENCIAL TEÓRICO

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BRASIL, Ministério da Saúde. Falando sobre câncer do colo do útero. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev). Rio de Janeiro: MS/INCA, 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 17/03/2013.
BRASIL ,Ministério da Saúde. Falando sobre câncer e seus fatores de risco. Instituto Nacional de Câncer, Coordenação Nacional de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer (Contapp). , 2 ed., Rio de Janeiro, 1997.
CERVO, Amado Luiz. BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo. Mc Graw-Hill do Brasil, 1983. Disponível em: http://www.google.com.br. Acesso: 10/03/2013.
COELHO, Fernanda Fernandes. Conhecimento das mulheres com diagnóstico de câncer do colo do útero acerca da doença em uma unidade de saúde da família no município de wanderley, bahia. Barreiras. 2010. Disponível em: http://www.webartigos.com. Acesso em: 10/03/2013.
DANGELO, J. G..FATINNI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2º edição. São Paulo. Editora Atheneu, 2003.
DEUS, Karla Aparecida de. O papel do enfermeiro na prevenção do câncer do colo do útero em unidade básica de saúde com equipe de saúde da família. Uberaba MG. 2011. Disponível em: http://www.nescon.medicina.ufmg.br/. Acesso em: 19/04/2013.
DEZEM, Ana Cecilia. SAMPAR, Silvana Aparecida. Assistência de enfermagem na prevenção do câncer de colo do útero. Batatais. 2006. Disponível em: http://biblioteca.claretiano.edu.br/phl8/pdf/20003438.pdf. Acesso em: 10/04/2013.
FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico: explicitação das normas da ABNT. Editora Costoli Soluções Gráficas. 15º Edição. Porto Alegre, 2010.
HECK, Tatiane Cláudia. NASCIMENTO, Vanessa Trindade do. PIAS, Andressa de Azambuja. VARGAS, Fabiane Andrade. VARGAS, Vera Regina Andrade.
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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Elizeu Almeida dos Santos Pall

por Elizeu Almeida dos Santos Pall

ELIZEU ALMEIDA DOS SANTOS PALL, FORMADO EM LETRAS PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO EM 2005, ESPECIALISTA EM METODOLOGIA EM LINGUA INGLESA PELA WPOS EM 2012 E ESPECIALISTA EM GESTÃO PUBLICA MUNICIPAL PELA UAB/UNEMAT POLO DE PONTES E LACERDA-MT EM 2014 E ACADÊMICO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PUBLICA NA UAB/UNEMAT.

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