Cultura Bacteriana

Enfermagem

01/01/2008

A Cultura de bactérias é a promoção pelo Homem do crescimento de colónias destes organismos para facilitar o seu estudo.

Necessidade da Cultura

Na maior parte das vezes, o estudo da morfologia, disposição relativa e a interpretação das propriedades de coloração são insuficientes para a identificação do agente bacteriano. Recorre-se então à cultura, para se conseguir um elevado número de microorganismos, para estudar as características culturais da batéria como a capacidade de crescer em meio selectivo e o aspecto das colônias, para se efectuar o isolamento de estirpes, para a obtenção de produtos bacterianos e para quantificar o número de bactérias por unidade de volume de produto patológico.

Meio de Cultura

Assim, para a realização de uma cultura bacteriana, precisamos de um inóculo e de um meio de cultura. O meio de cultura é uma substância líquida ou sólida, simples ou complexa, que permite a nutraição, o crescimento e a multiplicação dos microorganismos.

Com efeito, o meio de cultura deve oferecer condições o mais próximas possível das condições in vivo. As suas características fundamentais são:

  • Composição: normalmente contêm 80% de água, 0.9% de cloreto de sódio e o restante depende do microorganismo em questão (embora tenha que existir uma fonte de energia e carbono - habitualmente um áçucar).
  • Isotonia: a concentração de cloreto de sódio deve ser idêntica à fisiológica. As bactérias envolvidas nas patologias humanas geralmente não são halofílicas, apesar de o Straphylococcus aureuspoder suportar elevadas concentrações salinas.
  • pH entre 6.8 e 7.8, ou seja, próximo da neutralidade. Mas de lembrar que outras bactérias podem ter outros pH óptimos, diferentes da neutralidade (ex. Helicobacter e Lactobacillus que são acidófilas, ou o agente da cólera que é basófilo).
  • Potencial redox: depende do seu tipo de respiração. Podem ser anaeróbias estrictas (não possuem enzimas para degradar o peróxido de hidrogênio), anaeróbias moderadas, anaeróbias facultativas e aeróbias estrictas.
  • Esterilidade: a esterilização do meio de cultura é efectuada após a sua preparação, para assim eliminar os microorganismos contaminantes. Conseguido geralmente por esterilização na autoclave.
  • Acondicionamento: tentando, a todo o custo, evitar a contaminação (recipientes rolhados e caixas de Petri).
  • Temperatura: a incubação deve ser feita à temperatura corporal.

Os meios de cultura podem ser classificados segundo o seu estado físico, pela sua composição e a sua utilização. No que respeita ao seu estado físico, os meio podem ser líquidos, também designados por caldos, e a sua turvação é o indicador de crescimento bacteriano. Os meios sólidos (ou gelose) permitem o crescimento das células formando colónias. As geloses são obtidas a partir de um meio líquido ao qual é adicionado uma substância geleficante: inicialmente era a gelatina, mas como esta era usada pelos microorganismos, passou a ser usado o ágar-ágar (1.5%), que apenas promove a solidificação do meio. O ágar-ágar pode ainda ser usado em concentrações inferiores (0.5/0.7), em meios semi-sólidos (são utilizados para verificar a mobilidade das bactérias).

Em relação à composição do meio, podem ser classificados como naturais, cuja composição é complexa e mal definida (ex. caldo de carne), sintéticos (substâncias químicas perfeitamente conhecida - normalmente é um pó ao qual se adiciona água) e semi-sintéticos aos quais se adiciona uma substância natural (ex. gelose de sangue). Finalmente, em relação à sua prática laboratorial, podemos considerar os meios de base, que contêm os nutrientes mínimos essenciais ao crescimento e multiplicação bacterianas, os meios enriquecidos, meios aos quais foram adicionados produtos biológicos (ex. sangue) e meios selectivos, quando há uma alteração de um ou mais factores físico-químicos ou se adicionam substâncias com uma acção antibacteriana, que vão actuar como selectora de algumas bactérias.

Isolamento bacteriano

Trata-se da obtenção de culturas puras (apresenta só uma estirpe de bactérias) de bactérias a partir de culturas mistas (apresenta mais do que uma estirpe bacteriana). Pode ser efectuado por processos biológicos, usando meios de cultura selectivos, ou por processos mecânicos, sendo a técnica de esgotamento ou a técnica das diluições as mais utilizadas.

  • A técnica de esgotamento é o método das estrias.

É aplicada em gelose e consiste em isolar a estirpe desejada por arrastamento sucessivo do inóculo com a ansa de platina, fazendo várias estrias na superfície do meio de cultura.

  • Na técnica das diluições, vai-se diluindo sucessivamente o inóculo em água destilada estéril ou soro fisiológico.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre

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