Pensamento pedagógico brasileiro, sua trajetória histórica

Pensamento pedagógico brasileiro
Pensamento pedagógico brasileiro

Educação Física e Esporte

16/10/2014

INTRODUÇÃO:

A trajetória do pensamento pedagógico brasileiro teve durante seu percurso grandes marcas causadas pela influência de nossos colonizadores e países tidos como os “países desenvolvidos”, que demonstraram claramente muitos interesses políticos e econômicos ao influenciar nosso pensamento pedagógico. A Educação por muito tempo serviu como uma mercadoria a ser consumida, servindo muitas vezes como, se não a única, uma das principais fontes de ascensão do País. Acreditava-se que a Educação seria o meio no qual o Brasil se utilizaria para conquistar uma sociedade pautada nos moldes europeus e norte americanos.


Até onde isso já se decepou não se sabe ao certo, o que se sabe é que ainda hoje nosso País busca identidade própria no que se refere ao campo da Educação. Existem grandes desafios a serem vencidos e o caminho certamente será longo. Porém, mais desafiador que a construção de identidade própria é o desafio em lidar com a Educação em pleno século XXI, marcado pela era do conhecimento, da digitalização e da demanda de informações existentes hoje.


O presente texto tem como objetivo traçar um pequeno resumo sobre a trajetória do pensamento pedagógico brasileiro, as marcas deixadas por nossos colonizadores e a tentativa de transformar nossa educação com o perfil nacional que a mesma merece. Entende-se que nossa história encontra-se ainda em fase infantil, considerando-se o pouco tempo em que conseguimos atar as amarras impostas por influências externas, porém, nesse pouco tempo de história, com certeza, muitos casos já há para se contar!


Breve trajetória do Pensamento pedagógico brasileiro:


A Educação, também compreendida como prática educativa é um fenômeno social e universal, que já se manifesta de longa data, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades. Uma não existe sem a outra, ou seja, não há sociedade sem prática educativa e tampouco prática educativa sem sociedade, ambas estão interligadas. A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também possibilitadora dos conhecimentos e experiências culturais, ao indivíduo que se torna apto a atuar no meio social e transforma-lo em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade. No sentido amplo da palavra, Educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, no qual os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem socialmente.


Segundo Libâneo (1994), a prática educativa existe numa grande variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência humana. Em sentido estrito, a educação ocorre em instituições específicas, escolares ou não, com finalidades explicitas de instrução e ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais.


O processo educativo, onde quer que se dê, é sempre contextualizado social e politicamente, há uma subordinação à sociedade que lhe faz exigências, determinam objetivos e lhe provê condições e meios de ação. A educação como fenômeno social, e parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade, sendo assim, as finalidades e meios da educação subordinam-se à estrutura e dinâmica das relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinadas (LIBÂNEO, 1994).


A instituição escola foi criada justamente para ser um dos veículos da educação, uma educação sistematizada, de maneira ordenada, organizada em conteúdos específicos que lhe são pertinentes. Constitui-se em uma espécie de organização social do saber.O campo específico de atuação profissional e política do professor estão relacionados à educação e as estes cabe a tarefa de assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo. Ao realizar suas tarefas básicas, as instituições de ensino e os professores estão cumprindo responsabilidades sociais e políticas. Ao possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos culturais e científicos, a educação escolar socializa o saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas e operativas para a atuação no trabalho e nas lutas sociais pela conquista dos direitos de cidadania, dessa maneira, efetiva a sua contribuição para a democratização social e política da sociedade. (LIBÂNEO, 1994).

No decorrer do texto perceberemos o quanto nosso pensamento pedagógico foi fruto de ideários vindos do exterior, na sua maioria resultado de um entusiasmo intelectual, político, social e de acordos entre poderosos governantes e agencias internacionais, como afirma MIRANDA, 2000.


Percebe-se na história da Educação brasileira uma grande tendência em atender aos alunos de acordo com a classe social a qual pertenciam, isso ocorre desde os tempos em que a educação estava sob o domínio jesuíta até o momento de a escola laica surgir, ou seja, já nos tempos modernos. Quando a igreja toma para si a responsabilidade da instrução pública, ou seja, ainda no Império Romano, as escolas possuíam duas categorias, uma destinada à formação dos monges e outra para a instrução da plebe, nesse contexto, não havia o interesse em que a massa aprendesse a ler e escrever, a finalidade da educação para tal classe social era apenas a de familiariza-la com as doutrinas cristãs e mantê-la dócil e conformada com a própria realidade.


Sodré (1983), ao referir-se a história da cultura brasileira afirma que o Brasil teve o processo de aculturação advindo de uma transplantação, ou seja, herdou dos países colonizadores sua cultura. Não podemos considerar a cultura brasileira como realmente nacional, pois incorporou muito da cultura europeia em seu território. Nesse processo de aculturação nossa cultura dividiu-se entre a transmitida pelos jesuítas, destinada à classe dominante e a cultura indígena, tida como irrelevante e que praticamente foi destruída por esse processo de implantação. Neste modelo de ensino não havia muito espaço para criar, o conteúdo de alienação era implícito e o que se aprendia era desprovido de um sentido crítico.


Ainda ao discursar sobre a trajetória histórica da educação brasileira o autor afirma que o interesse pela cultura e pelas artes era cultivado por motivo de ostentação, ou seja, a cultura tinha apenas a finalidade de formalizar a distinção entre as classes sociais, em que o trabalho intelectual era destinado à elite e o trabalho físico as classes mais baixas. Nota-se nessa época um violento contraste entre a minoria de letrados e eruditos e a enorme massa de analfabetos. A educação era destinada sobre tudo a preparação de uma elite do que para a educação do povo.


Essa realidade faz-nos refletir e fazermos um paralelo sobre a realidade hoje nas escolas e a hierarquia existente ainda entre as disciplinas escolares. Ainda hoje se nota a existência de disciplinas tidas como as de base, imprescindíveis, por julgarem lidar mais especificamente com o intelecto e as tidas como inferiores, como é o caso da educação física, que ainda sofre muitos preconceitos pelo fato de ainda estar tão enraizada essa mentalidade que distingue as atividades intelectuais e as atividades físicas, ou atividades práticas.


No início da constituição da classe burguesa já se via claramente uma diferenciação na constituição curricular, privilegiando o ensino das artes liberais nas escolas formadoras dos que seriam destinados a comandar o País e o ensino das artes manuais para os artesãos e nenhuma instrução para a maioria da população constituída de trabalhadores nas cidades e no campo. Esta fragmentação na educação brasileira, formação de classe dirigente e formação de trabalhadores, ficaram bem evidentes com a consolidação da burguesia como classe hegemônica a partir do século XVII e com o capitalismo como forma econômica.


Se por um lado aos filhos da burguesia destinava-se uma forma de educação diferenciada, ensino médio dissociado da vida real, composto por saberes livrescos e clássicos, o ensino médio também era vinculado a ideia de continuidade dos estudos na universidade, onde o ensino seria direcionado a formação de governantes e comandantes industriais.


Segundo Delval (1998), a implantação do ensino obrigatório e gratuito para todos é algo que começa a ser introduzido no século XIX. A história e a implantação do ensino obrigatório e gratuito organizam-se, então, em torno de dois tipos de objetivos: a) difusão da ideia de que a instrução é necessária para todos e que todos têm direito à ela, de maneira que se possa chegar a um igualitarismo por meio do ensino comum e b) a função econômica, social e ideológica que a educação desempenha para todos.


As duas funções principais desempenhadas pela escola obrigatória, inicialmente, eram manter as crianças ocupadas enquanto seus pais trabalhavam e ensina-las a respeitar e aceitar a ordem estabelecida, que aparecem claramente refletidas no tipo de ensino oferecido nas escolas, orientado principalmente à transmissão de valores. Os conhecimentos ocupavam lugar mínimo e eram transmitidos somente àqueles que possibilitavam que as crianças se transformassem em mão-de-obra capaz de trabalhar dentro do sistema industrial (DELVAL, 1998).
Ao iniciar-se a segunda metade do século XIX, a economia brasileira supera a longa crise que a golpeia e a mulher e o estudante estabelecem condições de sociabilidade que antes não existiam. Neste período, em que o desenvolvimento das relações capitalistas era ainda muito lento, as letras qualificavam os elementos que, sem elas, permaneciam obscuros.


Com o advento da República surgiam também novas necessidades políticas e o Brasil começa a ser pressionado a avançar no que se refere à educação. Com isso a educação e a cultura começam a chegar também as classes inferiores, meramente por interesse político, já que o analfabetismo era tido como sinônimo de subdesenvolvimento (SODRÉ, 1983).


Ainda hoje ocorre uma interferência dos países tidos como pertencentes ao mundo globalizado, ou os “senhores do mundo”, no que se refere a governabilidade e ao destino da educação nacional de cada país, um exemplo disso é essa exigência do aumento da escolaridade mínima requerida cada trabalhador ampliando o conceito de educação básica, agora compreendida até o ensino médio completo. O princípio norteador dessa proposta é fundamentado em uma lógica de mercado em que a educação torna-se um bem de consumo a ser comprado por quem a queira adquirir (MIRANDA, 2000).


Ao lermos a obra de Gadotti (2001), sobre o pensamento pedagógico brasileiro podemos afirmar que o mesmo se encontra ainda em sua fase infantil, analisando o tempo em que o mesmo tem andado por suas próprias pernas, ou seja, sem o domínio religioso que imperou até meados do final do século XIX. O que lhe garantiu uma maior autonomia foi o desenvolvimento das teorias da Escola Nova.


A educação conservadora jesuítica dominou nosso pensamento pedagógico por décadas, educação essa baseada em um caráter verbalista, retórico, livresco, memorístico e repetitivo, que estimulava, por meio de prêmios e castigos, a competição e descriminação. A escola jesuítica era dedicada à formação da elite brasileira e utilizavam a educação para difundirem nas classes populares a religião da subservência, dependência, e paternalismo, características ainda muito vigentes em nossa educação atual. Essa educação reproduzia uma sociedade perversa, dividida entre analfabetos e os “doutores” (SODRÉ, 1983).


Esse modelo de educação não foge muito ao nosso modelo atual de educação, onde poucos privilegiados têm a chance de concluir a escolaridade, ingressar nas universidades então, pode-se dizer que é um luxo para poucos. O que vivenciamos ainda hoje é uma educação excludente e dirigida conforme interesses políticos vigentes.


Percebe-se, pois, dois grupos dominando a trajetória do pensamento pedagógico brasileiro, os católicos e os liberais, porém, as mudanças pregadas pelos dois grupos estavam mais relacionadas aos métodos do que ao sentido da educação, ambos não se preocupavam com a educação popular, ou seja, a discussão sobre as classes sociais. Os liberais tinham em seus discursos o ideal de igualdade social, mas na prática reforçava as diferenças, fato este que ocorre ainda hoje.


Na primeira metade do século XX o discurso pela igualdade de direitos esteve muito presente no pensamento dos educadores e nos textos constitucionais nas propostas da escola pública, que deveria ser obrigatória e gratuita. Porém o que a realidade apresentava, desde de sempre, era uma divisão de uma escola destinada aos filhos da burguesia, preparatória para a universidade e uma educação direcionada às atividades práticas como o ensino industrial, agrícola e comercial para a classe trabalhadora.
Saviani (2004), ao retratar a Educação no século XX afirma ser este um período em que será lembradas futuramente como o período que representou a era das maiores conquistas tecnológicas que se reverteram num novo modo de viver para a minoria camada mais privilegiada da população, porém, a maioria dos seres humanos ficou alheia a tais mudanças. No caso do Brasil, a educação se no século XX se caracterizava como um antídoto para todos os males e uma mola propulsora da ordem e do progresso, visando uma utópica democratização e universalização do conhecimento. O discurso utilizado nessa época era de uma educação ministrada com o intuito de ser auxiliar na edificação da cultura e do conhecimento sem barreiras, ou seja, para todos. Este certamente continua sendo um sonho distante e utópico, em especial no que se refere ao ensino superior.


Não existe ainda um sistema escola que consiga amenizar a as diferenças entre as classes sociais e diminuir a barreira imposta entre a riqueza e a pobreza, mesmo já tendo claro o objetivo da Educação, ou seja, o compromisso com a igualdade, o século XX não deu conta de encerrar esses paradoxos e a desigualdade continuou a se fazer presente na educação. Já ao findar do século XIX os projetos pedagógicos, pautados no liberalismo, clamavam por uma equalização de oportunidades com a promessa de uma libertação humana. O século XX trouxe como herança esses ideais de igualdade, no entanto as contradições sociais e políticas colaboraram e muito para o fortalecimento das desigualdades no qual o século passado foi portador. Ficando assim o século XX edificado sobre o pantanoso terreno da desigualdade, da opressão e da desumanização (SAVIANI,2004).


Após a ditadura inicia-se um período de redemocratização da educação, que logo é interrompido pelo golpe militar de 1964. Nesse breve período o movimento educacional tomou um novo impulso, distinguindo-se dois grandes movimentos: o movimento por uma educação popular e o movimento em defesa da educação pública. Em 1988 retoma-se a discussão por uma educação pública popular, os responsáveis por esse novo movimento acreditam que é necessário um envolvimento do estado, em conjunto com a sociedade organizada, para que haja um avanço educacional (SODRÉ, 1983).


No século XXI a sociedade assume um perfil de sociedade informacional. No que se refere a educação, a revolução informacional prioriza o domínio de certas habilidades, as pessoas que não têm as competências para lidar com a informação, a informática, fica excluída, ou seja, fica claro que o papel da escola não é neutro, ela colabora sim na exclusão da classe menos favorecida. Neste contexto, a mesma deve permitir o desenvolvimento das habilidades como seleção e o processamento da informação, a autonomia a capacidade de lidar com as informações, o trabalho em grupo, etc. (IMBERNÓN, 2000).


Ainda segundo Imbernón, a educação numa sociedade de informação deve basear-se na utilização de habilidades comunicativas, de tal forma que nos permita participar mais efetivamente e de maneira mais crítica e reflexiva na sociedade. Se pretendermos superar a desigualdade que gera o reconhecimento de determinadas habilidades deveremos pensar sobre que tipos de habilidades estão sendo potencializadas no contexto de formação e, se, com isso é facilitada a interpretação da realidade a partir de uma perspectiva transformadora.


Alerta-nos também com relação ao nosso papel enquanto educadores nesses novos tempos, ou seja, será que realmente estamos em situação diferenciada dos que já passaram pelos caminhos da educação a tempos atrás? Temos respeitado a individualidade? Temos primado por uma educação que supere o modelo informativo e excludente? Será que somos realmente diferentes, ou é mais uma ilusão que nos padroniza de outra maneira? E aponta alguns rumos ao profissional desse século, alertando que este necessita de alguns pré-requisitos básicos para lidar com essa era do conhecimento, entre eles esta a necessidade de se assumir a postura de mediador de aprendizagem e não tanto a de fornecedor de saber.
São muitos os autores que têm apontado a necessidade de mudanças no que se refere a postura profissional do docente para que o mesmo possa cumprir seu papel de educador em pleno século XXI, século este marcado pela era do conhecimento e da informática. O professor precisa estar atento a isso e adequar sua prática pedagógica para que possa ser coerente com o modelo de sociedade vigente.


É o caso, por exemplo, de Demo (2004), que denomina nossa sociedade como sendo esta uma sociedade “intensiva” de conhecimento, para adequar-se a essa sociedade é preciso que o professor assuma uma postura estratégica, ocupando um lugar decisivo e formativo, para isso necessita de uma reconstrução completa, ou seja, saber renovar, reconstruir, refazer a profissão. Não basta hoje apenas o domínio sobre os conteúdos específicos de sua disciplina, visto que estes se desatualizam com o tempo, e sim, saber renova-los de maneira permanente, este é o desafio do professor do século XXI.


O autor afirma ainda que professor não aquele que “dá aula”, ou seja reproduz o conhecimento, visto que hoje, com tanto avanço tecnológico, os computadores têm dado conta de reproduzir conhecimentos de maneira bastante satisfatória.


Dessa maneira, o professor deve ser responsável pela aprendizagem, instigar a emancipação dos alunos, possibilitar que estes sejam capazes de pesquisar, elaborarem seus próprios conceitos, por meio da pesquisa, envolver-se no seu processo de aprendizagem, ou seja, estabelecer uma relação pedagógica com seu aluno, para este possa efetivamente aprender, compreender e apropriar-se do conhecimento. Nessa condição, o professor do futuro, como intitula Demo, em vez de insistir na relação pedagógica mediada basicamente por procedimentos reprodutivos, utilizando-se apenas de aulas expositivas, precisa voltar-se para a posição socrática e autopoética de fomentar no aluno a habilidade de saber pensar, contrapondo o positivismo das certezas e verdades com a habilidade de argumentar. Assegura ainda que o aluno que aprende a argumentar faz ciência e constrói sua cidadania.


Hoje existe quase que um consenso acerca das aulas instrucionistas e do quando estas pouco acrescentam na construção de conhecimento, sobre tudo porque caracteriza a condição do aluno como objeto de manipulação pedagógica, as aulas expositivas dificilmente proporcionam a reflexão por parte do aluno, talvez a informação sim, porém, na nossa era da informatização o computador também da conta de informar muito bem nossos alunos, então, qual seria o diferencial do professor? Seu diferencial está em possibilitar que tais informações se transformem em conhecimento realmente, que aluno possa articular essas informações e construir seu conhecimento acerca das mesmas, este é o desafio.


Demo (2004) afirma que o professor do futuro deve conduzir à pesquisa e elaboração própria, caso contrário o professor priva este da autonomia necessária para (re)construir o conhecimento, tornando-o dependente da ação docente, inseguro e adestrado frente às avaliações. Certamente isso exigirá do professor uma nova postura perante sua atuação, sobre tudo, com relação a sua formação profissional, ou seja, já não basta apenas que o professor se limite à apenas sua formação inicial, visto que a velocidade com que se da a evolução do conhecimento é muito grande, é necessário, pois, manter-se sempre em atualização e em processo de aprendizagem.



CONCLUSÃO:

Após esse breve passeio pela história da Educação Brasileira pudemos perceber o quanto nossa trajetória foi marcada por lutas travadas para que pudéssemos sobreviver às imposições e manejos feitos por Países interessados em manipular nossa economia, nossa política e educação, sem perder de vista nossa cultura nacional, nossa identidade enquanto povo. A que se admitir que muito de nossa identidade foi perdendo-se com a influência externa, que deixou muito enraizada em nosso País suas próprias concepções e culturas, interferindo assim em uma identidade homogenia de nossa nação.


Podemos afirmar que nosso pensamento pedagógico está em plena construção e que somos protagonistas nesse processo de construção.


Nosso século atual exige de nós profissionais ligados à educação uma nova identidade, pois, já não nos basta sermos transmissores de conhecimento em sala de aula. Hoje o acesso às informações é muito diverso, por tanto, devemos ultrapassar o papel de instrucinismos e nos portar como educadores, preocupados realmente com o processo ensino aprendizado dos alunos, ou seja, possibilitar um ambiente escolar em que o aluno possa construir seu conhecimento, por meio da mediação e articulação do conhecimento feito pelo professor.


Estamos diante dos cursos à distância, que cada dia cresce e se expandi mais, desprezando a presença de um professor em sala de aula, ou seja, já se cogita a possibilidade de educação sem a presença de quem até então era a figura tida como a mais importante da sala de aula, o redentor do saber que deveria ser transmitido aos ouvintes, ou seja, aos alunos. A ideia de mero transmissor já foi a baixo, assim como a de ouvintes, porém, eis então o possível desafio que nos impõe o século XXI, lidar com toda essa tecnologia como auxiliar no processo de ensino aprendizagem e não um substituto ou algo que coloque em risco a profissão docente, pois, não máquina, ainda, capaz de suprir o papel de educador com tanta eficiência quanto um bom professor.


Caberia aqui uma longa discussão para tentar uma aproximação com o que seria um “bom professor”, porém, não a isto que se propôs responder este artigo, e sim, traçar um breve caminho da história de nossa educação, do quanto à mesma sofreu interferência de nossos colonizadores e ainda sofre por parte dos países tidos como os “países desenvolvidos”, o quanto já caminhamos e, sobretudo, o quanto ainda precisamos caminhar para continuar traçando nosso pensamento pedagógico, autentico e que atenda as necessidades dessa comunidade que emerge em nosso século, a sociedade do conhecimento, do qual a escola precisa se adequar muito para estar a altura.


REFERÊNCIAS:

DELVAL, J. Crescer e Pensar – a construção do conhecimento na escola. Porto Alegra: Artes Médicas, 1998.


DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. Petrobrás, RJ: Vozes, 2004.


GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 7ª ed. São Paulo, SP: Ática, 2001.


IMBERNÓN, F. (Org.) A Educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. Trad.: Ernani Rosa. 2ª ed., Porto Alegre, RS: Artes Médicas Sul, 2000.


LIBÂNEO, José Carlos. Prática Educativa e Sociedade Didática. São Paulo, SP: Cortez, 1994.


MIRANDA, Marília Faria. de. Num quintal da globalização: reflexos do processo de ocidentalização do mundo na educação brasileira de ensino médio. Tese de Doutorado. Marília, SP: Biblioteca-UNESP, 2000.


SAVIANI, Dermeval. O legado educacional do século XX. [et.al.]. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese de História da Cultura Brasileira, 14ª ed., São Paulo, SP: Difel, 1986.



________________________________________
[1] Artigo apresentado como avaliação final da disciplina Pensamento Pedagógico Brasileiro.
[2] Aluna regular do programa de mestrado em Educação da Universidade Estadual de Londrina. Graduada em Educação Física, pela Universidade Estadual de Londrina, no ano de 1999 e especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Estadual de Londrina no ano de 2003.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Leisi Fernanda Moya

por Leisi Fernanda Moya

GRADUADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E GESTÃO EDUCACIONAL, MESTRE EM EDUCAÇÃO, DOUTORANDA EM LINGUAGEM E CULTURA

Portal Educação

UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93