Deus, religião e líderes religiosos

Cotidiano e Bem-estar

26/06/2014

Acredito em Deus. Tenho religião. Tenho certeza de que a Providência Divina opera no nosso mundo. Somente em Deus podemos ser melhores e não atacar, matar ou desrespeitar pessoas, por exemplo. Porém, algo me preocupa bastante nas religiões atuais: pessoas, normalmente líderes religiosos, que se consideram Deus ou representantes de Deus na terra. Chamo esses caras de “nazistas do século XXI” ou de “empresários da fé”.


O filósofo e professor universitário Luiz Felipe Pondé escreveu que “o maior inimigo de Deus são os crentes fervorosos”. O Deus que cultuo é uma ideia do bem, do perdão, da compaixão, do não matar, do não ser desonesto.


Contudo, vejo alguns padres e pastores por aí defendendo o ódio como filosofia de vida. Vejamos o caso dos gays e lésbicas, por exemplo. Há líderes religiosos que vão para a televisão chamar pessoas de orientação homossexual de sujas, de representantes do demônio, de gente que não presta. Onde estão os princípios bíblicos do respeito ao outro, do amar o próximo, do não matar?


Para mim, quem ataca pessoas com base em regras bíblicas, ou não sabe interpretar textos ou não tem caráter. Não merece conduzir igrejas. Esse tipo de líder religioso só interpreta a bíblia na parte que o convém. São padres e pastores de m...! Consideram-se Deus. Querem suprimir inclusive a liberdade das pessoas. O caso dos fetos anencefalos é exemplo disso.


Houve religiosos que defenderam que se deveria proibir mulheres de dispor do próprio corpo e obrigá-las a carregar no ventre um corpo sem vida, sem chances de sobrevivência. Isso é nazismo puro. É maldade com o semelhante!


Semelhante! Essa é a ideia principal desse texto de hoje. Não acredito em seres humanos moralmente superiores a outros, inclusive em termos religiosos. Para mim, humanos são maus e não são confiáveis. Não confio em religiosos que se consideram “o caminho, a verdade e a vida”. Não confio em padres, bispos, arcebispos, pastores, apóstolos que se consideram divinamente superiores por terem vidas dedicadas a igrejas. Deus está em mim quando não mato, quando respeito o próximo, quando tenho esperança na vida. Não preciso pagar “boletos da fé” para me salvar. Salvação não se compra!


Deus é onipresente, é piedoso, é do bem, rege a vida de todos nós, que somos humanos medíocres. O humano precisa de algo superior, pois não passa de um elemento efêmero nesse universo vasto e incompreensível. Só acredito em líderes religiosos que partem da seguinte premissa: somos um nada (humanos) que precisamos de um Tudo (Deus)! O resto é conversa fiada de “nazista do século XXI” ou de “empresário da fé”!