Inadimplência de empresas e consumidores

Contabilidade e Finanças

02/06/2015

A maioria das empresas sofre com os consumidores/empresas inadimplentes, sendo que este é um dos fatores que mais atingem os setores de comércio e de serviços.


Nas empresas dos setores de comércio e de serviços, a inadimplência costuma aumentar nos três primeiros meses do ano, em decorrência das vendas efetuadas no mês de dezembro. E é justamente nestes meses iniciais que também ocorre queda nas atividades desses setores empresariais, deixando muitos empresários em dificuldades. Assim, o empresário, ciente do aumento da inadimplência no período após as vendas natalinas, ou seja, janeiro/fevereiro/março, deverá ser mais rigoroso na concessão de financiamentos, de parcelamentos e de aceitação de cheques.


Uma prática muito usada no mercado para tentar reduzir a inadimplência é o encurtamento nos prazos de pagamento, trabalhando-se com planos de, no máximo, três parcelas. Acima dessas parcelas, as empresas têm buscado financeiras para bancar o crédito.


É ideal também, no momento da concessão de crédito, identificar qual o grau de comprometimento da renda do consumidor, assim como o padrão de comportamento de seus pagamentos passados, podendo dessa forma avaliar se a prestação contratada tem chances de vir a ser paga ou não.


Outro grande problema que o empresário encontra são as contas bancárias recém-abertas, que apresentam um alto índice de inadimplência.


Por lei, o comerciante somente poderá recusar-se a receber pagamentos por meio de cheques ou fazer qualquer outra restrição se fixar cartaz visível, com as informações ao cliente, como por exemplo: só aceitamos cheques mediante apresentação de CPF e RG e mediante consulta. Não aceitamos cheques de terceiro, etc. Nenhum estabelecimento é obrigado a aceitar cheques, mas deverá informar de forma clara ao consumidor - não aceitamos pagamento em cheque ou cartão.


O empresário, ao aplicar essas regras preventivas com bom senso, certamente irá reduzir o seu índice de inadimplência, mas ainda estará sujeito a alguns riscos, como o golpe do cheque falso, que não se trata de inadimplência, mas de crime de falsificação.
O prejuízo acaba ficando com o empresário. Isso ocorre porque, geralmente, os falsários têm acesso a cadastros comerciais, ou as informações que os próprios empresários, com a finalidade de se resguardarem de uma eventual inadimplência, solicitam ao consumidor emitente do cheque - por exemplo, a anotação no verso do cheque de seus dados pessoais, como: endereço ou telefone, etc.


E ainda, deve manter os dados pessoais dos consumidores em cadastro próprio e não no verso do cheque. Uma alternativa para diminuir o risco de cheques falsos é a implantação de um sistema de cartão próprio, que também é uma das formas de adquirir fidelidade do cliente, dando-lhe crédito e alavancando, assim, as vendas.


Não é aconselhável fixar cartaz informando não receber cheque de contas recentes. O Código de Defesa do Consumidor proíbe a discriminação.


Principais causas de inadimplência.


As principais causas de inadimplência são: a má administração e a atividade econômica, dentre outros fatores.


Má administração


É responsável por mais de 50% de todos os casos. Numerosos erros administrativos específicos podem levar a empresa ao fracasso. Expansão excessiva, medidas financeiras inadequadas, uma força de vendas ineficiente e altos custos de produção podem, isoladamente ou em conjunto, causar o fracasso de uma empresa.


Atividade econômica


Especialmente em fases economicamente difíceis, pode contribuir para o fracasso de uma empresa. Se a economia entra em uma recessão, as vendas podem cair abruptamente, deixando a empresa com um custo fixo alto e insuficientes receitas para cobri-lo. Adicionalmente, uma rápida elevação da taxa de juros, prévia à recessão, pode contribuir ainda mais para os problemas de fluxos de caixa e tornar mais difícil para a empresa a obtenção e a manutenção do financiamento necessário.


Empresas especializadas em cobrança são unânimes ao afirmar que a maior causa de inadimplência reside no fato de a análise da situação financeira dos clientes se basearem apenas nos créditos já concedidos, sem considerar a real capacidade de pagamento de quem solicita o crédito.


Outros fatores:


• Crédito fácil
• Queda na renda das pessoas e de famílias
• Compra compulsiva
• Desemprego
• Má fé
• Leis brandas
• Imprevistos
• Atraso de salário
• Doenças
• Empréstimo do nome para efetuar compras



Pode-se traçar o seguinte perfil para classificar devedores:

• É pontual no cumprimento de suas obrigações;
• É um inadimplente ocasional: vítima de algum financeiro temporário ou transitório;
• É um inadimplente crônico: displicente, desorganizado, propositalmente, lento e/ou engajado constantemente em dificuldades financeiras;
• É um fraudador ou “canista” habitual.



O que devemos fazer para reduzir a inadimplência?


• Monitorar;
• Agir com profissionalismo, pois o amadorismo traz prejuízo;
• Planejar ações para a empresa;
• Trabalhar dentro da lei (observar os aspectos legais da concessão de crédito e cobrança);
• Adotar nova cultura adaptada à estabilidade;
• Desenvolver novos hábitos gerenciais;
• Imprimir seletividade na concessão de crédito;
• Desenvolver gerenciamento de risco e administração da carteira de crédito;
• Cercar-se das garantias possíveis ou recomendáveis;
• Adotar novos instrumentos gerenciais: Associações Comerciais, CDL’s, Serasa, SPC, etc.
• Desenvolver cobrança eficiente e eficaz.


Inadimplência de Pessoa Jurídica


Uma empresa pode se tornar inadimplente por terem seus retornos financeiros negativos ou baixos. Uma empresa que constantemente reporta prejuízos operacionais, provavelmente terá um declínio em seu valor de mercado. Se a empresa não consegue obter um retorno que seja maior que seu custo de capital, isso pode ser interpretado como inadimplência.
Um tipo de inadimplência, a insolvência técnica, ocorre quando uma empresa é incapaz de pagar suas obrigações em seu vencimento. Quando uma empresa está tecnicamente insolvente, seus ativos ainda são maiores que seus passivos, mas ela está enfrentando uma crise de liquidez. Se alguns dos seus ativos puderem ser convertidos em dinheiro corrente dentro de um período razoável, a companhia pode ser capaz de escapar do fracasso completo. Senão, o resultado é a situação mais séria de fracasso - sua extinção. Esta ocorre quando os passivos superam o justo valor de mercado de seus ativos.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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