20/08/2015
Diego Damião Alexandre Spinha*
*Técnico em Meio Ambiente – Ceeteps
*Graduando em Ciências Biológicas – Universidade Nove de Julho
A relação entre biodiversidade e saúde humana ocorre em diversos aspectos, começando por nossa alimentação e utilização de medicamentos e vacinas que tem origem em muitas espécies, às doenças transmitidas por animais ou por contato com ambientes contaminados.
A manutenção da saúde silvestre depende de interações de difícil percepção, ainda não totalmente compreendidas, entre vetores, parasitos, alterações ambientais. A compreensão destas interações é dificultada, em parte, pela existência da diversidade de relações ecológicas, por exemplo, parasitos podem estar em inúmeras espécies de hospedeiros e vetores ao mesmo tempo além das mudanças comportamentais dos hospedeiros frente às alterações ambientais, sazonais, estocásticas ou antrópicas ou, ainda, pela entrada de espécies exóticas e invasoras no ambiente.
Apesar da carência no conhecimento, estudos recentes apontam para a existência de uma correlação entre a prevalência de doenças e alterações ambientais, como desmatamento, fragmentação e simplificação do habitat.
Conhecer a diversidade de espécies, mapear, identificar as ocorrências dos agravos à saúde na fauna silvestre, além das mudanças locais e regionais ocorridas, possibilitará uma melhor compreensão dos fatores associados à saúde silvestre, possibilitando um planejamento e adoção de medidas preventivas para manutenção de sistemas saudáveis.
A biodiversidade brasileira é reconhecida como uma das mais expressivas da biosfera terrestre e tem um papel importante no bem-estar e na saúde humana, ao prover produtos básicos e serviços ecossistêmicos. Os produtos ou bens oriundos do sistema natural incluem fármacos, alimentos como a pesca, madeira e muitos outros. Os sistemas naturais também proveem serviços que dão suporte à vida, tais como purificação do ar e da água, regulação do clima, habitat reprodutivos e alimentares para extrativismo, além da manutenção de organismos responsáveis pela ciclagem de nutrientes do solo, tornando-os disponíveis para absorção pelas plantas.
Alterações ambientais estão afetando negativamente os ecossistemas naturais, com acelerada perda da biodiversidade, por meio da modificação e perda de habitat naturais e pela ocupação não sustentável do solo, com propagação de patógenos e vetores de doenças.
Apesar dos crescentes esforços realizados nos últimos vinte anos, o Brasil continuou a perder sua diversidade biológica, principalmente pela destruição do habitat por práticas agropecuárias, a poluição hídrica e dos solos e a introdução inadequada de espécies exóticas. A situação do país, em relação à preservação da biodiversidade, é considerada uma das mais preocupantes do planeta. A perda acelerada da biodiversidade pode impedir que uma nova geração de fármacos e terapias sejam descobertas. A educação ambiental é a principal ferramenta a ser implantada nas escolas de níveis básicos para garantir as novas gerações uma qualidade de vida que vivenciamos hoje.Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Biólogo com experiência em ensaios ecotoxicológicos e cultivo de organismos aquáticos pelo Instituto de Pesca/SP. Tem interesse pelas seguintes áreas: ecologia de ecossistemas; ecofisiologia vegetal; recuperação de áreas e comunidades degradadas; anatomia e fisiologia animal comparada; etologia; aquariofilia; microbiologia; bioprocessos e animais peçonhentos. lattes: http://lattes.cnpq.br/77174233
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